Semana de História apresenta novas perspectivas para a atuação do historiador

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Conferência de abertura propôs alternativas para o conhecimento alcançar o espaço público

Um convite à reflexão sobre os desafios e as possibilidades da profissão de historiador é a proposta da 2ª Semana de História da UNIFAL-MG, que teve início nesta segunda-feira, 24/11.

Na explicação do coordenador do curso, Prof. Raphael Nunes Nicoletti Sebrian, “o intuito do evento é problematizar as diferentes possibilidades de produção e de difusão do conhecimento histórico na atualidade, visando a melhor compreensão das experiências do tempo encontradas para além da produção historiográfica universitária, aquelas veiculadas em textos de divulgação, em documentários e outras produções audiovisuais, em obras literárias, em livros e materiais didáticos, entre outros suportes”.

Para motivar a discussão sobre a atuação do historiador, a organização preparou uma programação envolvendo conferências, minicursos e oficina, os quais contam com convidados da Universidade e de outras instituições, para o debate sobre temas como “Leituras histórico-literárias do modernismo brasileiro”, “Preservação do Patrimônio Cultural: abordagens teóricas e práticas institucionais no Brasil e, especificamente, em Minas Gerais”, "As relações entre pesquisa acadêmica e o ensino de História”, “História: texto, áudio ou visão? Documentos, depoimentos e audiovisual confluindo em narrativas históricas”, “História e patrimônio”, “O trabalho do historiador e as políticas públicas”, “O trabalho do historiador e as políticas públicas”.

A conferência de abertura, que aconteceu na noite desta segunda-feira, 24, na sala R-101 na sede, foi ministrada pela coordenadora nacional da Olimpíada Nacional em História do Brasil, Profa. Cristina Meneguello da Unicamp, que falou sobre o tema “A História em sua Torre de Marfim: três fugas possíveis".

O momento contou também com a presença do reitor, Prof. Paulo Márcio de Faria e Silva e do diretor do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), Prof. Paulo Denisar Fraga, que aproveitaram a oportunidade para ressaltar o “dinamismo” na atuação do ICHL na Universidade, que pode ser observado nos muitos eventos que têm sido promovidos sobre temas “provocativos” para a reflexão crítica dos fatos que marcam a história e a ciência.

Retomando a teoria da Torre de Marfim - expressão utilizada para ilustrar os cientistas mais voltados para a academia que para o mundo - a conferencista explanou sobre as possíveis alternativas para a integração do historiador com o cotidiano. “Nós muitas vezes ficamos encastelados dentro da academia e não conseguimos fazer a transmissão das pesquisas e do conhecimento que a gente produz, para o espaço público. Então eu pensei nessa ideia da História numa Torre de Marfim, ou seja, alheia, e de que formas nós, que temos a História como profissão dentro das universidades, podemos chegar às escolas, ao público mais amplo, ao público leigo, que gosta de História, mas muitas vezes cai na mão de uma História mais facilitada, mais divertida, com menos rigor”, explicou o tema.

De acordo com a pesquisadora, quando refletiu a respeito do assunto que falaria durante a conferência, pensou na inserção do profissional de História no espaço mais amplo do que aquele ao qual ele propriamente se insere, como por exemplo, na escola. “Ocorre que esse tema do historiador no espaço público é ainda muito controverso entre nós, e embora todo mundo possa concordar rapidamente que a pesquisa histórica tem a obrigação de falar a públicos mais amplos, não ficar isoladas em torres de marfim,  aparentemente, não estamos satisfeitos com nenhuma das formas, pelas quais fazemos isso”, afirmou.

A convidada também procurou resgatar a ideia de como a História pode estar nos meios de comunicação de massa, mas sem perder o seu rigor metodológico.  

Apresentações culturais também fazem parte da programação da Semana de História. Durante a abertura, alunos e professores da UNIFAL-MG, e também professores da rede pública de Alfenas, prestigiaram a apresentação de integrantes do projeto de extensão Orquestra de Violões da UNIFAL-MG, Prof. Mário Danieli Neto e Thiago Pereira dos Santos.

O evento acontece até sexta-feira, 28/11, quando ocorrerão sessões de comunicações de pesquisa dos alunos.

Para mais informações, acesse: http://www.unifal-mg.edu.br/extensao/?q=1922_ii_sem_historia_apres

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