Como reagir a um ataque de abelhas?

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Grupo de Pesquisa da UNIFAL-MG divulga recomendações em casos de eventuais ataques

Nas últimas semanas, a imprensa regional divulgou acontecimentos desagradáveis envolvendo abelhas. Atento às notícias, o Grupo de Pesquisa "Biologia da Socialidade" da área de Ciências Biológicas da UNIFAL-MG, que usa basicamente como modelo de estudo as abelhas, divulga recomendações para a população em casos de eventuais ataques.

Confira a seguir:

Sobre as abelhas, o enxameamento e possíveis ataques

As abelhas são responsáveis pela polinização da maior parte das plantas com flores, tanto cultivadas quanto silvestres, sendo fundamentais para a produção de alimentos e a preservação de matas e florestas. Nos últimos anos, porém, foi percebido que as abelhas estão desaparecendo no mundo todo. Esta realidade representa um risco para a agricultura e para a preservação de matas naturais e sua biodiversidade. Por isso, conhecer as abelhas e possibilitar sua criação em ambientes naturais e em apiários e meliponários torna-se fundamental. Dentre as espécies de abelhas, existe a Apis mellifera africanizada, que devido à maior oferta de alimento propiciada pelos meses de primavera e verão se reproduzem mais. Em decorrência disso, a colônia fica aumentada e o ninho original se divide havendo a chamada enxameação. Este fenômeno aumenta a probabilidade do encontro de abelhas com pessoas e/ou animais, podendo ocorrer ataques, inclusive com risco de morte.

O que fazer em caso de ataque de abelhas africanizadas?

1. Fuja rapidamente do local em que está. Não pare para organizar ou pegar nada. Só se preocupe em ajudar crianças ou pessoas com alguma dificuldade.

2. Enquanto corre, tente cobrir o rosto, por exemplo, com sua camiseta ou blusa. Mas não deixe que isso o deixe mais lento. Proteger o rosto é fundamental, pois é uma área mais sensível, especialmente envolta dos olhos.

3. Continue correndo. Só pare quando perceber que já não há mais abelhas te perseguindo ou quando encontrar abrigo (um veículo ou construção fechados). Algumas abelhas podem seguir você adentro, mas você já estará protegido do ataque massivo.

4. Não pule na água se não conhecer o espelho de agua e se não souber nadar. As abelhas vão esperar você subir para respirar e aproveitar para ferroá-lo. Isto pode fazer com que você se assuste e se afogue. Se estiver no meio do mato, tente correr por entre arbustos e folhagens, isso costuma despistar as abelhas.

5. Se você estiver encurralado e não tiver para onde fugir, deite-se de bruços e proteja a cabeça (especialmente os olhos), cubra-se com cobertores, jaquetas ou com o que houver disponível.

6. Não tente bater nas abelhas e agitar os braços. Evite gritar desnecessariamente e não esmague abelhas, pois elas são atraídas e ficam mais agressivas com movimentos bruscos e barulho. Além disso, o cheiro de abelhas esmagadas atrai mais abelhas para atacá-lo.

7. Uma vez em segurança, tente remover os ferrões, que continuam injetando veneno por algum tempo, mesmo após a abelha já ter ido embora. O ferrão contém uma bolsa de veneno que fica presa à pele, portanto não tente retirá-lo com os dedos. Use um cartão de crédito, uma pinça, faca ou outro objeto para raspar o ferrão sem apertar a bolsa de veneno, pois isto levará a uma maior injeção do veneno em seu corpo. A abelha que deixa o ferrão morre logo após a picada.

8. Se vir alguém sendo ferroado, sugira que corra e socorra-o quando estiver protegido com uma coberta ou algo parecido.

9. Se o ataque for sério, chame os bombeiros ou o SAMU para que a pessoa atacada receba os devidos cuidados.

10. Independentemente do número de ferroadas, se estiver se sentindo mal (queda de pressão, falta de ar ou outro sintoma), procure atendimento médico imediato. Você pode ser alérgico e isso é muito grave nessa situação.

Como evitar um ataque de abelhas africanizadas?

1. Se souber da existência de uma colônia (enxame) em algum lugar, evite aproximar-se. Se puder, avise aos outros ou sinalize a existência do enxame, precavendo outras pessoas.

2. Cheiros fortes, barulho, batidas, vibração ou movimentos bruscos tendem a provocar uma reação da colônia, portanto evite provocar tais fatores na proximidade das abelhas.

3. Abelhas em flores, refrigerantes ou outra fonte de açúcar, raramente atacam as pessoas, portanto deixe-as em paz que elas tenderão a ignorá-lo. Se possível, esconda ou remova a fonte de açúcar, isso evitará que a abelha recrute novas companheiras para a fonte e alimento, o doce.

4. Se não tiver conhecimento técnico sobre apicultura, nem equipamento de proteção apropriado, não tente remover enxames ou tirar mel, principalmente no ambiente urbano, pois isso pode causar um ataque na vizinhança, podendo inclusive resultar na morte de pessoas ou animais.

5. Caso encontre um enxame, procure os bombeiros, guarda civil ou algum apicultor experiente para removê-lo.

Para mais informações:

Grupo de Pesquisa "Biologia da Socialidade" 
Contato: Prof. Angel Roberto Barchuk, Prof. Paulo Emílio Ferreira de Alvarenga ou Profa. Lívia Maria Rozatto Moda
Fone (35) 3299 1360 / 999129 8706 
 
Escritório Local de Inovação e Transferência de Tecnologia - ELITT do Instituto Federal Sul de Minas, campus Muzambinho
Contato: Prof. Rubens Marcelo de Castro
Fone (35) 3571 5051

SOBRE O GRUPO DE PESQUISA

O Grupo de Pesquisa da  UNIFAL-MG “Biologia da Socialidade” é formado pelos professores Lívia Maria Rosatto Moda, Paulo Emílio Ferreira e Alvarenga, e Angel Roberto Barchuk, e alunos de Graduação e Pós-Graduação, que desenvolvem projetos de ensino, pesquisa e extensão, com abelhas Apis mellifera no Apiário Experimental situado no Sítio de Produção Orgânica “das Rosas”, Alfenas, e no Laboratório de Biologia Animal Integrativa, Departamento de Biologia Celular, Tecidual e do Desenvolvimento do Instituto de Ciências Biomédicas

Os pesquisadores têm como objetivo fundamental desvendar os processos morfológicos, celulares e moleculares que conduzem ao desenvolvimento de polifenismos em insetos e como eles evoluem a partir de grupos de insetos que carecem desta plasticidade.

Informações: Angel Roberto Barchuk, professor do Instituto de Ciências Biomédicas da UNIFAL-MG e pesquisador do Grupo de Pesquisa "Biologia da Socialidade"