Comunidade da UNIFAL-MG debate novo modelo educacional para o Ensino Médio

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Universidade recebeu o deputado Reginaldo Lopes para a apresentação da proposta

Estudantes, professores e gestores da UNIFAL-MG, e também autoridades municipais e representantes de outras instituições e escolas de Alfenas e região, acompanharam a proposta de um novo modelo educacional para o Ensino Médio brasileiro, apresentada pelo deputado federal Reginaldo Lopes, na noite desta segunda-feira, 09/11, no auditório Dr. João Leão de Faria.

“Quanto melhor for o Ensino Médio, melhor será a própria universidade, por isso, desde o primeiro momento em que foi estruturada a Comissão Especial de Reformulação do Ensino Médio no Brasil, pelo deputado, estivemos à disposição para acolher esse trabalho. É uma satisfação para a UNIFAL-MG receber um evento tão importante para a educação brasileira. Nós todos temos, acredito, a convicção da necessidade dessa reformulação, particularmente, essa Universidade, aonde os alunos ingressantes vêm diretamente do Ensino Médio”, comentou o reitor, Prof. Paulo Márcio de Faria e Silva, durante a abertura, aproveitando para agradecer publicamente o apoio que o deputado tem dado à Educação de Minas Gerais, em especial à Educação Superior.

De acordo com o deputado Reginaldo Lopes, a estrutura do Ensino Médio do Brasil não responde mais às expectativas dos jovens e nem à necessidade da economia, uma vez que apenas 12% dos jovens conseguem sair do Ensino Médio e entrar em uma faculdade, sendo que os outros 80% ficam sem uma opção.

Em entrevista à Assessoria de Comunicação Social (Ascom), o deputado argumentou que o Ensino Médio não cumpre as três finalidades descritas no Artigo 35 da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) quanto ao preparo do jovem para a vida, para continuar estudando e para o mercado de trabalho. “O Ensino Médio não é crítico, não forma um cidadão pleno para a cidadania. O Ensino Médio não prepara o jovem para o mundo do trabalho. Não desenvolve atividades laborais. E menos ainda, prepara o jovem para continuar estudando. Ele certifica o jovem para fazer o Enem, mas o Enem vai à outra direção. O Enem vai para as áreas do conhecimento e propõe um ensino transversal de interpretação, multidisciplinar. E o Ensino Médio vai à área do conteudismo fragmentado, da decoreba, da memorização, portanto, nem preparar o jovem para continuar estudando, ele prepara decentemente. Por isso, nós queremos fazer uma reforma”, justificou.

A nova proposta prevê que o estudante cumpra a Base Comum Nacional, mas tenha o direito de escolher uma opção formativa. “É importante que o jovem seja protagonista de sua própria caminhada, que ele tenha o desejo, o direito e a oportunidade de escolher o seu caminho. Então, nós estamos propondo, além da Base Nacional Comum, as opções formativas. O estudante escolhe. Se ele quer ser engenheiro, deixe que ele estude mais Matemática. Não impõe para ele mais linguagens. E se ele deseja ir para o mundo do trabalho, vamos ofertar um regime de colaboração pelos eixos tecnológicos, a formação profissionalizante”, enfatizou, afirmando que é fundamental que o Ensino Médio seja flexível e diversificado.

Conforme o autor do Projeto de Lei nº 6.840/2013, a sugestão é direcionar o ensino por áreas do conhecimento. “O mundo inteiro optou pelas áreas do conhecimento. O mundo inteiro não pode estar errado e a gente estar certo”.

Defendendo o itinerário formativo, o parlamentar afirmou que o estudante deve aproveitar seus créditos, tanto no ensino tecnológico quanto nas universidades. “Por que não considerar a experiência laboral do jovem trabalhador? Por que isso não vira crédito? Vamos fazer um Ensino Médio por matéria, por semestre, por bimestre, por áreas do conhecimento”, disse. O deputado ainda indagou por que o jovem que para de estudar em março, por exemplo, precisa esperar o ano seguinte, para voltar à escola.  “Por que ele não pode voltar em agosto? Por que ele não pode fazer uma área do conhecimento e deixar outra área para depois?”, questionou.

Após a explanação, houve expressiva manifestação do público presente, que apresentou dúvidas e comentou alguns aspectos da proposta.   

Participaram da mesa de honra, os convidados:

  • Deputado federal Reginaldo Lopes;
  • Reitor, Prof. Paulo Márcio de Faria e Silva;
  • Prefeito de Alfenas, Maurílio Peloso;
  • Acadêmico Ohiama Aires Santos Bráulio, representando o Diretório Central de Estudantes da Universidade;
  • Secretário de Saúde de Limeira-SP, Luiz Antonio da Silva;
  • Pró-reitor de Ensino do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais (IFSULDEMINAS), Prof. Carlos Alberto Machado;
  • Prefeita de Carmo do Rio Claro, Cida Vilela.

“Nós estamos agora trabalhando os últimos detalhes para fechar a convergência a favor da reforma do Ensino Médio”, finalizou o deputado.

A Comissão Especial de Reformulação do Ensino Médio no Brasil foi constituída em 2012 para promover estudos e preposições para reformulação do Ensino Médio. Em 2013, o deputado Reginaldo Lopes apresentou o Projeto de Lei nº 6.840, após  amplo debate e do trabalho conjunto com todas as esferas da sociedade brasileira – incluindo movimentos sociais, estudantes, representantes de instituições de ensino e parlamentares.