Discente da UNIFAL-MG é aceita em doutorado direto na UFRJ

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Graduada em Biotecnologia, Flávia Arantes já inicia elaboração de sua tese

Flávia Arantes Pires Lage, graduada em Biotecnologia pela UNIFAL-MG, foi aceita pelo Programa de Pós-Graduação Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos, com ênfase em Biotecnologia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), sem ter concluído mestrado.

A oportunidade veio em decorrência do Prêmio Destaque de Iniciação Cientifica e Tecnológica do CNPq, edição 2015, conquistada pela acadêmica pelo trabalho intitulado “Preparação de biocatalisadores por imobilização de lipase de Rhizomucor miehei e Mucor javanicus em suporte hidrofóbico para posterior aplicação em reações de síntese de interesse industrial”, desenvolvido sob orientação do Prof. Adriano Aguiar Mendes, do Instituto de Química da UNIFAL-MG.

“No momento eu já estava cursando um mestrado na UNIFAL-MG em Engenharia Química. Durante a entrega do prêmio, surgiu a possibilidade de migração dessa bolsa de mestrado para uma de doutorado direto. Após analisar essa possibilidade com bastante calma, a UFRJ e eu fizemos contato para uma futura parceria”, conta Flávia, explicando que para fazer essa entrada direta, precisou abandonar o mestrado.

Já ativa no programa, a acadêmica inicia a elaboração da tese, voltada para o estudo de algas marinhas para a produção de bioetanol e outros produtos com potencial biotecnológico de interesse industrial.

Projeto de pesquisa

“No âmbito mundial, a demanda por combustível cresce a cada minuto e as fontes tradicionais (petróleo) estão perto da escassez. Além disso, a queima desses combustíveis gera uma poluição incontrolável. Como alternativa, surge então a necessidade da busca por combustíveis não fósseis e que agridam com menor intensidade o meio ambiente”, esclarece.

Conforme Flávia, a pesquisa desenvolvida pelo grupo do qual fazia parte na UNIFAL-MG era voltada para tentar diminuir essa problemática. “O estudo se baseava em gerar produtos de interesse industrial usando matérias-primas vegetais e residuais (como azeite de oliva). Porém, apesar dessa proposta ser altamente promissora e eficaz, e já ser utilizada em várias indústrias pelo mundo, alguns problemas ainda estão parcialmente sem solução”, diz, enfatizando que o setor agrícola necessita de uma extensa área territorial para a produção dessa matéria-prima, além da elevada quantidade de insumos agrícolas utilizados para controle de pragas e crescimento dessas plantações.

“Com o uso de algas marinhas (conhecido como biomassa marinha), o problema territorial é atenuado e o uso de insumos é dispensado. Estudos já apresentados na literatura indicam que a quantidade de biocombustível produzido com o uso desse tipo de biomassa é satisfatória e justifica estudos mais aprofundados no setor”, ressalta.

Satisfação pelo trabalho reconhecido

Em conversa com a Assessoria de Comunicação Social, Flávia também falou da satisfação de ter conseguido a oportunidade de fazer doutorado direto, destacando a qualidade da formação propiciada no trabalho realizado junto ao grupo de pesquisa da UNIFAL-MG.  “É sempre muito bom ver que trabalhos realizados com tanto carinho e dedicação são reconhecidos e têm a chance de contribuir para a ciência de alguma forma. Nosso grupo de pesquisa sempre trabalhou com muito amor e empenho e, hoje, nosso orientador, o professor Adriano, pode ter orgulho dos profissionais que ele ajudou a formar. Todos os membros egressos do grupo estão bem colocados no mercado de trabalho ou no meio científico”, salientou.

Motivada com a nova jornada acadêmica, a discente conclui: “A vaga no programa surgiu como o passo mais importante para a concretização de um sonho. Desde sempre eu soube que queria ser cientista e professora, estou mais perto disso do que nunca. A satisfação é enorme e a empolgação é gigante”.

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Foto: arquivo pessoal de Flávia Arantes Pires Lage