"A saúde mental do adolescente e o uso de álcool, tabaco e outras drogas"

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A saúde mental pode ser definida por um conjunto de comportamentos que possibilitam relacionamento pessoal e social saudável do indivíduo com outras pessoas. No caso da adolescência, há grande instabilidade emocional, questionamentos e conflitos e são frequentes os problemas de saúde mental. Os ministérios da Saúde, do Planejamento e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE realizaram três edições da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar – PeNSE (2004, 2012 e 2015) com adolescentes de 13 a 17 anos, a fim de acompanhar a saúde nesta faixa etária.

Os resultados mostraram que uma boa parte dos adolescentes sofre com o sentimento de solidão, com ausência de amigos próximos, ansiedade e insônia. Em todas as regiões do país, a quantidade de meninas que se sentiam só era mais que o dobro do que dos meninos. Por outro lado, o número de meninos que não tinham amigos próximos era superior. Os resultados ainda mostraram que a ansiedade leva à perda de sono com maior frequência nas meninas do que nos meninos.

A PeNSE apontou que o uso de tabagismo, álcool e outras drogas aumenta com a idade e está associado ao meio familiar e a saúde mental. Indicadores como solidão e insônia mostraram maior risco de uso de substâncias psicoativas, como forma de tentar lidar com o estresse, tensões e situações de sofrimento e não ter amigos próximos está mais associado ao uso de tabaco e drogas. Por outro lado, ter amigos aumentou a chance de uso de álcool em escolares, pois na nossa cultura ele é usado associado ao prazer, à convivência, à celebrações e festas, sendo estimulado o seu uso no convívio social. Há predominância do uso de álcool entre as meninas e de outras drogas entre os meninos.

A convivência e a união familiar exercem um efeito protetor na prevenção contra o uso de álcool e outras drogas consideradas de risco. No contexto familiar, os fatores de proteção mais importantes para reduzir o uso destas substâncias para lidar com problemas foram: supervisão familiar ou saber o quê o filho está fazendo no tempo livre, fazer refeições em conjunto, conversar e morar com os pais. É importante os pais demonstrarem interesse em relação à vida cotidiana dos filhos, pois o apoio dos pais e uma boa comunicação com os filhos, assim como o monitoramento dos escolares pelos responsáveis, exercem uma forte proteção contra estes comportamentos de risco.

Colaboração: PET Enfermagem, Profa. Adriana Olímpio Barbosa Felipe; Projeto Comunicação e Informação em Enfermagem e Saúde; Escola de Enfermagem e Pró-Reitoria de Extensão da UNIFAL-MG. Coordenação Profa. Erika de Cássia Lopes Chaves e Profa. Simone Albino da Silva.

Referências consultadas:

MALTA, D.C. et al. Uso de substâncias psicoativas, contexto familiar e saúde mental em adolescentes brasileiros, Pesquisa Nacional de Saúde dos Escolares (PeNSE 2012). Rev. bras. Epidemiol., Brasília, 2014.

IBGE. Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar. Rio de Janeiro, 2016. Disponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv97870.pdf>. Acesso em: 22 nov. 2017.