Iniciação Científica e Extensão se integram na construção de conhecimentos

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UNIFAL-MG reuniu trabalhos de pesquisa e extensão em simpósio realizado pela PRPPG e Proex

Mais de 400 trabalhos foram apresentados durante o 1º Simpósio Integrado: Iniciação Científica e Extensão construindo conhecimentos, promovido pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG) em parceria com a Pró-Reitoria de Extensão (Proex) da UNIFAL-MG, de 12 a 14/11.

“O ambiente universitário não deve ser o lugar de transmissão de conhecimentos cristalizados e apartados da sociedade, mas, sim, um lugar de fomentação e instigação intelectual, que permita a construção de saberes inovadores e relevantes na formação dos alunos e que, no futuro, repercuta quando da sua inserção como profissional na sociedade”, descreve a organização na página do evento.

A abertura foi realizada na Unidade Educacional Santa Clara, na quinta-feira, 12/11, com a apresentação “Quick Change” dos alunos que participam do programa de extensão CasaCiência, coordenado pela professora Márcia Cordeiro, do Instituto de Química.

Sob a coordenação do professor Carlos Tadeu Siepierski, do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), a cerimônia contou com a presença do reitor, Prof. Paulo Márcio de Faria e Silva; da pró-reitora de Graduação, Profa. Lana Ermelinda da Silva dos Santos; da pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Profa. Eva Burger; e da pró-reitora de Extensão, Profa. Eliane Garcia Rezende.

“O evento foi organizado para criar as condições adequadas para que os nossos alunos de Extensão e de Iniciação Científica apresentem os resultados dos seus trabalhos, sejam parciais ou finais”, apresentou o objetivo do simpósio, Prof. Carlos Tadeu, anunciando que o evento recebeu a inscrição de 426 trabalhos, sendo 300 de Iniciação Científica e 126 de Extensão.

Em pronunciamento, o reitor agradeceu a equipe organizadora pela realização do evento e também aos convidados do simpósio. Prof. Paulo Márcio enfatizou a importância da Iniciação Científica e dos trabalhos de Extensão, bem como dos programas de Iniciação a Docência existentes na Instituição. “Todas estas atividades que a Universidade oferece em conjunto com as atividades regulares de formação, são essenciais na formação dos nossos jovens”, afirmou, lembrando que os programas oportunizam o contato com pesquisados e desenvolvimento da ciência.  “A capacidade de criar, de inovar, de fazer diferente, é isso que o jovem também precisa aprender na Universidade. Ele não precisa ser alguém que apenas repete aquilo que está já escrito, ele precisa avançar o conhecimento”.

A pró-reitora de Graduação também cumprimentou a organização do evento e destacou a participação dos discentes que submeteram seus trabalhos ao simpósio. “A Graduação não faz parte da organização direta, mas ela se sente envolvida porque o brilhantismo dos nossos alunos em apresentar um número tão grande de trabalhos, só consolida a qualidade dos cursos de Graduação da Universidade Federal de Alfenas”, frisou Profa. Lana.

A pró-reitora de Extensão, Profa. Eliane, iniciou sua fala, expressando sua emoção por contar com um auditório lotado para a abertura do evento integrado. Em seguida, enalteceu o papel da universidade de exercitar teorias e práticas transformadoras da sociedade. “Uma Universidade democrática e sensível aos problemas sociais deve realizar suas atividades de extensão, pesquisa e ensino norteados à transformação do ser humano em seus diferentes nichos, possibilitando não só a divulgação do conhecimento científico, mas a apropriação desse conhecimento pela sociedade - como parte de seu compromisso social”, explicou, acrescentando: “Essa é a perspectiva que almejamos com a integração aqui apresentada no nosso 1º Simpósio Integrado: apresentações conjuntas e reflexões sobre a prática e a produção científica realizadas por meio das ações extensionistas e da iniciação científica. Mostrando a indissociabilidade entre a extensão, a pesquisa e o ensino”.

Manifestando satisfação em receber os participantes do evento, a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Profa. Eva, pontou a iniciativa da realização conjunta do simpósio, sinalizando que é o primeiro passo no sentido de integrar as produções dos alunos da UNIFAL-MG.  “É a primeira vez em muitos anos que o formato do evento de Iniciação Científica é assim, integrado. E é a primeira vez que temos painéis digitais. Isso se deve à vontade que tivemos, a PRPPG e a Proex, de congregar tudo o que se faz em pesquisa em nível de Iniciação Científica. Sem rótulos. A distinção deixando de ser ‘pesquisa’ ou ‘extensão’ e passando a ser ‘qualidade’”, disse, agradecendo também aos avaliadores externos do evento e às equipes da organização.

 

"Pesquisa, Ensino e Extensão: Uma integração necessária!"

A palestra de abertura foi ministrada pelo professor Domingos Luiz Wanderley Picanço Diniz, diretor do campus de Oriximiná da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa).

O convidado compartilhou sua experiência na Coordenação do Programa de Ação Interdisciplinar (PAI), que abrange a inclusão de educação científica no ensino básico envolvendo pesquisa integrada ao ensino e à extensão em todos os níveis de formação, da pós-graduação stricto-sensu até o quinto ano do ensino fundamental.

Em conversa com a Assessoria de Comunicação Social, Prof. Domingos explicou por que a integração entre Pesquisa, Ensino e Extensão é necessária. “Todos os movimentos que a universidade pública federal fez até hoje no sentido de desenvolvimento dela própria, fez de forma segmentada; ou seja, ora hipertrofia a pesquisa, ora hipertrofia o ensino e muito menos a extensão. A extensão é algo muito mais assistencialista, então com o tempo, não só a universidade, como a gestão de ciência e educação, sentiu necessidade de juntar essas peças”, contou, informando que existe uma intenção política de educação, ciência e tecnologia, mas não existe a integração na prática.

“Qual é a vantagem de você fazer a integração necessária?”, pergunta o pesquisado, respondendo: “A vantagem é que a universidade cumpre algo que enquanto regra, legislação e normatização do MEC, coloca a todas como missão, a indissociabilidade de ensino, pesquisa e extensão. Isso foi feito para amarrar exatamente os compromissos, objetivos da universidade que depois de gerar conhecimento novo e um ensino de qualidade, precisa devolver isso com impacto positivo à sociedade. Essa é a parte mais difícil, porque a extensão foi relegada todo esse tempo apenas a uma complementação de treinamento profissionalizante e no máximo um assistencialismo que devia ser cumprido pelo Estado”, esclareceu.

Aceitando o desafio de implantar um campus da Ufopa em Oriximiná-PA, sua cidade natal, o professor idealizou também um programa para integrar ensino, pesquisa e extensão, o chamado Programa de Ação Interdisciplinar (PAI). “Em um curso de graduação, o programa aumenta o compromisso do aluno com a instituição, com a sua formação e faz com que o aluno aprenda a cuidar da sua própria sociedade”, comentou.  

O Prof. Domingos também falou sobre os diferenciais do PAI.  “O bom disso tudo é que você consegue atender a todos os princípios. Você consegue ter um ser humano mais maduro, mais responsável, mais compromissado com a sua própria sociedade, em um lugar como aquele ermo, longe de tudo, onde tudo é muito difícil, foi como se fosse você ter uma varinha de condão. E aí você vê isso se transformar na maturidade do aluno que você forma. Quando termina o curso, ele se sente seguro para tocar a vida. É diferente da maioria dos cursos que você oferece na universidade porque ele conhece tudo, conhece todas as extensões da profissão dele, aonde ele pode ajudar, aonde ele pode contribuir, aonde ele é necessário, aonde ele pode complementar ações que já existem, orientar o estado, orientar os governos aonde ele tiver e eu acho que por isso a integração é necessária”, afirmou.

Iniciado em 2008, o projeto já reúne bons resultados alcançados, que segundo o palestrante, comprovam que a integração é possível e o quanto a ação transformada na sociedade vale a pena. "Obviamente uma sociedade menor sofre um impacto muito mais positivo, mas em uma sociedade maior, você pode projetar esses programas nos bairros de periferia, por exemplo, que aí você vê as coisas acontecerem, porque é inadmissível que uma universidade cheia de muralhas, não consiga enxergar a favela que está do lado”, declarou.

As apresentações dos trabalhos, organizadas em sessões, foram realizadas na sede nos dias 13 e 14/11.

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