[1]Recentemente, diversas empresas têm aplicado um conceito chamado terceirização de multidões (crowdsourcing). Esta ideia geralmente é aplicada quando uma companhia possui um problema complexo e que até então não foi capaz de resolvê-lo. Neste contexto, a empresa explica detalhadamente o problema para a comunidade mundial, geralmente através de uma plataforma online, divulgando dados para que qualquer pessoa possa tentar criar soluções. Há atualmente uma plataforma online chamada Kaggle [2] que centraliza quase meio milhão de pesquisadores, de diversas áreas, dispostos a tentar resolver tais problemas. Estes pesquisadores são atualmente chamados data scientists. Empresas e organizações como Wikipedia [3], Airbnb [4], Cern [5] e Facebook [6] já utilizaram a plataforma Kaggle para recrutar pesquisadores.
No mês de outubro de 2015, a empresa britânica Winston Capital [7] publicou um desafio para a previsão de retorno de ações considerando, tanto previsões intraday (minuto a minuto), como também previsões diárias. Para a tentativa da previsão dos retornos, a empresa divulgou também 25 indicadores que os pesquisadores poderiam utilizar nesta tarefa. Neste contexto, 832 pessoas aceitaram o Desafio do Mercado de Ações da Winton Capital [8] que tinha como objetivo a submissão de mais de 7 milhões de previsões. O campeonato terminou no dia 26 de janeiro de 2016.
Ao final da competição, o coordenador do curso de Ciência da Computação da UNIFAL-MG, Prof. Humberto Brandão, conquistou a 2ª colocação no ranking geral, se estabelecendo na região de premiação – a empresa Winton Capital premiará os 6 primeiros colocados no desafio.
[9]O Prof. Humberto Brandão [9] acredita que a repercussão do resultado da competição estimulará estudantes da Universidade Federal de Alfenas para a participação em novos desafios. Segundo ele, isso poderá tornar os futuros egressos mais atrativos para o mercado de trabalho, e também os colocará em evidência no mercado mundial. O professor também ressaltou a importância das disciplinas de Inteligência Artificial e Otimização (Pesquisa Operacional), destacando a relevância do conhecimento nas mesmas para problemas de difícil solução. “A realização de pesquisa aplicada com a utilização de dados reais e complexos é de fundamental importância para tentar aproximar o mercado da academia, pois ainda há nesta relação uma forte carência no Brasil”, afirmou o professor.
De acordo com o Prof. Humberto, sua participação neste campeonato soma com os recentes avanços científicos do Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento (LP&D) por ele liderado.O pesquisador acredita que o conhecimento adquirido durante o desafio irá contribuir para inclusão de mais detalhes em futuros artigos, o que poderá auxiliar no avanço científico da área.
Atualmente, dentro da comunidade interdisciplinar com mais de 458.000 pesquisadores, o Prof. Humberto Brandão da UNIFAL-MG está classificado [10] como o 118º melhor data scientist do mundo.
Informações: Roberto Dias de Alencar, secretário do Instituto de Ciências Exatas da UNIFAL-MG