Time da UNIFAL-MG está na final da competição mundial Data Science Game

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Equipe da Universidade se classificou na 10ª posição no desafio exclusivo para estudantes
Equipe "The First Brazilian Snipers": Vinícius Vieira Albano, José Carlos Tobias da Silva, Matheus Costa da Silva e Rodolfo Sydow Leme da Silva

Pela primeira vez na história, o Brasil teve times classificados na competição Data Science Game, exclusiva para estudantes da área de Computação. Entre os 145 times participantes, a UNIFAL-MG se classificou na 10ª posição.

De acordo com o professor do curso de Ciência da Computação da Universidade, Humberto Brandão, um dos pesquisadores da área de Inteligência Artificial, que incentiva os alunos a participarem de competições que envolvem a utilização de dados para resolver problemas, apenas os melhores 20 times se classificaram para a fase final, que será realizada em Paris (França). “Nossa equipe ficou em décimo lugar, sendo a equipe que mais subiu posições na reta final”, conta, acrescentando que o grupo conseguiu subir 16 posições. “Isso mostra que estávamos fora da zona de classificação ‘aos 45 minutos do segundo tempo.’”

Prof. Humberto destaca que este foi o primeiro ano em que as equipes brasileiras foram classificadas para a final mundial e, que, além do grupo da Universidade, também um time da USP de São Carlos, formado por três egressos da UNIFAL-MG, se classificou em sexto lugar. “Vale ressaltar que dos quatro componentes deste time, três são egressos da UNIFAL-MG, o que mostra um pouco da importância da UNIFAL-MG no cenário nacional desta área”, enfatiza.

Esta é a segunda vez que a Universidade participa da competição, sendo o grupo constituído por quatro alunos que estão entre o 3º e o 8º períodos. “A participação do discente do 3º período nos garante um estímulo da própria classe discente nas próximas edições”, ressalta Prof. Humberto. Segundo o pesquisador, no ano passado, a Universidade participou com um time, que ficou próximo da zona de classificação, à frente da USP e ITA, dentre todas as outras universidades brasileiras. “Com certeza a participação em 2016 serviu como aprendizado para o técnico da equipe e também para os alunos”, frisa.

A equipe da UNIFAL-MG, batizada de "The First Brazilian Snipers", é constituída pelos alunos: Vinícius Vieira Albano, José Carlos Tobias da Silva, Matheus Costa da Silva e Rodolfo Sydow Leme da Silva.

A COMPETIÇÃO

Conforme Prof. Humberto, a competição Data Science Game 2017 envolveu a criação de um filtro inteligente para um aplicativo de músicas chamado Deezer (maior concorrente atual do Spotify). “A empresa Deezer publicou milhões de situações onde usuários do aplicativo escutaram ou pularam músicas que haviam sido sugeridas automaticamente pelo próprio sistema de Inteligência Computacional da empresa”, informa. Os alunos tinham acesso a dados como o gênero da música, a data e a hora em que ela foi sugerida, qual usuário recebeu a sugestão, gênero do usuário, o álbum em que a música se encontrava, batidas por minuto da música, entre outras informações.

“Utilizando os casos já conhecidos (se os usuários pularam ou não a música), nossa equipe desenvolveu um filtro que melhorou a recomendação de músicas da Deezer em mais de 17%, evitando assim a sugestão de músicas que seriam puladas. Para avaliar a robustez da solução das equipes, foram dadas quase 20.000 situações onde não se sabia a resposta (se a música seria escutada ou pulada). Apenas a organização tinha conhecimento das respostas corretas”, explica.

Para estes casos o sistema desenvolvido pelos alunos indicou se o filtro deveria bloquear ou não a sugestão daquela música, para aquele usuário, naquele instante do tempo. “Melhorar o desempenho de sistemas inteligentes já criados não é tarefa fácil, principalmente, considerando que a solução inicial foi criada por um time profissional de Data Scientists”, diz.

A criação da solução partiu de um trabalho intenso de pesquisa dos discentes para traçar um perfil de cada usuário, bem como para aqueles que tinham um volume de dados suficiente para isso ser feito, e traçar um perfil geral, para os usuários com um histórico pequeno dentro do aplicativo.

“Um problema prático, do mundo real, do universo de entendimento deles e de considerável complexidade (melhorar a Inteligência Artificial de um time profissional que só trabalha com isso); ter um time entre as melhores do mundo nesta concorrida competição, me traz um grande orgulho e também a certeza que estamos em um caminho certo, fazendo ciência aplicada, de ponta, e formando profissionais altamente qualificados”, afirma o professor, ressaltando que não há alunos de pós-graduação em Computação na UNIFAL-MG, e nem por isso, a Instituição deixa de formar profissionais qualificados, ao ponto de construírem soluções mais robustas que doutorandos das universidades mais renomadas do mundo. "É muito gratificante, para mim, ver a UNIFAL-MG em destaque em uma competição tão importante como esta. O problema por eles resolvido foi desafiador e, a priori, complexo, mas não por isso desistiram. Trabalharam duro até criar uma solução robusta e capaz de melhorar a precisão do sistema real", comenta orgulhoso.

Na opinião do pesquisador, o orgulho pela conquista é também de todos os demais docentes que participaram ou participam da formação em fundamentos de computação da equipe, sendo o resultado, parte do reflexo do trabalho realizado no Departamento de Ciência da Computação. “A equipe da UNIFAL-MG foi a única classificada que possui apenas graduandos como integrantes. Todas as outras possuem mestrados e/ou doutorandos. Isso é mais um demonstrativo de força da equipe docente da UNIFAL-MG”, salienta.

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NOVOS DESAFIOS

Os estudantes da UNIFAL-MG buscam agora recursos que possam subsidiar a participação do time na final mundial que acontecerá na França. “Esperamos ter apoio da Universidade para não perdermos esta oportunidade ímpar na carreira dos discentes e também de importância para a UNIFAL-MG”, diz Prof. Humberto. “Não tenho dúvidas que eles poderão conhecer representantes de grandes empresas desta área que buscam, neste competição, os maiores talentos do mundo nesta área”, acrescenta.

A área de Data Science é atualmente a que melhor emprega egressos do curso de Ciência da Computação, sendo considerada uma das mais importantes dentro da Inteligência Artificial.

Vale lembrar também, que nos últimos dois anos, o professor Humberto ganhou destaque em desafios internacionais na área de Inteligência Artificial ao criar novas formas de resolver problemas considerados complexos, o que motivou a procura por Iniciação Científica nesta área, inclusive de alunos interessados em IC voluntária.

Esses desafios são lançados por empresas que têm aplicado um conceito chamado terceirização de multidões (crowdsourcing), o qual funciona da seguinte maneira: quando uma companhia possui um problema complexo e que até então não foi capaz de resolvê-lo, esta companhia explica detalhadamente o problema para a comunidade mundial, geralmente através de uma plataforma online, divulgando dados para que qualquer pessoa possa tentar criar soluções.

O pesquisador ganhou os prêmios da Winston Capital e da Associação Norte-Americana de Basquetebol (NBA).

Confira a fase final do Data Science realizado em 2016:

Fotos: Fabiano Castro de Brito, técnico de Tecnologia da Informação do Instituto de Ciências Exatas da UNIFAL-MG