Time Mining Games conquista medalha de bronze em Jogos Internacionais

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Equipe da UNIFAL-MG se destacou entre as 10 melhores do mundo nas olimpíadas de mineração

Entre os dias 25/03 e 05/04, o Time Mining Games da UNIFAL-MG, campus Poços de Caldas, representou, pela terceira vez, a América Latina, o Brasil, a cidade de Poços de Caldas e a Universidade durante o 38º International Mining Games, as olimpíadas anuais da mineração, que neste ano foram sediadas na Montana Tech - University of Montana, na cidade de Butte - MT, nos Estados Unidos.

A equipe foi formada por seis estudantes do curso de Engenharia de Minas do campus Poços de Caldas: André Santos, Gabriel Silveira, Henrique Lima, Maria Teresa, Valquíria Matt e Rodolfo Corrêa, capitão da equipe.

O projeto, que foi iniciado no ano de 2012, evolui a cada ano. Em 2014 o time participou, pela primeira vez na história, da competição nos EUA, em Rolla – MO; no ano seguinte, a participação ocorreu na Austrália, em Kalgoorlie – WA.

Previamente às provas da competição, a equipe teve a oportunidade de participar de algumas visitas técnicas na cidade histórica do cobre, Butte. Conforme conta Rodolfo Corrêa, acadêmico que coordena a equipe, primeiramente, foi visitada a Montana Resources, empresa responsável por extrair cobre, zinco, molibdênio, prata e ouro. Os integrantes conheceram a cava da mina a céu aberto e, também, a usina de beneficiamento, passando desde o carregamento até as células de flotação. "Em seguida, foram visitadas as antigas instalações das minas subterrâneas, parte da antiga empresa Anaconda, compondo cerca de 10 mil quilômetros de túneis horizontais. Por fim, foi visitada a mina subterrânea da Montana Tech, a Universidade sede do evento, que possui uma mina subterrânea experimental, utilizada em disciplinas práticas e obrigatórias dentro da grade do curso de Engenharia de Minas", detalha.

Em um período do ano em que na sede dos Jogos a temperatura atinge cerca de 10 graus negativos, o time teve que se adequar, no pequeno espaço de tempo, às temperaturas negativas, desafio vencido durante o dia dos treinos oficiais e durante toda a competição. "A equipe brasileira iniciou os treinamentos constantes em janeiro deste ano, a medida que foram sendo adquiridos os materiais e equipamentos necessários para reprodução das provas no centro de treinamento localizado dentro campus", conta.

No total são sete provas distintas. A equipe pôde treinar em sua totalidade quatro delas (Hand Steel, Gold Pan, Swede Saw e Survey). "Duas das provas foram treinadas de maneira alternativa (Track Stand e Mucking – a prova mais tradicional do evento), utilizando, por exemplo, tambores ao invés de um carrinho de minério, equipamento para o qual se busca, junto dos próprios trilhos de trem utilizados nas provas, apoio e parcerias de empresas. Houve, no entanto, uma prova para a qual o time treinou apenas no dia oficial de treinos durante o evento, a prova Jackleg que, para execução no CT, necessita de equipamentos e materiais com custos mais elevados: uma perfuratriz pneumática de coluna, a bomba e os blocos de concretos", descreve Rodolfo.

A 38º edição contou com a participação de mais de 40 equipes, sendo que na categoria mista, da qual o Time faz parte, foram 16 times competindo. "Em 2015, na mesma categoria, participaram 29 equipes e a equipe brasileira ficou na 17ª colocação. Este ano, competindo com 16 das melhores e mais importantes equipes que participam anualmente do evento há quase 40 anos, o time brasileiro ocupou  a 9ª posição, colocando-se, portanto, entre os 10 melhores times do mundo", comemora.

Rodolfo ressalta que na prova Gold Pan, que consiste em achar cinco pepitas de um mineral mais denso no menor tempo possível, realizando movimentos com uma bateia cheia de ganga, a equipe ficou em 5º lugar. Na prova Survey voltada para topografia, na qual devem ser encontradas as coordenadas de um ponto a partir de um outro ponto, onde se conhece sua coordenada e seu azimute de ré, utilizando um teodolito com mais de 100 anos, a equipe ficou em 3º lugar, ganhando, portanto, uma medalha de bronze, a primeira medalha do Brasil na história do evento internacional. "Nesta prova, o resultado da equipe foi excelente; obteve-se um erro de 0,34 ft acumulado dos três eixos, resultado com a melhor precisão do dia. No entanto, devido a uma penalidade por atraso de 30 segundos na entrega dos resultados, houve um acréscimo de 1,5 ft de erro nas coordenadas finais, levando à terceira colocação na prova", explica o capitão do time brasileiro.

Na cerimônia de encerramento, ao ser chamada para subir ao palco e receber as medalhas e uma placa de premiação, a equipe brasileira foi ovacionada por estudantes, professores, profissionais e membros das empresas patrocinadoras de todo o mundo, manifestação presenciada durante todo o evento: o Brasil sendo bem representado e festejado não apenas pela participação, mas também por apresentar resultados positivos e estar evoluindo a cada ano, com perseverança, comprometimento, busca por excelência e paixão, paixão que abrange todo o setor da mineração por meio do desenvolvimento da prática e da celebração esportiva.

"Em 2016 o Time não brigou apenas por medalhas, mas lutou para trazer os Jogos Internacionais para o Brasil e, também, para organizar o 1º Jogos Nacionais de Mineração. Foi determinado pela comissão organizadora internacional e pelos capitães das equipes, que a sede para o ano de 2018 será a Inglaterra, no entanto, para o ano de 2019, o Brasil, Poços de Caldas e a UNIFAL-MG estão cotados para sediar o evento", anuncia Rodolfo.

No próximo ano, como já determinado na 37ª edição, o país sede será novamente os Estados Unidos. "É de responsabilidade das universidades e suas equipes preparar e estruturar o centro de treinamento dentro do campus, portanto, para que a UNIFAL-MG possa sediar o evento, muito trabalho deve ser feito antes da próxima votação, que será realizada no ano que vem", observa o coordenador da equipe da Instituição.

A efetivação do projeto anual para 2016 foi obtida por meio da aprovação de dois projetos submetidos pela equipe em Poços de Caldas. Um projeto foi aprovado no Programa de Patrocínios Direto da empresa DME – umas das melhores concessionárias de energia elétrica do país – e outro projeto aprovado pela Secretaria Municipal de Esportes, apoiado pela Lei Municipal de Incentivo ao Esporte Nº 8.624/09 – que consiste do patrocínio da Prefeitura  Municipal e do incentivo de empresas prestadoras de serviços no município: Ouro Mix – Concreto Usinado, Gran Japan – Concessionária Honda Veículos e Poçostec – Tecnologia em Usinagem. Destaca-se ainda, o patrocínio direto da empresa TSL - Transportadora Santa Luzia de Aguaí – SP (parceira desde o ano de 2014), o apoio da Caldasfer e da Vital Construtora, empresas que forneceram suporte com equipamentos e materiais para o Time, e, finalmente, os 12 meses de bolsas de extensão para o Time, vinculadas diretamente ao projeto de extensão dentro da Universidade.

Este projeto de extensão é coordenado pela professora e coordenadora de curso, Carolina Del Roveri, e engloba diversos projetos extracurriculares, sociais e científicos, permitindo que o Time cumpra seu objetivo de reforçar o valor educacional de experiências esportivas interuniversitárias para um maior número de alunos possível, enquanto garante atividades extracurriculares que envolvem o esporte como forma de integração, iniciativa que tem como base a experiência dos estudantes nos Jogos Internacionais e durante a graduação, criando uma relação entre o curso de Engenharia de Minas da UNIFAL-MG e a comunidade estudantil do município de Poços de Caldas.

"Mais uma vez, diante de muito trabalho, muitas dúvidas e aprendizados, o projeto para 2016 já é um sucesso e a equipe brasileira está feliz em divulgar isto a todos os familiares, amigos, colegas, professores, comunidade mineira e  apoiadores. A medalha de bronze e a colocação entre os 10 melhores do mundo veio realmente para premiar os estudantes e aqueles que acreditam e apoiam o projeto como um todo. Agradecemos a todos, em especial à nossa professora e coordenadora do curso de Engenharia de Minas, Carolina Del Roveri, à funcionária da Secretaria Municipal de Esportes, Andréa Martins, ao Carlos Aberto dos Santos, coordenador CAT/DME e, por fim, a todos os nossos patrocinadores e incentivadores. Obrigado por acreditarem em nosso projeto", finaliza.

Galeria de imagens

Com informações e fotos: Rodolfo Corrêa, acadêmico que coordena a equipe Mining Games da UNIFAL-MG