UNIFAL-MG abre as portas da ciência para alunos da Educação Básica

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Cerca de 3 mil estudantes da região conheceram a estrutura e projetos da Universidade

No mês de outubro, a UNIFAL-MG abriu as portas para visitantes das escolas de Alfenas e região, a fim de apresentar ao público, a produção científica que é desenvolvida na Instituição. O resultado foi surpreendente.  

Cerca de 3 mil alunos de escolas de Alfenas, Campos Gerais, Boa Esperança, Serrania, Machado, Divisa Nova e Paraguaçu, tiveram a oportunidade de conhecer a Universidade e os projetos desenvolvidos em diversas áreas do conhecimento durante a chamada “Semana Nacional de Ciência e Tecnologia”, que este ano trabalhou a temática “Luz, ciência e vida".

Para a professora Márcia Cordeiro do Instituto de Química, que pela terceira vez coordenou as atividades na sede da UNIFAL-MG, a cada ano, a participação de graduandos e escolas, cresce de forma considerável. “Neste ano, ao adotar um novo modelo, maior e mais ousado, com quatro dias de eventos, diversos públicos, minicursos, entre outras atividades, conseguimos avanços inimagináveis”, comemora.

Campus Poços de Caldas

Entre os dias 21 e 23/10, em sintonia com a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, o campus Poços de Caldas realizou atividades que visaram valorizar a criatividade, a atitude científica e a inovação, além de mostrar a importância da C&T para a vida de todos e para o desenvolvimento do país.

Sob a coordenação dos professores do Instituto de Ciência e Tecnologia, Maicon Gouvêa de Oliveira e Rafael de Oliveira Tiezzi, as ações envolveram visitação de escolas aos laboratórios, aos experimentos e realização de minicursos sobre temas como “Introdução à programação com Arduino” e “Scratch” no campus.

Abertura em Alfenas

A solenidade de abertura do evento na sede, no dia 26/11, contou com a apresentação do projeto de extensão Camerata Theophillus e com a presença da vice-reitora da UNIFAL-MG, Profa. Magali Benjamim de Araújo; da pró-reitora de Extensão, Profa. Eliane Garcia; e dos professores Márcia Cordeiro e Wesley Silva, coordenadores do evento.

Em seguida, os participantes prestigiaram a palestra “Divulgação científica: para quê? Para quem?” proferida pela Profa. Adlane Villas-Boas Ferreira, do Instituto de Ciências Biomédicas da UFMG, coordenadora do Programa de Divulgação Científica “Ciência no ar”, da mesma instituição.

Atividades de 26 a 29/10

Em entrevista para a Assessoria de Comunicação Social, a coordenadora do evento em Alfenas, Profa. Márcia, falou sobre o empenho dos colegas professores que colaboraram com as atividades e na orientação aos alunos que apresentaram projetos durante a semana, e comentou também a proposta do evento. “A cada ano uma nova temática é introduzida, mas os objetivos continuam sendo, discutir junto à sociedade os avanços observados nas áreas de Ciência e Tecnologia. No nosso caso, voltamos nossas ações quase sempre para os alunos da Educação Básica, com abertura a comunidade em geral, inclusive a comunidade universitária”, explica.

Foram realizados minicursos para professores da Educação Básica; visitas de um público constituído por alunos, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio e EJA, aos laboratórios de Enfermagem; de Técnica Dietética; de Limnologia; de Bromatologia; de Microbiologia/Imuno; de Parasitologia; de Microbiologia; às Clínicas de Odontologia; ao projeto Café com Fungos e, ainda, ao projeto Cineclube.

Na quadra esportiva, foram disponibilizados estandes para a Feira de Profissões, com cursos da Universidade, empresas juniores, além de espaços para o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) e Programa de Educação Tutorial (PET). Nesta seção, participaram alunos dos cursos de Biologia, Enfermagem, Farmácia, Física, Geografia, História, Letras, Matemática, Nutrição, Odontologia e Química; além de Embaixadores Universitários Franceses e o professor Ihosvany Camps Rodriguez do Instituto de Ciências Exatas, que conduziu atividades de simulação do curso de Física.

Segundo Profa. Márcia, a realização da Feira de Profissões mostrou que é uma atividade em potencial capaz de abrir novos horizontes aos estudantes do Ensino Médio. “Observamos que muitos alunos da nossa região desconhecem as possibilidades que nossa Instituição oferece, além de muitas vezes desconhecer a gratuidade do ensino ofertado pela UNIFAL-MG, a forma de ingresso, etc. Ao trazermos esta feira, criamos possibilidades de continuidade de estudos em alunos cujos horizontes estavam se encerrando, com o término da Educação Básica”, conta.

A coordenadora destaca também a agradável revelação que teve, com o envolvimento dos alunos na organização e apresentação durante a feira. “Alguns estandes de cursos de graduação foram coordenados e organizados pelos próprios alunos, que ‘não aceitavam que seu curso não estivesse presente’. Eles próprios tiveram a iniciativa de ir atrás de materiais, atrações, montaram seus cartazes explicativos, ilustraram seus estandes da forma mais agradável, original e criativa possível. Em meio a aulas, provas e atividades, se revezaram em escalas de horários para que cada um pudesse vivenciar este momento de explicar a alguém que ainda não entrou na Universidade, por que aquele curso era interessante e que poderiam escolhê-lo”, pontua, enfatizando que muitas dessas ações foram realizadas por alunos que estão no primeiro período da graduação, ou seja, ingressaram na Universidade há menos de três meses.

Os visitantes tiveram ainda, a oportunidade de assistir à apresentação Quick Change dos alunos que participam do programa de extensão CasaCiência; bem como conhecer a exposição de animais taxidermizados e vivos do projeto de extensão EducAmbiental; além da exposição envolvendo linha do tempo dos grandes pensadores, realizado pelos Pibid’s Biologia e Matemática, com exposição de equipamentos eletrônicos e acessórios desenvolvidos a partir dos conceitos descobertos; e ainda, a exposição sobre sustentabilidade feita pelos alunos das escolas Polivalente e Judith Vianna, com um banheiro sustentável, horta suspensa e espaço sustentabilidade feito com garrafas PET e materiais recicláveis. Os alunos visitaram também a sala “CSI” onde eram convidados a ser os peritos e discutir a violência doméstica contra a mulher e a sala de ótica do Pibid do curso de Física, com experimentos de óptica, hologramas, interferência de som, ilusão de óptica, entre outros.

A organização abriu espaço ainda para projetos de parceiros ou desenvolvidos em parceria. Foi o caso do projeto apresentado por uma escola de Serrania que trouxe um “pivô de irrigação” feito com materiais alternativos. Também foi apresentado o projeto da Copasa e QuimicAção, sobre reutilização do óleo para produção de sabão, com entrega de sabão caseiro aos visitantes, os quais puderam ainda, participar de atividades promovidas pelo UAITEC.

“Tivemos uma apresentação de Capoeira da ONG Cáritas e a apresentação da Fanfarra da Escola Napoleão Salles de Alfenas, introduzindo atividades culturais externas no espaço da nossa Instituição”, conta Profa. Márcia.

Destacando a participação da fanfarra de uma escola de periferia com um figurino e um repertório espetaculares, Profa. Márcia comenta que a apresentação cultural brindou a Instituição. “A entrada desta fanfarra na UNIFAL-MG, literalmente, parou o campus. Vimos as ruas da nossa Instituição lotadas pelas pessoas que saiam dos prédios para assistir aquela apresentação. Foi sem dúvida um dos momentos mais gratificantes, quando vi alunos, técnicos, professores e visitantes com seus celulares, parados à rua ou às janelas, apreciando este momento no meio da tarde”, descreveu, acrescentando: “O maior destaque deste momento, na minha opinião de extensionista, é perceber que não fomos nós que ‘levamos a cultura’ à escola. Ela que nos brindou com este momento. A UNIFAL-MG foi apenas o palco; a estrela foi a escola de periferia, alunos que muitas vezes não sonham em continuar seus estudos, tampouco na ‘Universidade Federal’”.

Ao falar sobre a importância da realização da Semana de Ciência e Tecnologia, Profa. Márcia afirmou que se a sociedade é influenciada pelos avanços da ciência, e se a sociedade se configura como a principal financiadora das pesquisas, ela tem o direito de saber. “Popularizar a ciência não é banalizá-la. É permitir que todos tenham acesso ao conhecimento. E ainda penso que devemos ressignificá-lo para que sua compreensão seja possível. O coordenador adjunto do evento, Prof. Wesley Silva do ICHL, bem lembrou na solenidade de abertura, uma música de Gilberto Gil, que reflete muito bem a ideia do evento: ‘Pois se foi permitido ao homem; Tantas coisas conhecer; É melhor que todos saibam; O que pode acontecer; Queremos saber, queremos saber’. Esse tem sido nosso norte”, finalizou.