UNIFAL-MG promove atividades de prevenção do uso de drogas entre adolescentes

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Polivalente é a nova escola parceria do projeto “Crescendo Consciente” da Universidade

Atividades extensionistas e de pesquisa promovidas por estudantes da UNIFAL-MG, em uma escola pública de Alfenas, têm contribuído para a prevenção do uso de álcool e outras drogas entre adolescentes.

É esse o objetivo do projeto “Crescendo Consciente”, que é subsidiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), por meio do Edital de Apoio a Projetos de Extensão em Interface com a Pesquisa, que busca fortalecer a ação transformadora da pesquisa sobre a realidade social, a partir da integração entre universidade e comunidade.

Segundo a coordenadora do projeto, Profa. Érika de Cássia Lopes Chaves, da Escola de Enfermagem da Universidade, a proposta surgiu em decorrência do aumento do consumo de drogas entre adolescentes nas últimas décadas, cujos danos causados pelo consumo interferem no desenvolvimento físico, social e mental do jovem. “O ambiente escolar é favorável para aplicação de ações preventivas, de redução dos riscos e danos associados ao consumo dessas substâncias, uma vez que é neste contexto que estão presentes os adolescentes, suas famílias e seus educadores”, ressalta.

O projeto, que teve início em 2012, já promoveu ações estratégicas para a prevenção do consumo indevido de álcool e drogas nas escolas estaduais Samuel Engel e Judith Viana de Alfenas e, atualmente, é desenvolvido na Escola Municipal Antônio Joaquim Vieira, no Polivalente. “Em 2013, o projeto foi premiado pela Secretaria Nacional de Politicas sobre Drogas (SENAD) como melhor projeto de extensão do Brasil”, comenta Profa. Érika, informando que a iniciativa conta também com a parceria dos colegas docentes, Cristiane da Silva Marciano Grasselli, Denis da Silva Moreira e Ricardo Menezes Salgado.

As ações são realizadas com as turmas dos sétimos anos da escola, por uma equipe formada por dois universitários bolsistas, seis voluntários e, ainda, dois enfermeiros e um farmacêutico, que são bolsistas de apoio técnico. O trabalho é focado em adolescentes com idade a partir de 11 anos e consiste em aplicação de estratégicas de Habilidades de Vida na prevenção ou redução do consumo de álcool e outras drogas entre eles. “Os bolsistas desenvolvem semanalmente atividades de extensão na escola, abordando temas ancorados no modelo de Habilidades de Vida preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Tais atividades visam incentivar os adolescentes a tomarem decisões e desenvolver competências psicossociais que contribuam para a resistência ao consumo de drogas e a compreensão das consequências de seus comportamentos, estimulando a autoestima”, explica.

Conforme a coordenadora, as atividades envolvem oficinas e dinâmicas, que buscam o engajamento dos adolescentes em temas como a autoestima; a tomada de decisão; a resolução de problemas; o pensamento criativo; o pensamento crítico; a comunicação eficaz; o relacionamento interpessoal; o autoconhecimento; a empatia; como lidar com as emoções e estresse.  “Não tem palestra porque o adolescente não quer escutar palestras, então esta é uma forma criativa, uma pedagogia baseada na problematização, na situação-problema que o adolescente vivencia”, destaca. 

A fim de investigar o perfil do uso do álcool e outras drogas entre os adolescentes, e procurando atrair a atenção desse público, a equipe do projeto desenvolveu um software para a autoaplicação interativa de avaliação do consumo. “O uso de um software interativo para a autoaplicação do instrumento pode despertar maior interesse nestes jovens, tornando o processo de coleta de dados mais dinâmico e atrativo, o que poderá contribuir para tornar as informações obtidas mais confiáveis”, assinala Profa. Érika.

Para participar do sistema interativo, os alunos são incentivados a acessarem o software on-line, disponível no link www.bcc.unifal-mg.edu.br/siaud, onde cadastram login e senha para responder de forma dinâmica, perguntas sobre o tema.

Ressaltando a importância do projeto, a professora diz que é um trabalho de ‘formiguinha’, mas que vale a pena pela possibilidade de modificar uma realidade e oferecer outro horizonte aos adolescentes. “Você não vai chegar a um adolescente e dizer assim: ‘Você usa droga? Você não pode usar.’ Porque ele já sabe que não pode usar. A sociedade toda já sabe. O que nós buscamos formar é a atitude positiva de não usar. O que nós queremos é embutir uma posição negativa diante da droga, sobre a qual, ele mesmo vai decidir, sem influência de ninguém. Queremos que esse adolescente se transforme no dono da razão dele,  que cresça por ele mesmo, sem desejar nenhum tipo de droga”, finaliza.

A experiência no Polivalente

A Escola Municipal Antônio Joaquim Vieira, o Polivalente, é a terceira escola de Alfenas a se tornar parceira da UNIFAL-MG na realização do projeto “Crescendo Consciente”.

Sob a direção da professora Maria Helena Sarkis, a escola tem 42 anos de história como referência no Ensino Fundamental e também na Educação de Jovens e Adultos (EJA) na cidade.

Em conversa com a Assessoria de Comunicação Social da UNIFAL-MG, a diretora informou que um dos diferenciais da escola é procurar trabalhar com liderança no acompanhamento aos alunos. “Nas reuniões com os pais, no início do ano, nós normatizamos regras básicas, que acabam gerando disciplina”, comentou, enfatizando que as exigências são limites que demonstram a preocupação da escola para com o desenvolvimento e aprendizado dos alunos.

Sobre a parceria com a UNIFAL-MG, a professora diz que acredita na contribuição do projeto para a formação dos adolescentes. “O problema das drogas é real e nossos alunos convivem muito com isso, então precisam ser orientados”, afirmou.

As atividades desenvolvidas pelos bolsistas da Universidade com os adolescentes acontecem durante as aulas de Ciências, quando os professores cedem espaço para a aplicação das oficinas. “O primeiro contato é mais de resistência, mas ao longo das oficinas eles vão se abrindo e partilhando o que vivem em casa e na escola. E então, eles passam a confiar na gente e a partilhar realidades que eles vivem”, relatam Vitor Queiroz e Bianca Bacelar, bolsistas do apoio técnico do projeto.

Atualmente, o Polivalente conta com cerca de 300 alunos em nove turmas de 7ª série, com os quais são realizadas as ações estratégicas de prevenção.

Bolsista Vitor; supervisora e diretora do Polivalente, respectivamente, Andressa e Maria Helena; Profa. Érika e bolsista Bianca