UNIFAL-MG recebe primeira aluna estrangeira para doutorado na Instituição

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A colombiana Cindy Cristancho desenvolverá projeto no Programa de Pós-Graduação em Química
Prof. Masaharu Ikegaki (assessor de Relações Interinstitucionais), Prof. Cláudio Viegas (Programa de Pós-Graduação em Química), Cindy Cristancho (doutoranda estrangeira) e Prof. Paulo Márcio de Faria e Silva (reitor da UNIFAL-MG)

A UNIFAL-MG está recebendo a primeira aluna estrangeira de doutorado da história da Instituição. A colombiana Cindy Juliet Cristancho Ortiz veio de Bogotá para desenvolver um projeto de pesquisa no Programa de Pós-Graduação em Química da Universidade, sob a orientação do professor Cláudio Viegas Jr. Nesta terça-feira, 24/05, acompanhada pelo orientador e pelo assessor de Relações Interinstitucionais, Prof. Masaharu Ikegaki, a doutoranda foi recebida pelo reitor, Prof. Paulo Márcio de Faria e Silva.

“É uma alegria recebê-la formalmente aqui no gabinete”, deu as boas-vindas o reitor. “Nós queremos que você tenha a melhor estada, que conclua bem o curso e possa servir de exemplo para que outros acadêmicos também venham para cá e nós possamos encaminhar alunos nossos também para outros países, por meio dessas parcerias”, acrescentou. 

Trazendo na bagagem conhecimentos em Química adquiridos em sete anos de estudos realizados na Rússia, onde concluiu o mestrado em Síntese Orgânica, Cindy veio desenvolver um projeto de pesquisa voltado para a síntese de substâncias candidatas a protótipos de fármacos contra a doença de Alzheimer, alinhado aos estudos que vêm sendo realizados pelo grupo de pesquisa coordenado pelo Prof. Cláudio Viegas, no Laboratório de Fitoquímica e Química Medicinal da UNIFAL-MG (LFQM). “É mais um projeto que nós estamos desenvolvendo dentro de uma concepção nova no grupo de pesquisa, que é estudar doenças que são multifatoriais, como câncer, diabetes, Alzheimer, que são exemplos de doenças que não são causadas por um fator só”, comenta Prof. Cláudio.

De acordo com o pesquisador, os medicamentos disponíveis hoje para essas doenças focam apenas em um alvo químico, no entanto, essas doenças têm vários alvos envolvidos. “No caso do Alzheimer, a gente está planejando substâncias que sejam inibidores da acetilesterase (uma enzima chave no desencadeamento da doença), e que sejam também neuroprotetores e inflamatórios”, conta, detalhando: “O Alzheimer é uma doença inflamatória do sistema nervoso central e nenhum dos medicamentos que estão na clínica hoje têm esse perfil de ser antiflamatório e neuroprotetor. Então a ideia é que possamos quiçá no futuro ter uma molécula que possa desempenhar esse papel de multialvo, sendo pouco tóxica e que represente uma inovação realmente terapêutica para a doença."

Enfatizando o desejo que tinha de estudar no Brasil, desde a sua primeira viagem ao país há alguns anos, a doutoranda conta que encontrou no Programa de Alianças para a Educação e a Capacitação (PAEC) a oportunidade de estudar na Universidade. “Eu gosto muito da área das sínteses e da Medicina. Aí eu comecei a pesquisar na Organização dos Estados Americanos (OEA), as universidades brasileiras que tinham na área que eu gosto e entre elas estava a UNIFAL-MG. Então eu pesquisei as linhas de pesquisa que a Instituição oferecia para fazer meu projeto e escolhi vir para cá”, conta a acadêmica.

Cindy, que desenvolverá sua pesquisa até 2020, participa de atividades no laboratório da Unidade Educacional Santa Clara e também na sede, onde assiste às aulas dos professores. “Os professores ajudam muito e acho que vai ser uma experiência muito boa para minha vida profissional”, diz.

Conforme o professor Cláudio, a experiência está sendo agregadora também para o grupo de pesquisa da UNIFAL-MG. “A presença de uma pessoa estrangeira que passou vários anos estudando fora está sendo muito boa. Ela traz uma experiência da terra natal, traz uma experiência dos sete anos em que morou na Rússia e isso agrega muito em novidade e experiência para o grupo”, afirma o pesquisador, que ressalta o passo importante que o próprio programa dá no processo de internacionalização.

Inserção internacional da UNIFAL-MG

A vinda da Cindy para a UNIFAL-MG se deu na quinta edição do Programa de Alianças para a Educação e a Capacitação, que é resultado de um Acordo de Cooperação firmado no ano de 2011, entre o Grupo Coimbra de Universidades Brasileiras (GCUB) - do qual o reitor da UNIFAL-MG integra a Diretoria como 3º vice-presidente - e a Organização dos Estados Americanos (OEA), com o apoio da Divisão de Temas Educacionais do Ministério das Relações Exteriores do Brasil (DCE/MRE).

Segundo o assessor de Relações Interinstitucionais, o Programa consiste em receber estudantes dos Países Membros da OEA nas universidades brasileiras para a realização de cursos completos de pós-graduação stricto sensu, mestrados e doutorados, com o objetivo de contribuir com a integração e o fortalecimento regional das Américas, por meio da qualificação de profissionais, principalmente daqueles oriundos de países de baixo nível de desenvolvimento humano. “A participação da UNIFAL-MG no PAEC permite ampliar a visibilidade da Instituição no âmbito do continente americano. A vinda de estudantes estrangeiros para passar um período de estudos na Universidade por meio deste Programa é uma das ações que estamos promovendo em parceria com a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, que tem dedicado especial atenção para a internacionalização institucional, com vistas a melhorar a qualidade dos programas de pós-graduação da UNIFAL-MG”, explica Prof. Masaharu.

Vale lembrar que além do PAEC-OEA, a UNIFAL-MG já recebeu estudantes estrangeiros por meio do Programa de Intercâmbio de Estudantes – Brasil-Colômbia (BRACOL), no ano passado, conforme divulgado pela Assessoria de Comunicação Social (Reveja). “Este ano, devemos receber cerca de 10 estudantes pelo BRACOL e dois estudantes pelo Programa BRAMEX, promovido entre o Brasil e o México”, informa o assessor de Relações Interinstitucionais.