Saúde Mental

Vivemos em um ritmo acelerado. Relatórios, prazos, inspeções, processos, reuniões, capacitações… A especialização que parecia uma boa ideia — e é — agora se soma a noites maldormidas, finais de semana incompletos e a constante sensação de que o tempo está escorrendo entre os dedos. 

Fora do trabalho, a vida também exige: a família, os filhos, o celular que não para de notificar — seja uma demanda urgente, uma mensagem de quem amamos ou apenas mais um alerta a ser checado. 

Se você se identifica com essa rotina, não está sozinho. E se sente que mal tem tempo para respirar, talvez esteja na hora de pausar — ainda que por alguns instantes — e refletir: como está a sua saúde mental? 

Os números recentes são alarmantes. Em 2024, o Brasil registrou 472 mil afastamentos por transtornos mentais relacionados ao trabalho, o maior índice em uma década. Ansiedade, depressão, esgotamento. A pandemia escancarou feridas, mas também mostrou que a saúde mental não pode mais ser negligenciada. A instabilidade com as constantes mudanças de gestão, a pressão por produtividade, a dificuldade de se desligar no home office e a falta de acesso a tratamentos de qualidade são fatores que pesam sobre milhões de profissionais que atuam na vigilância sanitária. 

Mas não precisamos ser mais uma estatística. Cuidar da mente é um ato de resistência — e também de profissionalismo. Um servidor saudável é um servidor presente, criativo e engajado. Por isso, apresentamos algumas sugestões para reconectar-se consigo mesmo e com o que importa:

  • Estabeleça limites claros entre trabalho e vida pessoal; 
  • Faça pausas intencionais durante o dia; 
  • Movimente o corpo — mesmo que seja uma caminhada curta; 
  • Priorize o sono e a alimentação. São bases, não luxo; 
  • Fale abertamente sobre suas dificuldades. Quebre o silêncio;
  • Busque apoio profissional se sentir que está além do seu controle 

No ambiente de trabalho, valorizemos a escuta, a empatia e o respeito. Um ambiente acolhedor é aquele onde as pessoas se sentem seguras para ser quem são — inclusive para dizer quando não estão bem. Lembre-se: por trás de cada laço amarelo, há alguém que se importa. E por trás de cada colega, há uma história que merece ser ouvida. Cuide-se. E cuidem-se uns dos outros.

Uso Racional de Medicamentos: Base da Atuação em Vigilância Sanitária 

Conforme definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Uso Racional de Medicamentos (URM) ocorre quando os pacientes recebem o medicamento adequado à sua condição clínica, na dose correta, pelo tempo necessário e ao menor custo possível para si e para a comunidade. 

Neste contexto, a Vigilância Sanitária atua como alicerce regulatório e fiscalizador indispensável para a promoção do URM. Cabe à Visa estabelecer diretrizes, monitorar todos os agentes do setor (indústria, farmácias, profissionais de saúde) e coibir irregularidades, criando um ambiente seguro e regulado que permita decisões terapêuticas baseadas em evidências e no melhor interesse da saúde pública. 

Há vários exemplos práticos, que demonstram a importância da atuação da vigilância sanitária na implementação de medidas corretivas, que objetivam solucionar os problemas de saúde pública ocasionados pelo uso inadequado dos medicamentos. Um exemplo recente é o caso dos medicamentos à base de semaglutida e liraglutida, conhecidos popularmente como «canetas emagrecedoras», que vinham sendo usados indiscriminadamente para fins estéticos, sem prescrição médica e que estavam ocasionando reações adversas graves (pancreatite, hipoglicemia), desabastecimento para pacientes com indicação clínica (diabetes/obesidade), estimulando o surgimento de um mercado ilegal (produtos falsificados e transportados em condições inadequadas). 

A medida adotada para solucionar este problema foi a determinação de retenção obrigatória da receita (tipo B2) na venda, assegurando uso supervisionado por médico e protegendo a saúde pública. 

Outro exemplo consiste no uso inadequado de antibióticos, que gera a resistência antimicrobiana (RAM), um dos maiores desafios globais de saúde pública, em que bactérias tornam-se resistentes aos tratamentos, resultando em doenças prolongadas e aumento da mortalidade, internações hospitalares mais longas e custosas e inefetividade de terapias preventivas. 

A estratégia para combater este problema foi a elaboração e implementação do Plano de Ação Nacional de Prevenção e Controle da RAM, que estabelece nove objetivos, incluindo:

  • Campanhas de conscientização para sociedade e capacitação de profissionais; 
  • Fortalecimento da rede de laboratórios para vigilância;
  • Qualificação da prescrição médica e redução do uso indiscriminado;
  • Regulação de resíduos de antimicrobianos em alimentos. 

Por fim, os desafios para promover o URM são significativos, mas a Vigilância Sanitária tem demonstrado capacidade de enfrentá-los por meio de políticas públicas assertivas e baseadas em evidências. A atuação integrada e técnica de todos os entes do SNVS é fundamental para proteger a saúde da população e garantir a segurança e eficácia dos medicamentos.

Matéria completa disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2025/asnvs-divulga-nova-edicao-do-boletim-informativo