Catálogo "Paulistinhas" será lançado na UNIFAL-MG na quinta-feira, dia 12/05

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Artista plástico Magela Borbagatto ministrará palestra sobre as imagens sacras às 19h

A Pró-Reitoria de Extensão da UNIFAL-MG convida para o lançamento do catálogo "Paulistinhas" com a presença e palestra do artista plástico Magela Borbagatto, Mestre da Cultura Popular Brasileira, prêmio concedido pelo Ministério da Cultura (2013).

Dia: quinta-feira, 12 de maio de 2016
Horário: 19h
Local: Auditório Leão de Faria
 
MAGELA BORBAGATTO

Brasileiro, nascido em Jacareí – SP, é artista plástico autodidata desde 1985; desde lá tem trabalhado em projetos sócio educativos e sócio culturais; ministrou cursos de história da arte em escolas particulares e em seu atelier; fez oficinas de arte nos postos de saúde da rede pública de Jacareí, no projeto Saúde Mental; deu oficinas e palestras sobre a arte popular brasileira na Universidade Católica de Valparaíso – Chile; participou, e foi premiado em vários salões de Presépios dos estados de São Paulo, Minas Gerais e  Paraná, tendo também participado de exposição de “Presépios do mundo todo”, em Paris - França; atualmente segue com pesquisas sobre “AS PAULISTINHAS” – Imagens Religiosas do Vale do Paraíba no séc. XIX. Em outubro de 2013, foi considerado Mestre da Cultura Popular Brasileira, pelo Ministério da Cultura, por sua contribuição à cultura do país. Em 2014 recebe o título de “Cidadão Benemérito” do município de Jacareí – SP. Em janeiro de 2016 viaja a Estremoz/Portugal, pelo Ministério da Cultura e Fundo Nacional de Cultura para investigar a influência de estilo do figurado em barro estremocense na origem e desenvolvimento da tipologia Paulistinha-Imagens religiosas do Vale do Paraíba do século XIX. Em abril de 2016 publicou o catálogo didático sobre As Paulistinhas e sua importante presença no acervo do Museu de Antropologia do Vale do Paraíba/Jacareí/SP.

AS PAULISTINHAS

São imagens sacras populares do Vale do Paraíba-SP, que surgiram para atender as demandas do comércio de imagens, no final do século XVII até o início do século XX. Feitas em argila branca cinzenta, queimadas em forno à lenha, possuem características muito próprias, tais como quantidade reduzida de cores (branco, azul, vermelho, preto e verde azulado); formato cônico; expressões rígidas; feições “ingênuas”; ocas até quase a cabeça (para facilitar o processo de queima) e, principalmente, na grande maioria, de culto doméstico, por se tratar de imagens feitas para o povo da região do Vale do Paraíba-SP, inicialmente. As PAULISTINHAS trazem consigo muito mais mistérios do que informações, considerando que sua origem até hoje era desconhecida, e com total ausência de assinaturas de artista locais ou de santeiros, sendo anônimas e quase desconhecidas pelo próprio povo do Vale e do Brasil. Por se tratar de imagens que “atendiam” ao povo mais simples, obviamente, jamais chegaram a concorrer com outras figurações próximas vindas da Europa, Pernambuco, Bahia e Minas Gerais, e por ser assim, pouca ou nenhuma atenção despertou, de um modo geral, por parte do clero e das pessoas mais abastadas do Vale. Deste modo, valorizar a história desta “imaginária” seria, talvez, uma forma de resgatar um pouco a religiosidade e fé das pessoas comuns que construíram o “império cafeeiro” do Vale, o qual, inserido num histórico de “Barões do Café” e também de “Aviões” (EMBRAER), houve um certo esquecimento dos “caipiras” e dos “tuberculosos” da região, os quais influenciaram, também, de forma silenciosa, o jeito de ser brasileiro. A divulgação desta imaginária popular é uma tentativa de resgatar algo tão simples e frágil, ao mesmo tempo, mas de uma importância muito grande para a história regional e da cultura brasileira como um todo, dando a conhecer seus saberes e fazeres, sua utilidade e significado, sua presença e identidade marcante em nossas vidas.

O lançamento do catálogo das Paulistinhas na UNIFAL-MG acontece por meio de um desdobramento do projeto de Extensão “Histórias de quando a água chegou: um resgate cultural/literário dos relatos orais surgidos com a construção da barragem de FURNAS”, aprovado pelo Edital PROEX Nº 01/2016 (PROBEXT  2016), tendo sido selecionado o discente do curso de Letras/Português Paulo César de Carvalho, e também contato com a Profa. Ana Cristina Gonçalves de Abreu Souza do curso de Pedagogia do Instituto de Ciências Humanas e Letras. Além da palestra, serão desenvolvidas 02 oficinas de argila com o tema das Paulistinhas e a presença do artista com os discentes, comunidade local e integrantes da UNATI. Na abertura da palestra no dia 12/05, quinta-feira, haverá uma apresentação musical de viola caipira do Vale do Paraíba com a presença da Profa. Helena Maria dos Santos Felício do curso de Pedagogia e do Prof. Mário Danieli Neto, do curso de História.

Na foto, o professor Italo Oscar Riccardi León do ICHL/UNIFAL-MG com o artista plástico Magela Borbagatto, Mestre da Cultura Popular Brasileira, durante o lançamento do catálogo PAULISTINHAS, realizado no Museu de Antropologia do Vale do Paraíba – MAV, Jacareí-SP, abril de 2016