No dia 04/12, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) sediou o evento intitulado "Memória, Direitos Humanos e Ciências Sociais", que contou com a participação das professoras Juliana Poloni e Inês Soares, do Ministério Público do Estado de São Paulo, líderes de grupo de pesquisa sobre Arqueologia da Repressão e da Resistência, cadastrado no CNPq; do pró-reitor de Extensão da Unicamp, professor João Frederico da Costa Azevedo Meyer; do professor Flávio Bastos, da Universidade Presbiteriana Mackenzie; do professor Pedro Paulo Funari, daquela universidade e do professor do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), Cláudio Umpierre Carlan, representando a UNIFAL-MG.
Durante o evento, foi debatido a preservação e a valorização da memória das graves violações aos direitos humanos no período da Ditadura brasileira, comparando com outros países que também tiveram sistema ditatorial, com grupos de extermínio em massa como Alemanha Nazista, Argentina, Hungria, entre outros.
"Nossa intenção é mostrar tanto para o meio acadêmico quanto a população em geral, como o Brasil tentou 'silenciar' o que ocorreu durante a Ditadura Militar", comentou Prof. Carlan, acrescentando que por isso, serão publicados vários livros sobre o tema. "Não é uma caças às bruxas, mais de 7 mil militares foram caçados, muitos mortos, pela própria Ditadura, por não compactuar com o sistema, mas defender o direito a memória que todos nós temos. Não destruindo monumentos, impedindo análise documental sobre essa triste passagem recente da nossa história. Na Alemanha, encontramos a 'Topografia do Terror', antigo quartel general da GESTAPO; na Argentina 'Mães e avós da Praça de Maio'; no Brasil pessoas pedindo retorno da Ditadura, uma autoestrada importante com nome de um ditador. Imagine uma rua com nome de Adolph Hitler?", ressaltou.
De acordo com o pesquisador, a questão da memória e patrimônio é lembrar os nossos erros para não cometermos novamente.
O evento foi realizado primeiramente no Ministério Público de São Paulo e na Unicamp, em 2016 acontecerá na UNIFAL-MG. “Assim, conseguiremos colocar Alfenas na rota de debates sobre esse importante e delicado tema”, enfatizou.
Informações e foto: Cláudio Umpierre Carlan, professor do Instituto de Ciências Humanas e Letras, da UNIFAL-MG