Projeto de extensão da UNIFAL-MG promove ressocialização de detentas em Alfenas

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"Capoeira Ginga Legal" proporciona melhora do condicionamento físico e mental das apenadas

Proporcionar o aprendizado da capoeira, não só como arte, mas também como instrumento de lazer para amenizar o tédio do encarceramento é o que o projeto de extensão Capoeira Ginga Legal para Detentas da UNIFAL-MG vem promovendo para apenadas do Juízo da Execução Penal da Comarca de Alfenas e da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC).

Cerca de 30 detentas participam das aulas de iniciação à Capoeira, maculelê e musicalização, oferecidas pelo projeto coordenado pela professora Manuella Carvalho da Costa, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade. De acordo com a coordenadora, participam também da iniciativa, o contramestre de capoeira, Reinaldo Primavera, como coordenador-adjunto; Jorge da Silva Saboia como colaborador; e a estudante do curso de História da UNIFAL-MG, Geovana Alves Martins, que também colabora nas atividades.

Iniciado em fevereiro deste ano de 2017, o projeto foi submetido e aprovado em um edital do Juízo da Execução Penal da Comarca de Alfenas e da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC).

Entre os objetivos específicos do projeto, a professora Manuella destaca promover a ressocialização das apenadas e incentivar a prática esportiva das mesmas, além de estimular trabalho em equipe e aprimorar o condicionamento físico e mental, bem como a melhora da autoestima das detentas.  “A iniciativa busca também despertar interesse para a cultura afro-brasileira e teorizar a história da capoeira durante os encontros das praticantes”, acrescenta.

A coordenadora enfatiza que a participação das apenadas na prática da capoeira tem evitado o contato com as drogas e a marginalidade, proporcionado melhora do condicionamento físico e mental das detentas e possibilitado também discussão de questões sociais como o empoderamento feminino e o papel do negro na sociedade atual. “A transmissão do conhecimento da cultura afro-descendente e o desenvolvimento da capoeira em sua musicalidade através do contato com os instrumentos utilizados na capoeira como o berimbau, pandeiro, reco-reco, agogô e atabaque, tem contribuído para a melhora do temperamento das detentas, o que é relatado pela própria diretora do presídio e pelos agentes penitenciários”, explica Profa. Manuella sobre alguns resultados que tem conseguido alcançar, apontando ainda, como prova desses resultados expressivos, o interesse de uma detenta que mesmo após ter cumprido pena, manifestou vontade em continuar treinando com a equipe no presídio. “As músicas de capoeira são alegres e têm um efeito calmante”, diz.

Segundo a coordenadora, o projeto Ginga Legal para as Detentas permite também, promover a interação entre as detentas, agentes penitenciários, os instrutores de capoeira e os voluntários do projeto, o que vem servindo de instrumento para a promoção da igualdade, cooperação e a prática da cidadania. “Durante a roda de capoeira é possível observar uma união e sincronia grupal entre as detentas”, comenta. “Cada uma delas tem a oportunidade de mostrar o que de melhor sabe desenvolver, seja jogando, cantando, tocando algum instrumento ou batendo palmas”, enfatiza, informando que a atividade oportuniza às detentas desenvolverem as suas aptidões dentro da prática da capoeira e valoriza o papel de cada uma. “A prática valoriza o papel de cada uma, melhora a autoestima e o bem-estar das participantes e, ainda, permite o convívio harmônico entre as mesmas, além de contribuir para diminuir o tédio do encarceramento”, conclui.

Galeria de imagens

Fotos: arquivo da coordenadora do projeto Capoeira Ginga Legal para as Detentas, Profa. Manuella Carvalho da Costa