Pesquisador da UNIFAL-MG
conquista o 1º lugar em desafio internacional Prof.
Humberto Brandão foi o melhor colocado entre 1.200 cientistas de dados do
mundo
Segundo o professor, semelhante à
primeira competição, na qual conquistou a segunda posição, conforme divulgado
pela Assessoria de Comunicação Social na notícia UNIFAL-MG
é medalha de prata em campeonato internacional de pesquisa aplicada, este
desafio também foi disponibilizado por meio da plataforma Kaggle.com, da qual participam mais de meio milhão de
pesquisadores. “O ambiente funciona
como um mercado, pois liga a oferta à demanda. A empresa interessada
apresenta a demanda, um problema considerado ainda não bem resolvido, e os
pesquisadores têm a possibilidade de ofertar novas maneiras de resolver o
problema a partir dos dados disponibilizados”, explica. Na última competição, o desafio
era prever se o jogador de basquete Kobe Bryant, recentemente aposentado e
que foi referência neste esporte por aproximadamente 20 anos, acertaria ou
não arremessos. “A NBA disponibilizou
os dados históricos do jogador. Todos tinham acesso à posição em que ele se
encontrava no momento do arremesso, se ele estava correndo, pulando, se era
um lance livre, se era uma tentativa de três pontos, em que quarto do jogo
aconteceu o lance, quantos minutos faltavam para terminar aquele período, o
nome do time adversário, se a partida acontecia em casa ou em outra cidade,
dentre outros. O pesquisador que ganharia o desafio seria aquele que tivesse
o menor erro na previsão, considerando o que realmente aconteceu, ou seja, se
o arremesso foi convertido ou não, comparado com a previsão do sistema
inteligente de cada um. Esta área de análise da eficácia de atletas tem
evoluído consideravelmente nos últimos anos. Diversas equipes têm
terceirizado este tipo de previsão para auxílio na decisão dos técnicos antes
e durante os jogos. Você pode, por exemplo, escolher quem deve bater uma
falta com o objetivo de maximizar a chance da mesma se transformar em gol, de
acordo com o contexto atual do jogo. Pode considerar a posição em que a falta
será cobrada, quem é o goleiro adversário, quanto tempo falta para o final da
partida, a eficácia e a eficiência de todos os possíveis batedores
disponíveis em diferentes contextos etc. Além disso, extensões do sistema
podem ser usadas para substituir jogadores, mudar o posicionamento dos
mesmos, tudo de acordo com o objetivo do técnico no momento em que o jogo se
encontra, considerando também o comportamento do time adversário. Por
exemplo, a seleção de futebol Alemã utilizou uma plataforma semelhante
durante a Copa do Mundo de 2014 para auxiliar no processo de tomada de
decisão da comissão técnica”, detalha. O pesquisador revela que há tempos
não joga basquete, tampouco se lembra das regras. Mas a partir de estudos das
análises conseguiu apresentar a melhor solução no desafio em cerca de dois
meses de trabalho. “Quando estamos
falando de IA, não podemos atualmente considerar que há um passo a passo a
ser seguido. No caso deste desafio, realizei análise exploratória nos dados e
acompanhei discussões nos fóruns para utilizar algumas informações relevantes.
Após este processo inicial, geralmente passamos uma base de dados
pré-processada, já com algumas adaptações, para alguma técnica de
Inteligência Artificial. Eu particularmente gosto de customizar e misturar
técnicas, partindo do pressuposto que se usarmos as técnicas publicamente
divulgadas, em artigos científicos ou em ferramentas, nosso resultado não vai
ser melhor do que o O Prof. Humberto destaca que o
interessante de participar dessas competições não se resume aos prêmios que
podem ser conquistados, mas à possibilidade de aprendizado e ampliação da
rede de contatos. “A plataforma
tem como estratégia ranquear as pessoas, então se você estiver constantemente
indo bem nos desafios, atingirá uma boa classificação. Como essa plataforma é
muito popular, diversas empresas procuram pesquisadores para consultorias e
outras modalidades de prestação de serviço”, observa. O pesquisador da UNIFAL-MG já foi
procurado por um investidor americano e pela área de Inovação do Hospital
Albert Einstein após o desempenho na primeira competição. Ele afirma que o
mesmo sistema de IA customizado pode ser aplicado em outras áreas, bastando
apenas adaptar os dados. “Eu acho que
para a Universidade isso é muito bom, porque podemos criar alguns convênios
com boas empresas, institutos e pessoas, e assim começamos a trazer bons
projetos com bases de dados reais e relevantes para serem desenvolvidos na
nossa Universidade”, diz empolgado. “No Brasil, a ciência peca principalmente na avaliação dos
pesquisadores. Infelizmente, somos constantemente avaliados pela extensão de
nossos currículos, e não pela relevância do que neles existe. Acredito que
vários pesquisadores perdem muito tempo de suas carreiras tentando produzir
artigos, simplesmente para conseguir mais verba no próximo edital. E isso é
um ciclo sem fim. Isso nos leva com facilidade a produzir artigos geralmente
pouco relevantes, sem conclusões realmente significantes para as diversas
áreas. Há alguns anos decidi tentar algo diferente. Pode não ser valorizado
na academia, mas acredito que o retorno para a sociedade é bom, pois posso
gerar novas soluções que são usadas no mercado e posso publicar parte dos
sistemas inteligentes em ferramentas colaborativas, propagando o conhecimento
em diversas aplicações pelo mundo. Acho isso importante principalmente quando
falamos de pesquisa aplicada. Espero um dia ver a academia valorizar esta
outra faceta de produção, mas já fico feliz, pois o mercado a valoriza”,
finaliza. Confira o resultado do desafio conquistado
pelo Prof. Humberto: https://www.kaggle.com/c/kobe-bryant-shot-selection/leaderboard Confira outras notícias de destaque: |
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