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Tive a oportunidade de participar do Projeto Rondon representando a Unifal-MG, e principalmente o campus Poços de Caldas. Primeiramente é importante entender o que é o Projeto Rondon. Este projeto surgiu em 1967 e tinha como objetivo promover o contato de estudantes universitários voluntários com o interior do país. O lema era INTEGRAR PARA NÃO ENTREGAR. O nome do projeto foi dado em homenagem ao bandeirante do século XX, Marechal Rondon. O projeto foi extinto em 1989 e relançado, por iniciativa da UNE (União Nacional dos Estudantes), em 2005, e é promovido pelo Ministério da Defesa. Segundo o site oficial do projeto, o Projeto Rondon tem por objetivo:
. Contribuir para a formação do universitário como cidadão.
. Integrar o universitário ao processo de desenvolvimento nacional, por meio de ações participativas sobre a realidade do País.
. Consolidar no universitário brasileiro o sentido de responsabilidade social, coletiva, em prol da cidadania, do desenvolvimento e da defesa dos interesses nacionais.
. Estimular no universitário a produção de projetos coletivos locais, em parceria com as comunidades assistidas.
Atualmente são realizadas operações duas vezes ao ano, em janeiro e em julho. Esta última foi dividida em duas operações, Babaçu e Pai Francisco. A primeira era sediada em Imperatriz e atendia cidades do Maranhão e uma do Tocantins. Nesta operação foram atendidos 12 municípios, dentre eles Buritirana, que foi local de trabalho da equipe da Unifal-MG, juntamente com a Universidade Metodista de São Paulo.
Metodista e Unifal-MG reunidas
Cada uma das equipes possuíam 8 alunos e 2 professores. Da Unifal-MG, o professor Coordenador era o Professor Tomaz Araújo, acompanhado pelo professor João Carvalho Filho. Os alunos eram de diversos cursos: enfermagem, farmácia, nutrição, odontologia, pedagogia e ciência e economia, do campus de Varginha.
Equipe da Unifal-MG – João Carvalho, Marissa, Lellis, Bruno L., Nádia, Thiago, Bruno S., Ilana, Tatiana, Tomaz.
RondonMóvel - meio de transporte mais utilizado por nós
Existem dois conjuntos de atividades que devem ser trabalhados: A e B. Cada faculdade ficou responsável por um conjunto de trabalho. O conjunto A compreendia cultura, Direitos Humanos e justiça, educação e saúde; e o conjunto B compreendia as áreas de Comunicação, meio ambiente, trabalho, tecnologia e produção.
As duas operações ocorreram no período do dia 21 de janeiro até o dia 06 de fevereiro. No total, foram 23 municípios assistidos por 46 instituições de ensino. No caso da Unifal-MG, fomos destinados a Buritirana, uma pequena cidade com quinze mil habitantes, no oeste maranhense e ficamos responsáveis pelas atividades do conjunto A.
Fomos recebido no primeiro dia com uma recepção preparada pela população que nos apresentou o Hino da cidade, danças típicas e música ao vivo.
Cerimônia de abertura promovida pela população de Buritirana
Ficamos em uma escola a aproximadamente 2 km do centro da cidade, na comunidade de Santa Luzia. Na escola montamos nosso “acampamento”.
Montando “acampamento”
Muitas eram as nossas atividades, como dar palestras e cursos para a população sobre diversos assuntos, como primeiros socorros, alimentação saudável. Cursos sobre os conselhos municipais essenciais como da Educação e Assistência Social para funcionários da Prefeitura, Vereadores e demais interessados. Também foram oferecidos, especialmente nas comunidades, oficinas de panificação e saponificação, para os adultos; e de escovação para as crianças.
Palestra: Atendimento ao público nas áreas da saúde e educação
Oficina de escovação
Oficina de saponificação
Oficina de panificação
Uma das nossas atividades mais trabalhosa e gratificante era a recreação com as crianças. Todo dia por volta das 19hrs, e nas comunidades, o grupo trazia atividades e filmes para as crianças.
Brincandeiras – Corre cutia…
Brincadeiras - carrocinha de picolé
Cinema para as crianças
Realizamos na cidade a Feira da Saúde, em conjunto com a Secretária Municipal da Saúde. Na feira ocorreram ações como: aferir pressão, conversa com uma nutricionista ( rondonista do nosso grupo), oficina de escovação para as crianças, bancas com material sobre parasitoses, hanseníase e DST’s e ainda recreação com as crianças.
Feira da Saúde – Oficina de escovação
Barraca da escovação
Feira da Saúde
Feira da saúde
Rondonistas reunidos na feira da Saúde. Palhaços para o entretenimento das crianças.
Feira da Saúde - pintura no rosto
A cidade possui algumas comunidades mais distantes, como Saramandaia, Zé Nel, Centro Novo e Serrinha. Durante uma semana visitamos estas comunidades e levamos para a comunidade as oficinas de saponificação, panificação e escovação, além do entretenimento para as crianças.
Recreação com as crianças da comunidade da Serrinha
Foi uma experiência única, seja pelo contato com a sociedade ou pelo aprendizado, ou ainda pelas dificuldades de convivência e infra-estrutura. Na escola não tínhamos água quente, tínhamos que dormir de luz acesa nos quartos (durante duas semanas), íamos de pau-de-arara para o centro de Buritirana, todos os dias, várias vezes por dia. Acordávamos as 6 da manhã e raras as vezes que conseguíamos dormir antes da meia-noite. O ritmo era forte, mas no fim valeu a pena. Vimos no rosto de cada uma das crianças e adultos que foram na nossa despedida e choraram com a gente, que valeu mesmo a pena.
Algumas fotos aleatórias do pessoal:
Pessoal reunido no RondonMóvel
Olha o pão de queijo crescendo...
Interagindo com a comunidade
Palhaços rondonistas
Pau-de-arara
Comunidade da Serrinha
Descarregando os equipamentos
Crianças de Buritirana
Dia de chuva no RondonMóvel
Capa de chuva - importante equipamento
Este foi só um breve resumo do que foi o Rondon. Foi uma experiência inesquecível, na qual conheci pessoas incríveis, cresci e aprendi muito, superei limites. Recomendo a quem pude participar que vá, mas que não espere só momentos bons, a gente passa muitos perrengues, mas no fim tudo vale a pena.
Uma vez Rondonista, sempre Rondonista.
* Fonte: http://ciencianarede.wordpress.com/2012/02/22/vida-de-universitario-proj...