Cleisson José e Virgínia Rodrigues

Cleisson José é performer, professor de música, flautista, pesquisador, compositor e arranjador. Possui graduação em Música pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). Atualmente cursa o Mestrado Interdisciplinar em Artes, Urbanidades e Sustentabilidade da UFSJ, no qual busca experimentar possibilidades da performance musical e outras artes da cena.

Virginia Rodrigues é designer, professora de desenho e pesquisadora da cultura regional. Possui Bacharelado em Design pela Universidade Fumec. Atualmente cursa Licenciatura em Artes pela Faveni e Especialização em Design de Móveis pela UEMG. Ambos artistas são naturais da cidade de Barão de Cocais (MG).

@cleissonjf

@virginia.rdgs

O trem e o moribundo

Em “O trem e o moribundo” refletimos sobre a objetificação do corpo na modernidade, o genocídio de povos na história brasileira, a estabilidade financeira, a alienação: o jogo da sociedade do capital. Trata-se de uma sessão de fotos e vídeos como parte de experimentações corpo-expressivas realizadas em 2021 na cidade de Barão de Cocais (MG). Buscamos destacar, de alguma forma, a complexidade da população cocaiense e região diante a formas disseminadas de trabalho, voltadas à relação senhor e escravo e à produção industrial mineradora. Não buscamos apontar o fim das indústrias, muito menos tê-las, da maneira como se encontram, como as principais formas de trabalho. Criticamos a dificuldade da política local, além das empresas, em oferecer e apoiar outras maneiras de vida, menos focadas no lucro e na exploração de pessoas. Lutamos por um futuro onde estejamos menos voltados à produção exagerada, não entregues a formas de trabalho que nos desrespeitem como seres vivos sensíveis. Questionamos a dificuldade de realizar objetivos voltados às artes, a manutenção do ambiente menos destruído, o conhecimento sobre a história local e a importância da diversidade na relação social. O material foi dividido em oito galerias: o carrasco; bicho parasita; madalena; exu criança; moribundo; o trem e o moribundo; mãe; -ação. Nesta história, o moribundo pede tempo! Ele sabe que sozinho não consegue livrar-se deste tudo que carrega desde tempos coloniais antigos. O moribundo precisa de algo que o ajude a tornar-se um vivo, nem que seja por um breve instante.