Artista amadora, aquela que nunca diz não a qualquer tentativa de criar. Da pintura com os dedinhos na infância até o cuidado de enfeitar um bolo de casamento, acredita que a arte está em tudo. Para ela, arte é vida, é o que transforma nossa breve passagem pelo mundo em algo inesquecível, revelado nos pequenos e nos grandes detalhes. Busca viver de forma criativa, colorindo cada experiência com significado e emoção, acreditando que a beleza está presente até nos gestos mais simples.

@annalrac_

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A série foi uma tentativa de traduzir um momento de luto e solidão, quando as palavras já não eram suficientes. A pintura tornou-se meu abrigo e minha forma de expressão: ao sujar as mãos de tinta e mergulhar nos detalhes, encontrei refúgio no silêncio da criação. Cada cor escolhida e cada posição no quadro carregavam pedaços da melancolia, das memórias que, por serem tão boas, deixaram saudade e trouxeram o peso do não querer acreditar. A moda, sempre presente em meu viver, também se fez arte nesse processo. Em formas volumosas e intensas, refletiu aquilo que transbordava de dentro de mim, traduzindo o que palavras jamais alcançariam. O quadro “Quando?” também faz parte de outra coleção minha chamada Nostalgia, na qual aquela lembrança desperta minha criatividade. Assim, as telas tornaram-se confissão e testemunho: guardaram dor, lembrança e beleza, transformando ausência em presença e fragilidade em arte. As respostas para o porquê, o onde e até mesmo o quando talvez permaneçam para sempre incertas. Contudo, na personagem que criei, há símbolos do meu sentir. Seus olhos fechados revelam a recusa em encarar a realidade, como se negar fosse a última forma de resistência. Por isso, o quadro final é memória dela mesma: uma versão envolta em cores mais vibrantes, voltada ao ambiente em vez do próprio corpo. A arte, nesse instante, foi minha ponte entre silêncio e expressão, entre saudade e esperança, entre dor e beleza. Uma tentativa de eternizar em cores aquilo que o coração não soube calar.