TRICHURIS TRICHIURA

Classificação taxonômica

  • Reino: Animalia
  • Filo: Nematoda
  • Classe: Adenophorea
  • Ordem: Trichurida
  • Família: Trichuridae
  • Gênero: Trichuris
  • Espécie: Trichuris trichiura

Ciclo de vida e infecção

          A transmissão do parasito se dá pela ingestão de ovos contendo larvas, que são infectantes ao hospedeiro. O desenvolvimento do Trichuris trichiura é do tipo monoxênico, com reprodução sexuada. 

          Enquanto estão no intestino do hospedeiro, os ovos permanecem não embrionados. No entanto, ao serem eliminados para o ambiente externo, inicia-se a segmentação da célula-ovo, que resulta na formação de uma larva após cerca de três semanas ou até vários meses, dependendo de fatores ambientais.

          A larva permanece dentro da casca do ovo e não realiza ecdise nesse estágio. O ovo embrionado, então, torna-se infectante para o ser humano quando ingerido através de poeira, água ou alimentos contaminados. 

          Após a ingestão dos ovos, estes eclodem na luz do intestino delgado do hospedeiro, e liberam as larvas por meio de um dos poros presentes na extremidade do ovo. Essas larvas, penetram nas criptas glandulares do ceco, onde permanecem até atingirem o estado adulto.

         Estas larvas se desenvolvem abaixo das células intestinais e quando se tornam adultos permanecem com o esôfago mergulhado e o corpo se exterioriza. Os vermes adultos se reproduzem sexuadamente e a fêmea pode liberar até 16.000 ovos nas fezes do hospedeiro diariamente, dando sequência ao ciclo de vida do parasita.

Diagnóstico e tratamento

          O diagnóstico dos pacientes com suspeita de tricuríase se dá por exames parasitológicos de microscopia. Para que seja considerado um parasitismo por Trichuris trichiura é necessário que o paciente apresente ao menos 5000 ovos/gramas de fezes, a partir da técnica de contagem de Stoll.  

          Utiliza-se como tratamento da infecção por Trichuris trichiura os Benzimidazóis (Albendazol), que funcionam inibindo a polimerização de tubulina nos microtúbulos e diminuindo a captação de glicose em larvas e vermes adultos, levando à menor produção de energia, consequentemente imobilização e morte do parasito. Este fármaco reduz o número de ovos nas fezes em 75,4% – devendo ser realizado o tratamento em massa da população.

          Outra forma de tratamento se faz com o uso de Ivermectina, que age induzindo o influxo de íons Cloro pela membrana, promovendo ruptura nervosa, causando paresia (diminuição da força muscular).

          Além disso, se faz muito comum o tratamento da tricuríase com a associação dos Benzimidazóis juntamente com a Ivermectina.

Medidas preventivas

          A profilaxia da tricuríase envolve a adoção de medidas preventivas que visam impedir a infecção pelo parasita Trichuris trichiura. Como a tricuríase é transmitida principalmente pela ingestão de ovos do parasita presentes em solo contaminado com fezes humanas, as ações de profilaxia se concentram na melhoria das condições de higiene pessoal, alimentação e saneamento, como por exemplo: evitar ingestão de alimentos mal higienizados, evitar consumo de água não tratada, lavar as mãos e melhoria das condições de água e esgoto da população.

Epidemiologia

          A distribuição geográfica do parasito é cosmopolita, tendo sua prevalência variando entre 30-80% da população em geral. A maior incidência da tricuríase se dá entre as crianças, e são elas que possuem as maiores cargas parasitárias e apresentam a sintomatologia clínica de maior importância.

Formas evolutivas

Referências

  • NEVES, D. P. Parasitologia Humana. 13. ed. São Paulo: Atheneu, 2016.
  • REY, L. Parasitologia. 4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
  • CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Trichuriasis. Disponível em: <https://www.cdc.gov/dpdx/trichuriasis/index.html>.