Classificação taxonômica
- Reino: Animalia
- Filo: Platyhelminthes
- Classe: Cestoda
- Família: Hymenolepididae
- Gênero: Hymenolepis
- Espécie: Hymenolepis nana
Ciclo de vida e infecção
O Hymenolepis sp. pode apresentar dois tipos de ciclo, um monoxênico (que dispensa um hospedeiro intermediário) e um heteroxênico (que possui o hospedeiro intermediário representado por insetos).
O ciclo monoxênico se inicia quando os ovos são eliminados nas fezes e são ingeridos pela própria pessoa ou por novos humanos que serão novos hospedeiros. Após a ingestão dos ovos e da passagem dos mesmos pelo estômago, os embrióforos penetram no jejuno e íleo, dando origem a uma larva cisticercóide. Quando a larva se torna madura, após 10 dias, esta se desprende da vilosidade, se desenvagina e se fixa na mucosa intestinal por meio do escólex. Após 20 dias, os vermes já adultos se reproduzem e eliminam os ovos nas fezes. Este ciclo é o mais frequente e devido a presença das larvas cisticercóides, estimulam a imunidade ativa específica por se localizarem nas vilosidades intestinais.
Já o ciclo heteroxênico se dá pela ingestão dos ovos presentes no meio externo por larvas de insetos, e ao chegarem no intestino dos hospedeiros intermediários, liberam a oncosfera, que se transforma em larva cisticercóide. A ingestão acidental por humanos dos insetos contendo esta larva cisticercóide, faz com que as larvas, ao chegarem no intestino delgado, se desenvaginem e se fixem à mucosa intestinal, onde após 20 dias já se encontram como vermes adultos.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico da himenolepíase é realizado através do encontro de ovos de Hymenolepis nana nas fezes e mesmo quando o resultado der negativo, o exame deve ser repetido, uma vez que a eliminação dos ovos pode ser irregular.
O tratamento de primeira escolha é o uso de praziquantel em dose única de 25 mg/kg de peso do paciente em dose única ou niclosamida 40 mg/kg em crianças, ambos com repetição do tratamento a cada 10 dias. Além disso é importante que todos os membros que residam no mesmo ambiente que o infectado sejam tratados também.
Medidas preventivas
A profilaxia da patologia causada pelo Hymenolepis nana se dá a partir da manutenção dos bons hábitos de higiene, garantia de saneamento básico para a população, evitar a contaminação de alimentos e água com fezes ou insetos transmissores e controle de insetos e roedores.
Epidemiologia
A himenolepíase é uma das causas mais comuns de infecção por cestódeos, sendo considerada uma doença cosmopolita (encontrada no mundo todo). Em regiões com o clima temperado, a maior incidência da doença acontece em crianças. Ocorre com maior frequência no sul dos Estados Unidos, na América Latina, na Austrália, países do Mediterrâneo, Oriente Médio e Índia. Estima-se em 50 a 75 milhões de pessoas infectadas por Hymenolepis nana no mundo.
Formas evolutivas
Referências
- NEVES, D. P. Parasitologia Humana. 13. ed. São Paulo: Atheneu, 2016.
- REY, L. Parasitologia. 4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
- SÃO PAULO (Estado). Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac”. Himenolepíase: parasitoses intestinais – informações técnicas. São Paulo: CVE, 2019. Disponível em: <https://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-de-vigilancia/doencas-transmitidas-por-agua-e-alimentos/doc/parasitas/himeno.pdf.>
- CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. CDC – DPDx – Hymenolepiasis. Disponível em: <https://www.cdc.gov/dpdx/hymenolepiasis/index.html>.