Classificação taxonômica
- Reino: Animalia
- Filo: Nematoda
- Classe: Chromadorea
- Ordem: Secernentea
- Família: Oxyuridae
- Gênero: Enterobius
- Espécie: Enterobius vermicularis
Ciclo de vida e infecção
O ciclo de vida do Enterobius vermicularis é do tipo monoxênico e apresenta peculiaridades relacionadas às características da fêmea grávida e da oviposição do parasito. Após a copula, os machos morrem e são eliminados nas fezes do hospedeiro, já as fêmeas grávidas se desprendem do ceco, passando por todo o intestino grosso, esfincter anal e alcançam o ambiente externo e acabam também morrendo ao se romperem na ovoposição. Os ovos acabam permanecendo principalmente na região perianal da pessoa.
Os ovos liberados se tornam infectantes em cerca de 6 horas, esse tempo tende a ser maior no solo, onde se tem uma temperatura mais variável, e podem resistir até 3 semanas no ambiente.
Após a ingestão dos ovos pelo hospedeiro, as larvas do tipo rabditóide eclodem no duodeno, passando pelo jejuno e íleo, e alcançando o ceco já como vermes adultos, onde realizam a cópula. A longevidade do macho é restrita a realização da cópula e a da fêmea dura entre 45-60 dias após a infecção. Não havendo reinfecção, a parasitose se extingue nesta fase.
Porém, a enterobiose pode ser transmitida por meio de quatro formas, sendo elas: heteroinfecção – quando os ovos presentes em alimentos ou outras formas alcançam um novo hospedeiro; auto infecção externa ou direta – quando o indivíduo infectado, ao se coçar, leva os ovos infectantes até a boca; auto infecção interna – quando as larvas eclodem ainda dentro do reto e migram até o ceco como vermes adultos; retroinfecção – quando as larvas eclodidas na região perianal readentram o sistema digestivo pelo ânus, acendem o intestino grosso até chegar ao ceco, onde se tornam vermes adultos.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico da enterobiose é facilitado quando se possui sintomatologia típica, que é caracterizada pelo prurido anal principalmente durante a noite. O diagnóstico laboratorial utilizado se dá pelo encontro de ovos e do parasito na região anal do paciente. A técnica utilizada tem por meio o uso do swab anal, que emprega o uso de fita adesiva transparente aplicada sobre a pele da região, onde a fêmea e os ovos de Enterobius vermicularis ali encontrados ficam presos à goma da fita, podendo confirmar a presença deste parasita.
Já o tratamento é realizado por meio de anti-helmínticos, como o albendazol, sendo utilizado em dose única de 100mg, e a ivermectina.
Medidas preventivas
A profilaxia desta parasitose envolve a ideia de impedir reinfecções, buscar a prevenção da transmissão por meio de: manejo adequado de vestes a serem utilizadas pelo indivíduo infectado; desestímulo a coçar a região anal; combate do hábito de levar as mãos à boca sem higienização; garantia de saneamento básico a toda população; tratamento de todos que possuem contato com o paciente infectado.
Epidemiologia
A enterobiose apresenta distribuição cosmopolita, devido a estudos que indicam a ocorrência e prevalência em diferentes regiões, climas e populações. O Enterobius vermicularis é considerado o helminto com maior importância e prevalência em países da Europa, Austrália e Estados Unidos, onde a prevalência foi de 11,4% de infectados pela enterobiose.
Formas evolutivas:
Referências
- NEVES, D. P. Parasitologia Humana. 13. ed. São Paulo: Atheneu, 2016.
- REY, L. Parasitologia. 4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
- CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. CDC – DPDx – Enterobiasis. Disponível em: <https://www.cdc.gov/dpdx/enterobiasis/index.html>.