Classificação Taxonômica
- Reino: Animalia
- Filo: Platyhelminthes
- Classe: Trematoda
- Família Fasciolidae
- Gênero: Fasciola
- Espécie: F. hepatica
Ciclo de Vida e Infecção
O ciclo de vida é heteroxeno uma vez que necessita de hospedeiro intermediário; estes, no Brasil, são caramujos principalmente das espécies Lymnaea columela e L. viatrix.
No hospedeiro definitivo contaminado, o verme adulto deposita seus ovos nos ductos biliares e/ou na vesícula biliar, os quais chegarão ao intestino e serão eliminados nas fezes do hospedeiro. Se esses ovos encontrarem temperatura e umidade ideais, eles se desenvolvem para miracidios que tem capacidade de resistir em um ambiente propício a ele por até 9 meses. Quando estimulado pela luz solar e pelo contato com a água, o miracídio sai do ovo e através de sinais químicos que o molusco (L. columela ou L. viatrix) deixa no local aquático, o miracídio se guia até o molusco (hospedeiro intermediário). É importante destacar que cada miracídio pode dar origem para até 4 mil cercárias. Dentro do molusco, os miracídios evoluem para esporocistos, posteriormente para rédias e depois para cercárias. O molusco passa a liberar as cercárias ao longo dos dias, e essas vão nadar até o local onde houver vegetação aquática. Ao encontrar essa vegetação, as cercárias começam a encistar alcançando sua forma evolutiva de metacercária. É nesse momento que o ser humano pode se tornar um hospedeiro. Ao ingerir água ou verduras contaminadas com metacercária o ser humano se infecta com o parasito, onde as larvas atravessam a parede intestinal e se dirigem ao parênquima hepático.
A transmissão ocorre por meio de ingestão de água e verduras contaminadas com metacercárias. Os animais se infectam bebendo água e alimentos (capins, gravetos etc.) contaminados com metacercárias.
Ciclo de vida Fasciola hepática
Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico clínico é dificil de ser feito. No tocante ao diagnóstico laboratorial, pode ser feita a pesquisa de ovos nas fezes ou na bile (tubagem). Porém, como a quantidade de ovos produzida no humano é pequena, pode haver resultados negativos, mesmo com a presença de parasito. Assim, apesar de não possuir sensibilidade elevada o diagnóstico sorológico oferece maior segurança, porem vale salientar que pode ocorrer reação cruzada com esquistossomose e hidatidose. Os métodos sorológicos mais indicados são: intradermoreação, imunofluorescência, reação de fixação do complemento e ELISA.
Medidas Preventivas
A prevenção da fascíolose humana depende em primeira instância do controle desse helminto entre os animais domésticos, para tanto as medidas mais recomendadas são:
- Evitar disseminação: A adoção de uma política séria e eficiente evitando a disseminação dessa parasitose é um fator importante, uma vez que não só irá reduzir o índice da doença entre os animais;
- Destruição de caramujos;
- Tratamento em massa dos animais;
- Isolamento de Pastos úmidos;
- Proteção dos homens por meio da não ingestão de água proveniente de alagadiços ou córregos, dando preferência para água filtrada ou de cisterna bem construída; não gerar o plantio de agrião em área que possa ser contaminada por fezes de ruminantes (como esterco, ou acidentalmente); não consumir agrião proveniente de zonas em que esse helminto tiver prevalência alta entre animais e/ou humanos.
Epidemiologia
Estima-se que exista 2,4 milhões de pessoas com fasciolose no mundo, no Brasil ocorre principalmente na região sul e sudeste.
Referências
- NEVES, D. P. Parasitologia Humana. 13. ed. São Paulo: Atheneu, 2016.
- REY, L. Parasitologia. 4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
- BOUAMRA, Nadia; BEZZAZ, Ahlem. Enquête rétrospective sur la fasciolose bovine dans les abattoirs de la wilaya d’Alger. 2016-2017. Disponível em: https://di.univ-blida.dz/jspui/bitstream/123456789/1470/1/1433HTV-1.pdf.
- CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION (CDC). Fascioliasis. Disponível em: https://www.cdc.gov/dpdx/fascioliasis/index.html.