CONCEITOS GERAIS EM PARASITOLOGIA

1)   Etiologia

        PARASITO: para = ao lado; sitos = alimento. Ou seja, é um organismo vivo que se alimenta e vive às custas de outro organismo vivo.

2)   Conceitos Gerais

        Parasitismo é uma relação entre seres vivos que ocorre na natureza onde uma espécie é o hospedeiro e a outra o parasito, de modo que há uma unilateralidade de vantagens, ou seja, apenas um é beneficiado com a situação. De maneira geral o parasito depende do hospedeiro para obter alimento e abrigo, podendo ou não haver manifestação clínica resultante do parasitismo no hospedeiro.

        Continuando, na parasitologia, também existe o termo “coabitologia” refere-se à coexistência de vários parasitas em um único hospedeiro. Essas influências podem afetar a biologia dos parasitas e a saúde do hospedeiro de várias maneiras. A coabitologia estuda como esses parasitos interagem com o hospedeiro e como essas interações interagem com o curso das infecções.

       Porém, é válido destacar que o parasitismo não é sinônimo de doença parasitária; é possível que o indivíduo (hospedeiro) tenha o parasita mas não haja manifestação clínica resultante do parasitismo, pois há um equilíbrio entre hospedeiro e parasita (influenciado pelo ambiente, condições de saúde, habitação e dentre outros fatores).

        Finalizando, é preciso elucidar que existem características específicas envolvidas que favorecem ou não os ciclos biológicos de determinados parasitos, fazendo com que sejam mais ou menos frequentes em determinadas regiões (envolvendo aspectos sociais e climáticos). Em comparação, existem parasitos cuja existência é mais frequente naqueles que vivem em condições inadequadas de saneamento básico, educação em saúde, nutrição dentre outros aspectos fundamentais, ou seja, sofre influência do “ciclo da pobreza”, por outro lado, há também os parasitos globais, que não necessariamente são associados a esses aspectos

3)   Tipos de Parasitos

        Os parasitos podem ser extracelulares, intracelulares, endoparasitos que ficam dentro do corpo humano e ectoparasitos, ou seja, que ficam na superfície do corpo.

Exemplos: A Tunga penetrans, conhecida como bicho-de-pé, é uma pulga que penetra na pele e atua como um ectoparasita, geralmente com manifestações clínicas pouco prejudiciais. O Ascaris lumbricoides é um endoparasita que habita o intestino. Parasitas intracelulares, como os do gênero Plasmodium, causadores da malária, infectam as hemácias e causam sua lise; estes parasitas necessitam de vetores, como os mosquitos do gênero Anopheles. Além disso, existem parasitas temporários, como os responsáveis pela miíase, que são vetorizados por artrópodes, especificamente moscas.

4)     Mortalidade x Morbidade

        As parasitoses geralmente são doenças crônicas que evoluem progressivamente, causando manifestações que comprometem a vida do indivíduo a longo prazo. Portanto, o conceito de morbidade é mais adequado para descrever esses casos. Mortalidade refere-se ao número de pessoas que morrem devido a uma determinada condição em um período específico. Em contraste, morbidade refere-se à quantidade de pessoas que apresentam a doença em um determinado período. O Brasil, por ser um país de grande extensão territorial e diversidade de condições, apresenta uma ampla variedade de parasitoses.

        O conceito de DALYs (Disability-Adjusted Life Years) mensura os anos de vida perdidos precocemente e os anos vividos com incapacidade devido a uma doença ou condição específica.

5)    Conceitos em Parasitologia

  • AGENTE ETIOLÓGICO: Agente causador da doença.
  • HOSPEDEIRO: Indivíduo que abriga o parasito (pode ser ou não o ser humano).

6)    Relação Parasito X Hospedeiro

        No caso de alguns parasitos há uma grande especificidade, ou seja, há uma espécie determinada de hospedeiro. Por exemplo, no caso do Plasmodium essa especificidade é muito grande. Já no caso da toxoplasmose, não há tanta especificidade (qualquer animal com sangue quente consegue ser hospedeiro).

Para que os indivíduos de determinada espécie sejam hospedeiros de determinados parasitos é preciso:

           a) ESPECIFICIDADE ECOLÓGICA: Encontro no tempo e no espaço (o indivíduo deve se expor ao parasito).

           b) ESPECIFICIDADE FISIOLÓGICA: Enzimas/substratos.

       Assim, existem diferentes mecanismos de infecção e diferentes ciclos biológicos.

7) Ciclo Biológico

 De modo geral existem dois tipos de ciclos biológicos, o ciclo monoxeno e o ciclo heteroxeno.

  • Ciclo monoxeno: É aquele que depende de um único hospedeiro. Geralmente sua transmissão envolve ovos e cistos, que são formas de resistência que são responsáveis pela infecção de novo hospedeiro ou a produção de larvas. 
  • Ciclo heteroxeno: Envolve dois ou mais hospedeiros, havendo um hospedeiro intermediário e um definitivo. Por exemplo, na malária temos o mosquito e o ser humano como hospedeiros.

Observação: Outro termo que é necessário para compreensão do ciclo biológico é o termo “tropismo” que é a capacidade de percepção e migração do parasito para um local específico. Por exemplo, algumas larvas tem a capacidade de perceber a pele humana a partir do calor, permitindo que penetrem no hospedeiro.