Classificação Taxonômica
- Reino: Animalia
- Filo: Platyhelminthes
- Classe: Trematoda
- Família: Schistosomatidae
- Gênero: Schistosoma
- Espécie: Schistosoma mansoni
Ciclo de Vida e Infecção
A infecção por Schistosoma mansoni segue um ciclo de vida complexo que envolve dois hospedeiros: Humanos e caramujos do gênero Biomphalaria. O ciclo começa com a liberação de ovos nas fezes humanas. Quando esses ovos entram em contato com água doce, eles eclodem e liberam larvas móveis chamadas miracídios. Esses miracídios nadam ativamente e infectam caramujos do gênero Biomphalaria, que atuam como hospedeiros intermediários.
Dentro dos caramujos, os miracídios se desenvolvem em esporocistos, que após sucessivo processo de multiplicação darão origem às cercárias que serão liberadas na água através do tegumento do caramujo infectado. Essas formas larvais de vida livre nadam ativamente e são capazes de penetrar a pele humana. Durante o contato com água doce contaminada (seja ao nadar, lavar roupa ou pescar) as cercárias penetram na pele, causando uma leve dermatite conhecida como “coceira do nadador”.
Após a penetração, as cercárias perdem suas caudas e se transformam em esquistossômulos. Esses esquistossômulos entram na circulação sanguínea e migram para o fígado através do sistema circulatório. No fígado, os esquistossômulos amadurecem em vermes adultos. Vermes machos e fêmeas se acasalam e migram para as veias mesentéricas ao redor do intestino.
As fêmeas adultas produzem ovos que são depositados nas paredes dos vasos sanguíneos intestinais. Alguns desses ovos atravessam a parede do intestino e são excretados nas fezes, continuando o ciclo. Outros ovos ficam presos nos tecidos, causando inflamação e granulomas, o que pode levar a danos crônicos como fibrose hepática esplênica.
A infecção por Schistosoma mansoni pode causar diferentes sintomas e complicações. A penetração das cercárias pode causar inflamação e coceira no local, conhecida como dermatite cercariana. Na fase aguda, conhecida como febre de Katayama, os sintomas incluem febre, calafrios, tosse, dor muscular e diarreia. Na fase crônica, a infecção pode levar à formação de granulomas, hipertensão portal, esplenomegalia e ascite. Complicações graves podem incluir hemorragias gastrointestinais e insuficiência hepática.
Ciclo biológico do Schistosoma mansoni
Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico é feito através da identificação de ovos nas fezes por exame microscópico, testes sorológicos ou métodos moleculares. O tratamento envolve o uso de praziquantel, que é eficaz contra as formas adultas do verme.
Medidas Preventivas
- Saneamento Básico: Melhorar as condições sanitárias para evitar a contaminação da água com ovos do parasita.
- Controle de Caramujos: Reduzir a população de caramujos Biomphalaria através de medidas químicas, biológicas e ambientais.
- Educação em Saúde: Informar a população sobre os riscos do contato com água doce contaminada e promover práticas de prevenção.
Epidemiologia
A esquistossomose é prevalente em áreas tropicais e subtropicais, especialmente na África, América do Sul e Caribe. A disseminação da doença está associada à falta de acesso a saneamento básico e água potável. Programas de controle e tratamento em massa são implementados em áreas endêmicas para reduzir a prevalência da doença.
Formas Evolutivas
Referências
- NEVES, D. P. Parasitologia Humana. 13. ed. São Paulo: Atheneu, 2016.
- REY, L. Parasitologia. 4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
- Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). Esquistossomose. Disponível em: https://www.infectologia.org.br/pg/997/esquistossomose. Acesso em: 03 de junho de 2024.