Um breve relato sobre a participação no evento Unifal de Portas Abertas…
No dia 28 de outubro de 2017, a equipe do projeto Dimensões africanas, participou das atividades do evento Unifal de Portas Abertas, que tem como um dos objetivos promover o contato entre a universidade e a comunidade alfenense, em especial do bairro Santa Clara, onde se encontra a sede do Campus II da Universidade Federal de Alfenas. Foi um momento de atividades diversas e de aprendizagens tanto para a comunidade como para os membros do projeto.
A atividade que realizamos foi a Contação de Histórias com temáticas africanas e afro-brasileiras, levamos vários livros infanto-juvenis, organizamos um

espaço, levamos bonecas de pano e propomos uma roda de histórias. Inicialmente, nosso alvo inicial eram as crianças que estavam participando do evento, tínhamos o objetivo de apresentar vários livros, saber o que elas acharam das histórias e propor que elas também contassem suas histórias.
Como nem sempre as coisas saem como planejamos ou idealizamos, poucas crianças se envolveram na atividade como queríamos, algumas que prestaram atenção e participaram das atividades, notamos que muitas crianças, principalmente os meninos, ficaram curiosos para verem e brincar com as bonecas. Contudo, o que mais chamou atenção foram os adultos que estavam acompanhando as crianças, eles ficaram atentos a contação de histórias e se interessaram pelos livros, foi possível observar que havia uma curiosidade querendo sair e explorar aqueles materiais ao mesmo tempo que tinham um empecilho interno, “isso é coisa de criança”.
“Isso é coisa de criança?” Será mesmo? Um dos objetivos do projeto é analisar os livros infantis, observar seu projeto literário, verificar os processos de recolha dessas histórias, que muitas vezes são partes estruturantes de sociedades, como as africanas. Dessa maneira, nos deparamos com várias problemáticas que são difíceis de discussão até para adultos, como racismo, ideias errôneas sobre um povo, uma construção histórica preconceituosa, questões de religiões, mas que veem em forma de literatura infantil. Será que tudo de “criança” é isento de intencionalidades?
Portanto, essa atividade trouxe várias aprendizagens e nos mostrou que ainda precisamos pesquisar novas metodologias de ensino, continuar analisando os livros e seus processos de construção desde de seu texto escrito como suas ilustrações, que têm muito a dizer também, muitas vezes nos contam outras histórias e trazem outras reflexões. Outro fator muito importante, é que antes de entregar um livro a uma criança, seria importante os professores e responsáveis verificarem os conteúdos que estão oferecendo ao público infantil.
Por fim, o mais importante, não importa a idade ou se o livro é de adulto ou de criança, ler é sempre bom… aventurem-se!