Duula A Mulher Canibal
Livro: Duula A Mulher Canibal
Escrito por: Rogério Andrade Barbosa
Ilustrado por: Graça Lima
Páginas: 39
Editora: DCL-Difusão cultural do livro http://www.editoradcl.com.br/
O autor de Duula, a mulher canibal, é Rogério Andrade Barbosa. Professor e escritor graduado em Letras pela Universidade Federal Fluminense e com Pós-graduação em Literatura Infantil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Barbosa publicou inúmeros livros infantis com temáticas africanas, inclusive a partir de trabalhos de recolha de tradições orais em diferentes partes do continente africano. O autor foi, inclusive, voluntário das Nações Unidas na Guiné -Bissau .
Em Duula, a mulher canibal, Barbosa conta com a parceira de Graça Lima que ilustra com imagens estonteantes a narrativa escrita pelo autor que é baseada em inúmeras tradições orais da Somália a respeito de mulheres chamadas de canibais.
A obra Duula conta a história de uma jovem mulher muito bonita, que passa por um dos momentos de maior seca, fome e miséria de seu país e para sobreviver ela acaba se tornando um monstro horrível. Então , um dia, as crianças de uma família de comerciantes que viajava pelo deserto, a menina Mayran e seu irmão Askar acabam se perdendo de seus pais e encontrando a cabana de Dulla. Ao se deparar com as crianças magras e fracas, a mulher canibal passa alimenta-las com a intenção de pretendendo assim um dia delas se alimentar. Porém, as crianças acabam descobrindo o plano de Duula e conseguem fugir.
É possível trabalhar com essa obra em diferentes disciplinas, inclusive com atividades interdisciplinares. Por exemplo, o professor de História poderá trabalhar com o de Geografia a respeito da localização espacial da Somália, próxima ao mar Vermelho e deserto do Saara e assim explorar elementos da história antiga da região, tais como as relações dos antigos egípcios e núbios com as sociedades da península arábica. Também pode trabalhar as ilustrações com o professor de artes e a narrativa com o de literatura e explorar as semelhanças e diferenças dessa tradição oral com narrativas do universo infantil já bastante divulgadas e também recolhidas de tradições orais, tal como João e Maria.
Ao aproximarem a representação da mulher canibal da tradição oral da Somália com a figura da bruxa europeia de João e Maria, é possível aos professores promoverem entre os alunos um debate a respeito dos esterótipos divulgados sobre a imagem da mulher, os quais demonstram serem universais, ou seja, não serem específicos de uma única população ou região.
O professor de História pode ainda utilizar as ilustrações e narrativa a respeito da família de viajantes para tratar a respeito d o comercio da Somália , falar de migração forçada ou fuga da fome e seca para regiões com mais abundância de alimentos. Enfim, essa pequena história permite desenvolver vários temas e debates na sala de aula . Com esse intuito, a obra disponibiliza mapas e descrições a respeito das tradições orais e da região onde a narrativa é ambientada .
Portanto, esse livro pode e deve ser trabalhado na educação básica.
Giovanna Ribeiro Rios – Acadêmica do 6º período do curso de História da UNIFAL-MG