O mundo no black power de Tayó

 

Livro:mundo no black power de Tayó

Escrito por: Kiusam de Oliveira

Ilustrado por: Taisa Borges

Páginas: 44

Editora: Peirópolis,2013

Kiusam de Oliveira é doutora em Educação e mestre em Psicologia pela USP, artista, bailarina, contadora de história, coreografa e arte educadora. Suas áreas de pesquisas contemplam as seguintes temáticas: relações étnico-raciais, gênero, corporeidade, candomblé de Ketu. Segundo a autora suas maiores inspirações ocorrem por meio do contato com as salas de aula.

Nenhum livro é isento de intencionalidades, dessa maneira, se a proposta de Kiusam de Oliveira é empoderar mulheres, sejam elas crianças, jovens ou adultas, a autora acertou em cheio. Sua obra “O mundo no black power de Tayó” permite caminhos para repensar o conceito de beleza, a lidar com os preconceitos e a combate-los. Também nos faz refletir sobre o conceito de diversidade.

O nome da protagonista “Tayó” é de origem Yorubá e significa “dar alegria” e é exatamente isso que esse livro proporciona. A menina, de apenas 6 anos, ao assumir o seu cabelo “black power” carrega um mundo marcado pelas “almas potentes dos seus antepassados” africanos, de que sente muito orgulho. Tal sentimento a faz superar os preconceitos com os quais se depara. E é esse exatamente o significado de empoderamento.

As ilustrações são de Taisa Borges, que acompanhando o texto escrito, são capazes de nos passar uma profundidade dos significados daquilo que está sendo narrado e que nos faz imaginar os sentimentos de Tayó, ou seriam os nossos?

Algo que merece destaque é que em todas as ilustrações o “black power” da Tayó está presente, ora com flores presas ao cabelo, ora com um mundo inteiro representado no formato de balões que fazem alusão a imaginação da menina que reflete sobre esse mundo no qual está inserida. A narrativa é feita com expressões em destaque e em letras maiúsculas ”BELEZAS INFINITAS”, “PALAVRAS DE AMOR”, “MEU CABELO É MUITO BOM”, entre outras, que afirmam ainda mais a mensagem de empoderamento das mulheres negras de todas as idades.

Pensando no uso desse livro no ambiente escolar e em uma abordagem interdisciplinar, por exemplo, o(a) professor(a) de Artes poderia em parceria com um(a) professor(a) de História abordar o que foi o movimento “Black Power” no Brasil e promover um debate entre os alunos e alunas a respeito da diversidade na escola.

Gabriela Fabiane Luiz, graduanda negra do 8º período de História, da Unifal.

elaine.ribeiro

Possui Bacharelado (2007) e Licenciatura (2009) em História pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. É mestre e doutora em História Social pelo Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade de São Paulo. Desde 2011, é professora do Instituto de Ciências Humanas e Letras da Universidade Federal de Alfenas, onde atua nas áreas de ensino, pesquisa, extensão e gestão didática. Desde 2012, coordena o projeto Dimensões africanas nos materiais didáticos, que tem produzido pesquisas de iniciação científica, trabalhos de conclusão de curso e publicação de textos acadêmicos, além de atividades de extensão em escolas do município sul-mineiro de Alfenas. Tem como foco de interesse os seguintes temas: história social do trabalho na África, história e literaturas africanas, história da educação na África, formação de professores da educação básica brasileira, materiais didáticos e produção literária infantil com temáticas africanas.