Histórico

Por Danielle Aparecida Ferreira de Oliveira Marrafon, Milena Carla Espósito, Naiara Chaves Silva, Ricardo Radighieri Rascado
Revisão: Tiago Marques dos Reis
Maio de 2021

A Farmácia Universitária surgiu em 1979 como Farmácia-Escola, quando o professor Lamartini de Barros Duarte, farmacêutico e Diretor da Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas (EFOA) se viu diante da necessidade de criação de uma farmácia dentro da EFOA. Designou então para essa atividade a professora Yvone Magnin Bueno, responsável pela disciplina de Farmacotécnica do curso de Farmácia.

Devido à escassez de recursos, foi difícil criar a Farmácia-Escola. Ela foi montada a partir de balcões, mesas e prateleiras que estavam em desuso nas instalações da EFOA. Nada foi feito e nem comprado especificamente para a nova farmácia, que ficou instalada em uma sala interna, depois uma sala com acesso externo ao pátio da EFOA, até ser transferida para o local atual, com acesso pela rua Antônio Carlos.

Em toda essa etapa da criação e desenvolvimento inicial da Farmácia-Escola, a Profa. Yvone obteve a ajuda de sua então assistente de laboratório Vilma Lopes do Nascimento. Estudaram primeiramente o que a farmácia poderia oferecer naquele momento e escolheram a distribuição de amostras grátis para a população alfenense. Mandaram carta/ofício para os médicos de todas as especialidades de Alfenas-MG, ficando acordado a doação de amostras grátis para a Farmácia-Escola distribuir à população.

Na Farmácia-Escola era realizada a separação dos medicamentos doados, fracionando-os de acordo com suas prescrições convencionais. Nesse mesmo intuito, foi criado o trote dos calouros, onde cada um deveria trazer no mínimo 5 Kg de medicamentos adquiridos a partir de doações em suas cidades.

Quando a dispensação foi iniciada, estabeleceu-se uma relação de confiança entre os médicos prescritores dos medicamentos e a Farmácia-Escola. Sensibilizado, Dr. Edson Antônio Rabelo, médico do município de Alfenas, prestava assistência voluntária à Farmácia-Escola nos assuntos relacionados às prescrições, iniciando um ciclo de bons relacionamentos com os profissionais da saúde.

Inicialmente a farmácia atendia somente a população carente, mas aos poucos o perfil dos pacientes foi mudando. Diante do êxito obtido pela Farmácia, a Farmácia-Escola foi nomeada posto de distribuição de medicamentos da CEME (Central de Medicamentos), órgão federal regulador da política de medicamentos do SUS, na época.

Além da distribuição de medicamentos da CEME, havia a manipulação de fórmulas magistrais para doação e, como não havia verba para tal, foram feitas parcerias com prefeituras de cidades vizinhas, como Campos Gerais, com a entidade SARAI, e até mesmo com Padre Alfredo, na época aluno do curso de Farmácia e pároco da cidade de Alterosa, que compravam a matéria-prima mínima necessária para a produção de determinadas fórmulas.

Outros professores e auxiliares técnicos da EFOA passaram a fazer parte do quadro de colaboradores: Profa. Maria Sinira Rocha de Oliveira (disciplina de Farmacotécnica), Prof. Amon Sério Vieira (disciplina de Farmacotécnica), José Roberto Garcia (técnico da disciplina de Farmacotécnica), Profa. Ângela Magalhães Duarte da Silveira (responsável pela disciplina de Deontologia e Legislação Farmacêutica e pela disciplina de Economia), Profa. Fátima de Souza (responsável pelas disciplinas de Farmacodinâmica I e II e Farmácia Hospitalar), Maria Celina Silveira e Olavo Duarte Barbosa (farmacêuticos).

A Farmácia-Escola conquistou sua importância na Instituição, surgindo a possibilidade da criação estágios em manipulação e dispensação para os alunos do curso de Farmácia. Além disso, a venda dos produtos manipulados começou a ser realizada. Neste cenário, houve a necessidade de reestruturação da área física da Farmácia-Escola, sendo instalada em 1990 em um novo local de funcionamento: o prédio onde ela se localiza atualmente, à Rua Antônio Carlos, 551, no Centro de Alfenas. Nessa ocasião, foi realizado um concurso interno para contratação de novos farmacêuticos. Então, como farmacêutica responsável foi nomeada Maria Cristina Fonseca Maia Engel. Posteriormente, a farmacêutica Maria Aparecida Rodrigues Milan também passou a agregar a equipe da Farmácia-Escola, além de um atendente também servidor da EFOA.

Com as novas instalações, a Farmácia-Escola estava mais caracterizada como estabelecimento de saúde, tendo realizado melhorias na disposição dos medicamentos e adequações na área de injetáveis, de forma condizente com as exigências sanitárias então existentes. Destaca-se, entretanto, que nessa época ainda não havia sido publicadas as resoluções de regulamentação específicas para farmácias de manipulação.

A demanda de manipulados apresentou uma queda quando passou a ser um serviço cobrado. Não havia um sistema de formação de preços, sendo que os mesmos eram determinados aleatoriamente. Então, Prof. Amon Sério Vieira criou o primeiro sistema manual de cálculo dos preços dos produtos manipulados. A dispensação de amostras grátis e medicamentos da CEME ainda existia e era o que mais movimentava a Farmácia-Escola.

Como a Chefia da Farmácia-Escola era feita por rodízio dos professores que participavam do quadro de servidores, existiam muitas divergências no plano administrativo. A Chefia passou, então, a ser do Departamento de Farmácia. Nesse momento, foi realizada uma atualização na lista de preços, criando-se um novo sistema de precificação, incluído em um sistema de gestão financeira, pela primeira vez computadorizado, elaborado pelo Prof. José Sebastião Martins.

Em 1996, a Farmácia-Escola parou com a dispensação das amostras grátis, baseada em um conceito novo: a bioequivalência. Era recomendado que somente se intercambiasse os medicamentos que possuíssem a mesma substância ativa, na mesma dose e na mesma forma farmacêutica, ou seja, que fossem equivalentes farmacêuticos. Como já existia uma grande variedade de laboratórios produtores desses medicamentos, tornava-se extremamente difícil realizar o atendimento dentro desse conceito. Além disso, nesse mesmo ano houve a extinção da CEME, o que interrompeu o abastecimento de medicamentos enviados pelo governo para distribuição gratuita à população.

Acompanhando essas mudanças, foram reestruturados os estágios no curso de Farmácia, com a implantação do Estágio no SUS, em empresas comerciais conveniadas e o Estágio na Farmácia-Escola (dispensação, manipulação e administração farmacêutica). A Profa. Fátima de Souza e a Profa. Maria Sinira Rocha de Oliveira ficaram responsáveis pelos estágios. Nesse momento, foi elaborada a logomarca da Farmácia-Escola, que também estampava a placa de sinalização do estabelecimento e os rótulos a serem usados nos produtos manipulados.

Registrada no Conselho Regional de Farmácia (CRF-MG) como farmácia privativa, o público atendido pela Farmácia-Escola era constituído apenas por estudantes e servidores da escola. Porém, moradores alfenenses que não possuíam vínculo com a EFOA também passaram a ser atendidos, desde que possuíssem cadastro no estabelecimento. A Farmácia-Escola começou a evoluir numa velocidade maior que a esperada; a todo o momento eram propostas mudanças e novas formulações eram criadas. As farmacêuticas Maria Aparecida e Maria Cristina aproveitaram a proposta de demissão voluntária do governo e deixaram a Farmácia-Escola.

Por volta de 1996, foi feito um contrato com a FACEPE (Fundação de Apoio, Cultura, Ensino, Pesquisa e Extensão de Alfenas) e esta passou a gerenciar a Farmácia-Escola, contratando como farmacêutica responsável Vera Cristina Costa Barbosa e como atendente Elisa Maria das Graças Martins. A EFOA alocou o servidor Alan Kardec de Souza, técnico de laboratório, para contribuir com a manipulação de medicamentos na Farmácia-Escola. A partir desse momento, os professores passaram a ter responsabilidade direta somente na área do estágio. Em 2001, a supervisão de estágio em dispensação ficou com a farmacêutica Milena Carla Espósito.

Alguns anos depois, a responsabilidade técnica foi assumida pela Profa. Fátima de Souza, já aposentada e contratada como farmacêutica pela FACEPE que, diante do surgimento de regulamentações rígidas no setor, principalmente na área de manipulação de medicamentos, propôs e conseguiu verba para a realização de uma grande reforma na área física da Farmácia-Escola. Nesta época, a EFOA tinha como Diretor o Prof. Maciro Manoel Pereira e como Vice-Diretor o Prof. Antônio Martins de Siqueira. Em 2004, a Farmácia-Escola foi transferida temporariamente para uma sala de aula para que a reforma fosse realizada sem prejuízo ao serviço. Em substituição à funcionária Elisa, foi feita a contratação pela FACEPE da atendente Francine Junqueira. A reforma durou quase um ano e a reinauguração ocorreu em fevereiro de 2005.

Em 2003, Profa. Luciene Alves Moreira Marques foi admitida para o corpo docente da EFOA como professora de Deontologia e Economia e se vinculou à Farmácia-Escola por meio da supervisão do estágio dessas disciplinas. Nesse mesmo ano, foi criado o Manual de Boas Práticas e adquirido um software de gerenciamento do setor da manipulação. Utilizando-se de questionários, fez-se a primeira campanha de marketing, o que gerou muitas propostas de mudanças.

A Profa. Fátima de Souza deixou a Farmácia-Escola e Milena assumiu a responsabilidade técnica no final de 2004. Nesse período, a pequena indústria farmacêutica da UNIFAL-MG (LIFE) foi desativado e em 2005, a farmacêutica Valéria Maria das Dores Heyden foi transferida para a Farmácia-Escola e Maria Betânia de Freitas foi contratada como farmacêutica pela FACEPE. Maria Betânia permaneceu na farmácia até final de 2006, quando foi substituída pela farmacêutica Valéria de Moura Leite Naves.

Em 2006, a EFOA transformou-se em Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG). Novos professores ingressaram na Instituição por concurso, dentre eles o Prof. Dr. Ricardo Radighieri Rascado, que se tornou o responsável pela disciplina de Economia e Administração. Mais professores passaram a orientar os estágios na Farmácia-Escola: a Profa. Luciene Alves Moreira Marques, a Profa. Verônica Ferreira Magalhães (responsável pela disciplina de Primeiros Socorros e estágio em Aplicação de Injetáveis) e o Prof. Ricardo. Ainda neste ano, a Profa. Luciene passou a ser responsável pela disciplina de Atenção Farmacêutica, que deixou de ser optativa no currículo especialista do curso de Farmácia e passou a ser obrigatória no generalista.

Em abril de 2007, o Prof. Ricardo foi designado responsável técnico e Chefe da Farmácia-Escola, e a co-responsabilidade técnica e Vice-Chefia ficou a cargo da Profa. Luciene. Para auxiliar na administração da Farmácia-Escola, foi designado o administrador Gustavo Ferreira de Oliveira. O servidor Alan Kardec de Souza foi redirecionado a outro setor dentro do Departamento de Farmácia. A Farmácia-Escola passou por mudanças em seu layout: os medicamentos industrializados, antes acondicionados em uma sala específica e climatizada, foram expostos aos clientes; novos computadores foram disponibilizados para o atendimento ao público e novas formas de pagamento como o uso de cartão de crédito. Visando atender às novas normas sanitárias publicadas pela ANVISA como a publicação da RDC n° 214, de dezembro de 2006 e posteriormente, a RDC n° 67, de 08 de outubro de 2007, foi implantado o laboratório de controle de qualidade.

Em 2008, a Farmácia-Escola recebeu a farmacêutica servidora da UNIFAL-MG Danielle Aparecida Ferreira de Oliveira e em 2009, a farmacêutica Valéria Maria da Dores foi redirecionada a outro setor do departamento de Farmácia.

Consonante com as mudanças no âmbito nacional, em 2014 a Farmácia-Escola passou a ser chamada Farmácia Universitária (FarUni), já que a EFOA agora era UNIFAL-MG. Em 2011, a farmacêutica Valéria Moura Leite Naves foi substituída pela farmacêutica da FACEPE Lívia Pereira Thomaz. Nesse mesmo ano, a UNIFAL-MG designou o servidor farmacêutico Patrick Ricardo da Silva para a FarUni. A Chefia e a responsabilidade técnica foi transferida à Profa Luciene em 2013. Em 2014, o farmacêutico Patrick assumiu a responsabilidade técnica e a Chefia foi assumida pelo prof. Antônio Luengo Garcia (responsável pela disciplina de Farmacotécnica).

Em 2019, após a realocação do farmacêutico Patrick em outro setor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, a responsabilidade técnica foi assumida pela farmacêutica Milena Espósito e a corresponsabilidade técnica pela farmacêutica Danielle Marrafon. Nesse mesmo ano, foi designado para a Chefia da FarUni o Prof. Tiago Marques dos Reis e para a Vice-Chefia, Profa. Liliana Batista Vieira.

Atualmente, a FarUni conta com duas farmacêuticas, que respondem pela supervisão dos estágios em manipulação e dispensação, uma auxiliar de limpeza e uma colaboradora externa (servidora pública do Município de Alfenas). A orientação dos estágios é de responsabilidade do Prof. Antônio Luengo Garcia (manipulação), Prof. Tiago Marques dos Reis (dispensação) e Prof. Ricardo Radghieri Rascado (dispensação). O Regimento Interno da Farmácia Universitária foi aprovado em 21 de junho de 2018 e uma Comissão Técnico-Cientifica foi constituída para exercer função consultiva e deliberativa de gestão de Órgão Complementar da Faculdade de Ciências Farmacêuticas.

Com equipe técnica capacitada e atualizada, a FarUni atende aos modernos conceitos administrativos e farmacêuticos, bem como às necessidades da qualidade dos serviços e produtos que oferece. Com ênfase na garantia da qualidade e no atendimento diferenciado do paciente, a FarUni acompanhou toda a evolução do mercado e, principalmente a evolução da Assistência Farmacêutica no Brasil, inovando sempre com vistas ao sucesso no alcance de seus objetivos.