Orientações para o Pré-projeto de Pesquisa

O candidato ao ingresso no PPGE deverá apresentar um pré-projeto de pesquisa em educação, seguindo alguma/s das vertentes metodológicas  da área de Educação e focando na linha e orientadores indicados. Destaca-se que o pré-projeto se integra no processo seletivo para ingresso no PPGE, entretanto, poderá passar por modificações estruturais e temáticas a partir do diálogo com o orientador.

O pré-projeto de pesquisa deverá ter, no máximo, 10 páginas de texto (excetuando-se, portanto, capas e referências bibliográficas) e ser apresentado em tamanho A4, digitado com fonte Times New Roman ou similar, em tamanho 12, com espaçamento entre linhas de padrão 1,5, margens superior e esquerda 3,0 cm, inferior e direita 2,0 cm, e convertido em formato pdf, tamanho até 1MB

O pré-projeto deverá apresentar a seguinte estrutura: título, indicação da linha de pesquisa, indicações de dois possíveis orientadores da mesma linha de pesquisa,   introdução, problema de pesquisa, objetivos (geral e específicos), relevância da pesquisa, revisão bibliográfica sobre a temática,  metodologia, resultados esperados, cronograma sugestivo (para 24 meses) e referências (padrão ABNT).

Todos projetos deverão ter as referências e citações (diretas ou indiretas) seguindo as normas da ABNT. Para tanto, poderá consultar o Manual de normalização e apresentação de trabalhos acadêmicos da UNIFAL-MG , tópico 9.3 – Modelos de referências.

Atente-se, trabalhos com plágio, mesmo que parcial, serão desclassificados de acordo com o edital. Dessa forma, recomendamos que façam as citações corretamente, principalmente as citações diretas (idêntico ao original), segundo a ABNT. Recomendamos que você utilize algum sistema online de verificação de plágio, como o CopySpider, para autoverificar seu pré-projeto antes de enviá-lo no sistema.

Destacamos que o ponto de partida de um pré-projeto de pesquisa em educação é ter um bom problema de pesquisa e, a partir deste, um objetivo geral claro e conciso. Sergio Luna (2004) apresenta que “o problema de pesquisa não é algo que o pesquisador, individualmente, quer/precisa saber ou comprovar. Trata-se de questões para as quais um grupo de pessoas (geralmente, a comunidade científica) ainda não conhece as respostas possíveis. Ou seja, não é algo individual (por mais que o interesse o seja), mas é uma construção coletiva”.

Ressaltamos que devem se atentar que o objetivo da pesquisa se diferencia dos objetivos educacionais de uma atividade, ou seja, uma coisa é o que se espera ao se desenvolver uma atividade educacional e outra é o objetivo da pesquisa que, no contexto de uma atividade, por exemplo, procurará compreender, analisar e avaliar fenômenos educacionais.

Durante a construção do pré-projeto, deve-se trabalhar na definição bem construída e delimitada do tipo de pesquisa que se desenvolve: quanto a natureza, poderá ser básica ou aplicada (pesquisa básica é aquela que amplia o conhecimento existente sobre determinada área de pesquisa, mas que não tem, necessariamente, uma aplicação prática. Já a pesquisa aplicada é aquela que busca soluções para problemas concretos e que contribui, essencialmente, para fins práticos); quanto a abordagem, poderá ser qualitativa, quantitativa ou quali-quantitativa; quanto aos objetivos, poderá ser exploratória, descritiva ou explicativa; quanto aos procedimentos, há uma diversidade muito grande e você deverá avaliar qual é melhor para seu contexto e objetivo de pesquisa, por exemplo: pesquisa bibliográfica, documental, experimental, estudo de caso, pesquisa ação, participantes, ex-post facto, etnográfica, etnometodológica entre outras possibilidades. De toda forma, você deverá apresentar definições bem construídas desses elementos no início de sua metodologia, para poder descrever com coesão e coerência a fundamentação deste item.

O modelo de análise deverá ser bem delimitado, fundamentando-se teoricamente e indicando-se com rigor científico como este será.

De acordo com sua pesquisa, poderá ser necessária a coleta de dados (nem todo tipo de pesquisa tem essa demanda), sejam eles qualitativos, quantitativos ou quali-quantitativos e, nesse caso, deverá explicitar a delimitação da coleta, a amostragem e os procedimentos (aqui se incluem os instrumentos de coleta).

Deve-se explicitar os tipos de dados, se primários ou secundários, indicando se dependentes ou independentes, assim como as formas que os mesmos serão obtidos:

  • Primários: dados levantados pelo autor/es para o fim do estudo em si;
  • Secundários: dados de outras fontes.

Caso estejam previstos dados quantitativos em seu pré-projeto, indicar as características dos dados que serão coletados (nominais, ordenativos ou escalares), assim como  as formas de se avaliar esses dados, incluindo, se necessário, estatísticas descritivas, probabilidades e inferências.

Caso estejam previstos dados qualitativos,  o texto construído deverá explicitar as fontes e formas de obtenção dos mesmos, assim como as formas de análise, sendo que estas deverão ter fundamentação teórica (ex. usará a análise de conteúdo da Bardin (1977) para se analisar as entrevistas semiestruturadas que realizará com os professores, com objetivo de se compreender …). Ou seja, um bom pré-projeto também é avaliado pelos elementos de coesão e coerência teórico-metodológica. Nesse sentido, se o projeto assume perspectivas que, por exemplo, não trabalham com categorias conceituais e metodológicas prévias, esses apontamentos também precisam ser feitos à luz da vertente epistemológica escolhida.

Essa discussão retrata a diversidade teórica e metodológica da pesquisa educacional, mostrando que o ponto central de análise do pré-projeto reside na sua coerência interna e não somente numa lista de procedimentos a serem seguidos. 

Sua metodologia deverá estar pautada sempre em seus objetivos (geral e específicos), sendo que, uma boa forma de verificação da coerência entre estes é se perguntar, por exemplo: 

  • Que conhecimento eu quero produzir com esse objetivo?
  • O que eu preciso para alcançar este objetivo específico? 
  • Os instrumentos e formas de análise permitem eu alcançá-lo? 
  • O conjunto de dados e análises permite que eu alcance o objetivo geral e responda minha pergunta de pesquisa?

Tendo em vista a metodologia desenvolvida, construa um cronograma coerente com a mesma e que seja exequível no período de 24 meses, considerando-se que:

  • Você cursará grande parte das disciplinas obrigatórias no primeiro semestre;
  • Você cursará grande parte das disciplinas optativas no primeiro ano;
  • Durante o primeiro semestre, provavelmente, você trabalhará no aprimoramento do projeto junto ao seu orientador, fundamentando-se em novas leituras e nas disciplinas;
  • Você precisa estar, também, aberto/a às sugestões de alterações que seu/sua orientador/a poderá indicar. Nem sempre um pré-projeto de pesquisa permanece igual ao que fora inicialmente escrito. Pesquisa é processo de incursão pelo desconhecido e, por mais que se façam planejamentos (necessário, pois não há trabalho rigoroso de produção de conhecimento sem organização prévia), frequentemente novos rumos precisam ser encontrados para o trabalho.

Recomendamos que você utilize os materiais a seguir, não exclusivamente, como fontes de consulta para construção de seu pré-projeto:


1) eBook com as Diretrizes sobre o Projeto de Pesquisa:


2) Algumas sugestões de vídeos sobre metodologia de pesquisa em educação e escrita científica:

Metodologia de pesquisa em educação (playlist)

Escrita científica (playlist)



3) Referências sobre metodologia de pesquisa em educação

Sistema de busca das bibliotecas da Unifal-MG.

AGRESTI, A. Métodos Estatísticos para as Ciências Sociais. 4 ed. Porto Alegre: Penso, 2012.

CRESWELL, J. W. Investigação Qualitativa e Projeto de Pesquisa: escolhendo entre cinco abordagens. 3 ed. Porto Alegre: Penso, 2014.

BERG, B. L. Qualitative research methods for the social sciences. Boston: Pearson, 2007.

BEZELEY, P. Qualitative Data Analysis with NVivo. London: SAGE Publications Ltda, 2007.

BUSSAB, W. O.; MORETIN, P. A. Estatística básica. São Paulo: Saraiva, 2007.

CRESWELL, J. W. Projeto de Pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. 3 ed. Porto Alegre: Penso, 2014.

CROTTY, M. The foundations of social research: meaning and perspective in the research process. Thousand Oaks: Sage Publications, 1998.

DENZIN, N. K.; LINCOLN, Y. S. O planejamento da pesquisa qualitativa: teorias e abordagens. Tradução de Sandra Regina. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed São Paulo: Atlas, 2010.

GROPPO, L. A.; MARTINS, M. F. Introdução à Pesquisa em Educação. 3. ed., Piracicaba: Biscalchin Editor, 2009. Disponível em: https://www.unifal-mg.edu.br/ocupacoessecundaristas/wp-content/uploads/sites/207/2021/08/5-Introducao-a-Pesquisa-em-Educacao.pdf 

FLICK, U. Introdução à Pesquisa Qualitativa. 3 ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.

GODOY, A. S. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. RAE – Revista de administração de empresas, São Paulo, v. 35, n. 3, p. 20-29, mar./abr. 1995.  

GOLDENBERG, M. A arte de pesquisar: como fazer pesquisa qualitativa em ciências sociais. Rio de Janeiro: Editora Record, 1997.

KRIPPENDORFF, K. Content analysis: an introduction to its methodology. 2. ed. Thousand Oaks: Sage Publications, Inc., 2012.

LUNA, S. V. Planejamento de pesquisa: uma introdução. São Paulo: EDUC, 2004.

MARCONI, M. A. Fundamentos de metodologia científica. 7. ed São Paulo: Atlas, 2010. 297 p., il. Inclui bibliografia e índice.

OLSEN, W. Coleta de dados: debates e métodos fundamentais em pesquisa social. Porto Alegre: Penso, 2015.

ROSA, M. V. D. F. P. D. C.; ARNOLDI, M. A. G. C. A entrevista na pesquisa qualitativa: mecanismos para validação dos resultados. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.

RUBIN, H. J.; RUBIN, I. Qualitative interviewing: the art of hearing data. Thousand Oaks: Sage Publications, 1995. 302 p.

SZYMANSKI, H. A entrevista na pesquisa em educação: a prática reflexiva. 2. ed. Brasília: Liber, 2008.

YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. Tradução de Daniel Grassi. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.
YIN, R. K. Pesquisa qualitativa do início ao fim. Porto Alegre: Penso, 2016.


Sugestões de ferramentas de buscas

www.scielo.br – biblioteca digital de livre acesso de publicações digital de periódicos científicos

www.periodicos.capes.gov.br – Porta da Capes para buscas de conteúdo científico diversificado

www.refseek.com – Busca de Recursos Acadêmicos. Mais de um bilhão de fontes: enciclopédia, monografias, revistas.

www.worldcat.org – uma busca pelo conteúdo de 20 mil bibliotecas mundiais. Descubra onde está o livro raro mais próximo de que precisa.

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www.bioline.org.br é uma biblioteca de revistas científicas de biociência publicada em países em desenvolvimento.

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www.science.gov é um motor de busca estatal americano em mais de 2200 sites científicos. Mais de 200 milhões de artigos estão indexados.

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