“Vozes do campo”, de Guiza Alexandre (2021)

Nem sempre percebemos quando uma mulher está sendo vítima de violência doméstica. Muitas escondem as marcas no corpo, mas as piores marcas saltam do olhar que arrasta o fardo da dor, contradizendo sorrisos. A violência doméstica ocorre de diversas formas, e os mecanismos de defesa precisam ultrapassar a barreira da dependência. Vozes do Campo busca compreender como o ciclo da violência é mais difícil ainda para as mulheres do campo e das florestas, pois os mecanismos de denúncia e defesa nem sempre estão disponíveis para elas. Não adianta gritar se não há vizinho para ouvir. Além disso, em diversas localidades não há torre de telefonia, internet ou energia elétrica. Para sair de uma situação de violência a mulher precisa estar emancipada por completo, ter uma rede de apoio e saber que não é culpada. Sua profissão como trabalhadora ou produtora rural precisa ser reconhecida, remunerada e seu corpo respeitado não apenas como seu, mas como parte de seu “eu”.

O livro Vozes do Campo apresenta relatos dolorosos de mulheres que passaram por anos de violência, mas também mostra a beleza da libertação.

Por: Laura Ribeiro Bueno, Maria Eduarda Marques Ruela e Raíssa Maria Barbosa da Costa (discentes do curso de Bacharelado em Letras – Língua Portuguesa)