Pesquisadores da unifal-mg estâo entre os mais influentes do mundo
Dos cerca de 200 mil pesquisadores elencados entre os mais influentes do mundo em um levantamento feito pela Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, em parceria com a editora holandesa Elsevier BV, estão dois pesquisadores do Instituto de Química (IQ) da UNIFAL-MG: Cláudio Viegas Júnior e Adriano Aguiar Mendes. Eles integram o grupo de 844 brasileiros que se destacam entre os mais influentes.
O ranking, publicado anualmente e em sua quarta edição, avalia o impacto e a relevância dos pesquisadores e dos trabalhos científicos, reunindo o grupo de 2% dos cientistas mais influentes do mundo. A atualização 2022 “Updated science-wide author databases of standardized citation indicators” foi divulgada em outubro.
Para embasar o estudo, o levantamento analisa as citações da base de dados Scopus — a maior base de dados de resumos e citações de literatura revisadas por pares. O resultado é separado em duas perspectivas: uma em que avalia os profissionais pelo impacto de citações ao longo da carreira, considerando até o final de 2021 e, a outra, por referências no período do último ano.
Na primeira lista, da qual fazem parte os pesquisadores mais influentes quando se avalia o impacto das pesquisas durante toda a carreira acadêmica, está o professor Cláudio Viegas Júnior, que em 2020 já havia aparecido no ranking internacional publicado na revista PLOS Biology. o professor volta a aparecer na segunda lista, composta pelos mais citados no último ano — 2021, na qual figura também o professor Adriano Mendes.
“A presença de dois docentes da UNIFAL-MG entre os pesquisadores citados é um importante indicador do impacto internacional das pesquisas desenvolvidas pelos mesmos na UNIFAL-MG e reflete na visibilidade internacional da Universidade, contribuindo para a divulgação da ciência no mundo”, comenta a professora Fernanda Borges de Araújo Paula, coordenadora-geral de Pós-Graduação da UNIFAL-MG.
Na visão da professora Fernanda Borges, pelo fato de as atividades de pesquisa estarem, na maioria das vezes, articuladas ao ensino, há que se considerar também a contribuição dos pesquisadores elencados no ranking para a geração de conhecimentos e formação de recursos humanos ao nível de graduação e de pós-graduação.
Dedicação, persistência e resiliência — características indispensáveis para um bom pesquisador
Para o professor Cláudio Viegas, estar no ranking mundial é motivo de honra e gratidão. “É sempre muito gratificante e honroso, sobretudo quando parte da comunidade internacional e em um trabalho de uma das mais renomadas Universidades do mundo, como é o caso de Stanford”, afirma.
Segundo ele, esse reconhecimento é ainda mais satisfatório tendo em vista as condições para a produção científica no Brasil, bem como a desvalorização da carreira do cientista no território nacional. “Nas condições tão contraditórias e desproporcionais, em todos os sentidos, que experimentamos no Brasil, sem sequer o reconhecimento da carreira de pesquisador ou cientista e, ainda, sem o devido respeito e valorização por parte do Governo Federal, conseguir realizar pesquisa de qualidade internacional, numa pequena universidade sul-mineira é motivo de muito orgulho e este é o estímulo que precisamos para continuar resilientes e dedicados à formação de nossos estudantes, na defesa da ciência e da qualidade do ensino e da pesquisa”, argumenta.
“As maiores qualidades que nós, pesquisadores brasileiros, temos para alcançar uma carreira de sucesso é a nossa capacidade de resistir, lutar e criar, fazendo com que nossa capacidade intelectual, de resiliência e de amor à educação e à ciência sejam maiores que as deficiências estruturais que vivenciamos”, observa o professor Cláudio Viegas.
O reconhecimento também é apontado como importante pela possibilidade de levar o nome da UNIFAL-MG ao cenário nacional e internacional, em termos de ciência e inovação. “Na minha opinião, o adjetivo ‘influente’ não é o mais correto, pois foi uma interpretação ao que o trabalho originalmente publicado se propunha. Numa visão mais realista, este ranqueamento mostra o impacto e a consequente visibilidade do trabalho de um dado cientista nos últimos anos, em toda a sua carreira e nos contextos de sua respectiva Instituição, região, país e no cenário mundial”, pondera Prof. Cláudio Viegas.
Em sua análise, o professor considera a dedicação e a perseverança como qualidades indispensáveis para que um pesquisador consiga alcançar a visibilidade proporcionada por ranqueamentos como esse. “Creio que fazer uma carreira científica séria, pautada pela ética e absoluta dedicação em fazer sempre mais e o melhor possível nas condições que possui seja a receita para ter este reconhecimento, nunca deixando que as dificuldades e obstáculos, desproporcionalmente maiores para brasileiros e sul-americanos, sejam motivo ou desculpa para fazer menos ou pior”, avalia.
Os exemplos de resiliência e de superação dos brasileiros refletem a percepção do pesquisador em relação aos atributos que a carreira de pesquisador exige. “Na minha modesta opinião, as maiores qualidades que nós, pesquisadores brasileiros, temos para alcançar uma carreira de sucesso é a nossa capacidade de resistir, lutar e criar, fazendo com que nossa capacidade intelectual, de resiliência e de amor à educação e à ciência sejam maiores que as deficiências estruturais que vivenciamos quanto à falta de investimento contínuo, que chega ao desmonte em alguns períodos, das instituições de ensino, pesquisa e de tecnologia”, observa.
Prof. Cláudio Viegas enaltece as qualidades dos pesquisadores brasileiros: “Estas características são explícitas quando conseguimos dar as respostas às demandas das mais diversas naturezas, no campo da saúde, por exemplo, confirmando que temos capacidade e qualidade ímpares, a despeito das dificuldades que se impõem.”
“Um bom pesquisador precisa ser bastante observador, dedicado, perseverante, curioso, crítico, e não deve jamais se acomodar — ir sempre em busca de novos conhecimentos capazes de trazer benefícios à sociedade. Ele também deve reconhecer e respeitar a importância do trabalho de outros pesquisadores (colaboradores ou não) para o avanço da ciência. É um trabalho árduo, mas bastante gratificante”, salienta o professor Adriano Mendes.
Ao compartilhar a sensação de figurar em um ranking mundial, o professor Adriano Aguiar Mendes enfatiza a satisfação pelo reconhecimento dos estudos que estão sendo desenvolvidos na Universidade. “É motivo de orgulho e satisfação estar entre os mais influentes pesquisadores do mundo. Além disso, é bastante satisfatório saber que pesquisas que vêm sendo realizadas aqui na UNIFAL-MG tenham grande repercussão em todo o mundo”, diz.
Em consonância com a opinião do Prof. Cláudio Viegas, o professor Adriano Mendes aponta a capacidade de dedicação e de estar sempre buscando novos conhecimentos como qualidades necessárias para ser um bom pesquisador. “Um bom pesquisador precisa ser bastante observador, dedicado, perseverante, curioso, crítico, e não deve jamais se acomodar — ir sempre em busca de novos conhecimentos capazes de trazer benefícios à sociedade. Ele também deve reconhecer e respeitar a importância do trabalho de outros pesquisadores (colaboradores ou não) para o avanço da ciência. É um trabalho árduo, mas bastante gratificante”, salienta.
Em cumprimento aos contemplados, a coordenadora-geral de Pós-Graduação, pontuou: “A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação parabeniza os docentes pela atuação e pela contribuição para o avanço da pesquisa científica, e expressa votos de sucesso contínuo no desenvolvimento de suas atividades.”