Após investigação da Vigilância Sanitária de Alfenas e recebimento dos laudos do Laboratório de Microbiologia de Alimentos da UNIFAL-MG, verificou-se que todas as análises realizadas mostraram resultados em conformidade com os padrões legais. Segundo informação da professora responsável pelas análises, os poucos casos de doenças transmitidas por alimentos relatados foram associados a viroses de origem alimentar, mas não associadas às refeições servidas no Restaurante Universitário Sede da UNIFAL-MG. Para mais detalhes de todos os procedimentos realizados nos últimos dois meses, leia abaixo.
No dia 12/04/2024, a PRACE recebeu 05 denúncias indicando suspeita de intoxicação alimentar com a comida produzida no RU Sede no dia 10/04/2024. Imediatamente, acionamos a Vigilância Sanitária Municipal (VISA) para oficializar a denúncia e obter ajuda de um órgão especializado nessa investigação. Cabe ressaltar que, no dia referido, foram servidas 1.222 refeições no total.
Recebemos a orientação da VISA para formalizar a denúncia junto à Ouvidoria Municipal de Alfenas, o que foi realizado pela Pró-Reitora de Assuntos Comunitários e Estudantis no mesmo dia (Protocolo 609371). A partir desse mesmo dia e momento, iniciou-se um trabalho conjunto da VISA, Prace e RU Sede para esclarecimento dos fatos. Nessa data, a VISA esteve, presencialmente, no Restaurante Universitário da Sede para levantamento de informações necessárias para a investigação, bem como realizou a interdição cautelar das amostras dos alimentos produzidos e armazenados pela empresa no dia 10/04/2024 (café da manhã, almoço e jantar). As amostras foram lacradas pela VISA e congeladas para aguardar os trâmites necessários para possível análise posterior. Justamente para essa finalidade todos os restaurantes universitários da UNIFAL-MG guardam amostras dos alimentos servidos por 72 horas, assim como previsto na legislação vigente.
Como os denunciantes informaram que haviam passado em atendimento médico na Casa de Caridade de Alfenas e na Clínica de Especialidades Médicas (CEM) da UNIFAL-MG, a Vigilância em Saúde Municipal realizou uma busca ativa pelos registros de atendimentos médicos nas unidades hospitalares do município e na clínica da UNIFAL-MG.
A partir do dia 16/04/2024, a Vigilância começou receber retorno desta busca ativa pelos atendimentos médicos, sendo as respostas recebidas transcritas a seguir:
“Conforme solicitado, informo que nos dias 10 e 11 de abril de 2024 não foram atendidos pacientes com queixas sugestivas de intoxicação alimentar na Clínica de Especialidades Médicas.” (CEM – UNIFAL-MG – 16/04/2024)
“1. Dos supostos nomes dos envolvidos, alguns não possuem número de registro e ou prontuário, o que fica evidente que não passaram em atendimento médico nesta instituição até a presente data;
2. Um suposto nome envolvido do referido caso passou em atendimento no dia 12/04 com queixa sugestiva de ‘ingesta de alimento não habitual’, (SIC) relato na anamnese médica colhida no dia em questão”
(Núcleo Hospitalar de Vigilância Epidemiológica da Casa de Caridade de Alfenas – 16/04/2024)
“Atendendo a solicitação de informação sobre possíveis atendimentos relacionados a intoxicação alimentar dos nomes abaixo, informo que não foram encontrados atendimentos no ano de 2024. A busca ativa foi realizada pelo nome dos informados, sem outros dados.”
(Núcleo de Epidemiologia Hospitalar do Hospital Universitário Alzira Vellano – 16/04/2024)
Tendo em vista as informações acima transcritas, iniciou-se a análise individual dos prontuários de todos os pacientes atendidos nos dias 09 a 11 de abril de 2024 no pronto atendimento da Casa de Caridade de Alfenas e confirmou-se que apenas uma paciente apresentou queixas sugestivas de intoxicação alimentar, referindo ingestão de alimentos no Restaurante Universitário, conforme relato abaixo:
“O Período analisado foi os dias 09, 10 e 11.
Desta forma foi identificado:
- Nos dias analisados, somente um caso foi evidenciado e referido pelo cliente que apresentou sintomas ’01 dia após ter comido na faculdade o almoço’ (SIC); não menciona claramente o nome da faculdade.
- Outros relatos que passaram em atendimento no dia 11/04 com queixa sugestiva de ‘ingesta de alimento não habitual’, (SIC) não informando a localidade da referida ingesta. Relato na anamnese médica colhida no dia em questão.
- E casos “não relacionáveis por se assemelharem às possíveis repercussões de Dengue.”
(Núcleo Hospitalar de Vigilância Epidemiológica da Casa de Caridade de Alfenas – 19/04/2024)
Diante destes fatos, a VISA encerrou a investigação no dia 19/04/2024 por ausência de dados suficientes para encaminhamento das amostras para análise. Para que não ocorresse a perda da viabilidade das amostras para análise, a VISA procedeu a desinterdição das mesmas para que a UNIFAL-MG estabelecesse medidas que considerasse cabíveis.
Considerando os dados que a PRACE tinha em mãos do tempo dos sintomas apresentados pelos denunciantes e o relato mínimo dos mesmos dos alimentos consumidos no dia, foi realizado contato com o Laboratório de Microbiologia de Alimentos para uma possível análise das amostras que ainda encontravam-se viáveis. A empresa cedeu as amostras à UNIFAL-MG e a professora responsável pelo laboratório coordenou a escolha das amostras a serem analisadas, considerando o relato dos denunciantes, bem como a disponibilidade orçamentária e de material necessários.
No dia 14/05/2024 a PRACE recebeu os laudos com o resultado das análises dos alimentos de maior risco, a saber: arroz, pudim de morango, panqueca, feijão e leite pasteurizado. Foi verificado que todas as análises realizadas mostraram resultados em conformidade com os padrões legais. Segundo informação da professora responsável pelas análises, os poucos casos de doenças transmitidas por alimentos relatados foram associados a viroses de origem alimentar, mas não associadas às refeições servidas no Restaurante Universitário Sede da UNIFAL-MG.
Considerando o compromisso desta Pró-Reitora às questões envolvendo a alimentação da comunidade acadêmica, agradecemos todo apoio e empenho das equipes de análise, assim como a seriedade e parceria do Restaurante Universitário, que prontamente se colocou à disposição para a averiguação da denúncia, bem como para as orientações e encaminhamentos sugeridos. Para tanto, dada a complexidade dos trâmites de análise como anteriormente relatado, apresentamos abaixo orientações específicas à comunidade acadêmica, quanto aos devidos registros em caso de suspeita de intoxicação alimentar, que serão tomados como base para que possamos proceder em ocorrências futuras.
Como proceder em casos de suspeita de intoxicação alimentar?
Visando esclarecer a comunidade acadêmica usuária dos restaurantes universitários e lanchonetes da UNIFAL-MG, orientamos que:
- Sempre que consumir uma refeição suspeita ou identificar algum objeto ou componente estranho no seu alimento ou refeição, orientamos que tire uma foto, que será usada para formalizar sua reclamação junto à Prace, e que chame o responsável pelo estabelecimento no mesmo instante para mostrar e solicitar a troca da refeição. No caso dos restaurantes universitários (RU), a nutricionista responsável pelo turno em questão deve ser chamada.
- Para formalização da reclamação ou denúncia à Prace, use um dos e-mails: prace@unifal-mg.edu.br ou ru.prace@unifal-mg.edu.br Nos RU também existe a pesquisa por QRCode disponível em todas as mesas para preenchimento diário.
- Ao comunicar à Prace um caso suspeito que tenha acontecido com você, as seguintes informações devem ser fornecidas para que a investigação tenha os dados recomendados para seguir o fluxo de investigação:
DADOS DO NOTIFICANTE:
Nome completo do paciente/denunciante:
Endereço completo (com ponto de referência):
Telefone para contato:
E-mail para contato:
Data de nascimento:
REFEIÇÃO SUSPEITA:
Data e hora de consumo da refeição suspeita:
Local da refeição – Endereço:
Refeição suspeita – alimentos consumidos:
Data e hora que começaram os sinais e sintomas:
Sinais e sintomas predominantes:
Local do atendimento médico:
Outras informações que considerar importantes:
