Seminários em Matemática 2023

O evento de extensão “Seminários em Matemática” é coordenado pelos Professores Marcelo e José Paulo do Departamento de Matemática-Licenciatura da UNIFAL-MG. Tem como objetivo promover a discussão e a disseminação de conhecimentos em Matemática por meio de palestras e apresentações de pesquisas. O evento é aberto a todos os interessados na área e é realizado esporadicamente no Laboratório de Ensino de Matemática (LEMA), prédio D, sala 413. Os palestrantes são convidados a apresentar temas atuais e relevantes em Matemática, e os participantes têm a oportunidade de interagir e trocar experiências com os palestrantes e outros profissionais da área.

Última atividade do ano, o Seminário em Matemática “Redes Neurais Artificiais na Classificação da COVID-19”, ministrado por Reginaldo José da Silva, doutorando em Engenharia Elétrica, ocorreu no dia 27 de outubro.
Neste seminário, foi mostrado o uso de redes neurais inspiradas na Teoria da Ressonância Adaptativa (ART) para classificar pacientes com COVID-19 com base em exames de sangue. Apresentou resultados de sete diferentes arquiteturas de redes neurais ART, incluindo algoritmos de treinamento online. Esses resultados destacam a capacidade de adaptação e generalização do modelo diante da diversidade dos dados, sugerindo sua aplicabilidade em situações do mundo real.

No dia 29 de setembro, assistimos o documentário “Uma Viagem ao Infinito”. A Profa. Dra. Andréa Cardoso ministrou uma miniaula sobre o conceito de infinito e um panorama histórico. É um documentário de 2022 dirigido por Jonathan Halperin e Drew Takahashi, em seu longa-metragem de estreia, que explora o conceito de infinito por meio de entrevistas com matemáticos, físicos e filósofos de todo o mundo.

No dia 7 de julho, tivemos a última atividade desse período. O Professor Doutor Carlos José dos Reis ministrou a palestra intitulada “Estimação equivariante: uma aplicação da teoria dos grupos na estatística”.

Resumo da palestra:

Um interesse que surge em pesquisas científicas é obter informações acerca da população sob análise, o que pode ser feito utilizando-se uma função densidade de probabilidade (fdp) que a descreva. Por sua vez, uma fdp é caracterizada por quantidades numéricas desconhecidas, denominadas de parâmetros. Assim, o conhecimento dos parâmetros populacionais gera informações sobre a população em que reside um determinado interesse de pesquisa. Existem diferentes métodos para encontrar estimadores e com frequência esses métodos fornecem diferentes estimadores para um mesmo parâmetro populacional. Dessa forma, surge a necessidade de métodos para avaliar esses estimadores e, como a quantidade de estimadores possíveis pode ser muito grande, um procedimento adotado é limitar a classe dos estimadores com base em algumas propriedades dos mesmos. Nesse sentido, o princípio da equivariância pode ser utilizado para essa finalidade. O princípio da equivariância é um princípio que preserva algumas características importantes do modelo, sendo muito utilizado na estatística clássica e intimamente relacionado à importante teoria matemática dos grupos. Nesse contexto, os objetivos gerais no presente seminário consistem em:
i) apresentar algumas definições e alguns resultados teóricos necessários sobre os estimadores equivariantes,
ii) exemplificar a utilização dos estimadores equivariantes com uma aplicação a dados de precipitação máxima de Piracicaba-SP, no período de 1917 a 2022.

No dia 30 de junho, tivemos a terceira atividade com o Professor Doutor José Paulo Carvalho dos Santos, que ministrou a palestra intitulada “Equações Diferenciais Fracionárias no Estudo de Epidemias”.

Resumo da palestra:

Nesta palestra iremos apresentar a importância dos modelos epidemiológicos e de como eles são utilizados no estudo de epidemias. Com o objetivo de incorporar o efeito de memória nos modelos epidemiológicos vamos introduzir a teoria do Cálculo de Ordem Fracionária e comentar alguns problemas na literatura em relação ao estudo da teoria qualitativa das equações de ordem não inteira.

A segunda atividade foi no dia 10 de maio, às 18 horas, com o título “Aprendendo matemática com scratch e games”, explorou o uso do software Scratch para o ensino de matemática de forma lúdica e divertida. O seminário foi ministrado pelo Geraldo José Rodrigues Liska, Doutor com Residência Pós-doutoral em Estudos Linguísticos (Bolsa PNPD/CAPES) pela Universidade Federal de Minas Gerais. Tem experiência nas áreas de Linguística e de Ensino de Língua, com ênfase em Morfologia, Lexicologia, Semântica Lexical, Semântica Cultural e Estilística Léxica. Tem interesse em pesquisas sobre palavras e sentidos (com viés cultural e cognitivo), dicionários, jogos digitais, livros didáticos, propostas curriculares e documentos legislativos e/ou norteadores, histórias em quadrinhos e demais materiais que podem envolver estudos do léxico e tecnologias.

Resumo da palestra:

Aprofundamo-nos sobre a utilização de ferramentas para a criação, pelos próprios alunos, de pequenos jogos para serem trabalhados na resolução de problemas com números naturais envolvendo adição, subtração, multiplicação e divisão e o uso de estratégias diversas, como cálculo, cálculo mental e algoritmos.
Nosso referencial teórico é composto de estudos de Benvindo (2019) e Borges (2013), com experiências sobre uso de tecnologias e gamificação; e Vygotsky (1999), sobre a importância de um espaço colaborativo para a aprendizagem; e os pressupostos de Gee (2003, 2004, 2005 e 2014), sobre gamificação e design de games. Apoiamo-nos também nas considerações de Andrade et al. (2013) ao defender o visível interesse crescente dos alunos em criar jogos mais complexos tanto em programação como em conteúdo matemático com a ferramenta Scratch. Segundo a BNCC (BRASIL, 2017), esse conhecimento em conjunto pode proporcionar o estímulo ao pensamento criativo, lógico e crítico, por meio da construção e do fortalecimento da capacidade de raciocinar e estabelecer relações lógicas e de fazer uso de tecnologias de informação e comunicação, como mostram as as habilidades EF04MA03 e EF05MA08 dos anos iniciais do Ensino Fundamental.
Em consequência, possibilita aos alunos ampliar sua compreensão de si mesmos, do mundo natural e social, das relações dos seres humanos entre si e com a natureza. Esperamos abrir caminhos para práticas pedagógicas e proporcionar pesquisas mais avançadas que reflitam sobre possibilidades de uso de jogos digitais para o aprendizado da matemática e que essa reflexão repercuta na produção de materiais e recursos didáticos.

No dia 26 de abril, começamos o evento de extensão desse ano com a Professora Doutora Angela Leite Moreno, que abordou o tema “Introdução à Redes Neurais”.

O que aconteceu nos Seminários em Matemática 2019?