DIA 13 DE AGOSTO DE 2020 – QUINTA-FEIRA
Tainara, Negra, feminino, 23 anos.
Do que você vai se lembrar sobre a pandemia do coronavírus?
Em primeiro momento me recordo da última aula que estive com a professora Lívia, todos muito animados para uma futura festa, foi a última vez que estive em contato com mais pessoas, depois disso as medidas se intensificarão até a paralisação do meu trabalho. São fases que não saem da minha cabeça, porque foi regada de incertezas, ansiedades e tristeza.
E o que pretende esquecer?
Não pretendo esquecer nada, dos nossos governantes corruptos, da falta de empatia, do descaso público e da instabilidade dos ministros, e da falta de responsabilidade a nós, população brasileira, e se tem algo que eu não quero esquecer mesmo, são os números de mortes, não pretendo “deixar pra lá”, não tem nada que eu pense “quero esquecer”..
O que mudou na sua relação com as pessoas próximas – grupos afetivos e meios em que vive – como a relação com os animais, formas de habitação, meios de consumo – durante a pandemia?
Havia me desligado um pouco da minha família, no momento sinto uma dependência emocional, na quarentena me sentia mais segura, em decorrência do meu trabalho me sinto totalmente exposta e isso tem mexido muito com minha ansiedade, o consumo por questão de sobrevivência tive que diminuir, está sendo difícil nunca me senti tão sozinha.
Conte-nos sobre sua rotina durante a pandemia (esse espaço é reservado para qualquer comentário que queira deixar registrado).
Não mudou muita coisa, alias eu trabalho no comércio, então é: casa-trabalho-casa, e raramente mercado, ta difícil …
Escreva 5 palavras que definem esse momento para você.
Solidão, incerteza, medo, saudade, empatia