:: Boletim Epidemiológico N° 64 – 07/03/2022 – Situação epidêmica de covid-19 em Minas Gerais e no sul de Minas

Nota da edição n° 64: A epidemia covarde. Poderíamos chamar de epidemia oculta a que acontece quando consideramos apenas crianças e os muito idosos, porque, embora com queda continuada da incidência e mortalidade de modo geral, se observarmos as crianças, veremos que o ritmo de contágio e de mortes não reproduz esse padrão. Quando consideramos “decretar” endemia ou afrouxar medidas de prevenção, não estamos tendo a coragem necessária de se preocupar com os pequenos. A epidemia “oculta” se transforma na “covarde”. De dezembro de 2021 para janeiro de 2022, o crescimento de mortes por covid-19 entre as crianças aumentou 10 vezes. Para elas, janeiro deste ano foi tão ruim quanto os dois piores meses da pandemia para todos: março e abril de 2021. Fevereiro de 2022 foi o segundo mês mais mortal. Para comparação em mortalidade, em 2022, para os adolescentes, janeiro foi o 14º pior mês e fevereiro o 4º. Para os de 30 a 39 anos, fevereiro e janeiro deste ano foram o 17º e 18º piores. Para os idosos, fevereiro e janeiro de 2022 foram o 12º e 16º mais mortais. E por que o pior para as crianças? Houve explosão de casos pela ômicron e a incidência ainda é muito alta; as crianças são o segmento menos vacinado, os menores de 5 anos não têm vacinação prevista, e são entre essas crianças que se concentram 75% dos óbitos infantis por covid-19. É uma epidemia covarde por parte da sociedade e dos governos, pois esquecem que, não fosse a ação humana, não teríamos epidemias. A pandemia só se resolve coletivamente. E, dentro desse coletivo, estão os que menos podem fazer: as crianças. Tenhamos a coragem de fazer por elas.

Panorama = Pelo critério da média móvel, Minas Gerais apresenta tendência de queda em novos casos, internações e óbitos. Se observada a taxa de incidência diária semanal no estado o ritmo do contágio também continua caindo. A menor taxa de incidência foi a da região Nordeste (4,9) e a maior a da Oeste (43,7). Para o estado, o indicador caiu de 62,4 para 24,1 na última semana epidemiológica.

Situação epidêmica da covid-19 em Minas Gerais (critério da média móvel de 7 dias – mm7d – em 07/03) = Em novos casos, há tendência de queda no estado e em todas as regiões com mm7d em 5.043 (anterior = 12.932). Em novas internações, mesma situação de queda em todas as regiões, mm7d de 113 (anterior = 230). Em novos óbitos, o estado apresentou queda, com mm7d de 44 (anterior = 76). Crescimento apenas na região Norte; estabilidade na Centro Sul e queda nas demais.

Situação epidêmica no Sul de Minas Gerais (critério da média móvel de 7 dias – mm7d – em 07/03) = Em novos casos, a região Sul iniciou a semana com queda. Todas as regionais apresentaram diminuição. A mm7d ficou em 923,1 (anterior = 1.767). Em novas internações, tendência de queda na região Sul, com mm7d de 27 (anterior =32). Apenas a regional de Varginha apresentou crescimento. Em novos óbitos, o Sul de Minas apresentou tendência de queda, com mm7d de 7 (anterior = 10). Com exceção da regional de Varginha, que registrou estabilidade, todas as regionais apresentaram queda.

Situação nos dez municípios mais populosos do Sul de Minas Gerais (critério da média móvel de 7 dias – mm7d – em 07/03) = Em novos casos, nenhum município apresentou crescimento. Pouso Alegre registrou estabilidade e todos os demais queda. Em novas internações, no geral houve leve piora. Há uma semana, 8 dos 10 apresentavam queda, agora são 6 (Varginha, Passos, Itajubá, Alfenas, Três Corações e São Sebastião do Paraíso); com estabilidade Poços de Caldas e Pouso Alegre e crescimento em Lavras e Três Pontas. Em novos óbitos, Três Pontas apresentou estabilidade e Varginha e Lavras crescimento. Os demais apresentaram queda. Acesse na íntegra