UNIFAL-MG completa 18 anos como universidade federal

Por trás da transformação, existem testemunhos de pessoas que viram e contribuíram para a evolução da instituição centenária. Confira!

A Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG) completa sua maioridade neste 29 de julho de 2023. São 18 anos como universidade federal que traz na bagagem uma trajetória de 109 anos de história e tradição como Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas (EFOA).

Por trás da transformação, existem testemunhos de pessoas que viram e contribuíram para a evolução institucional. Desde sua origem, a UNIFAL-MG vem trilhando um percurso que reflete em sua estrutura, na qualidade do ensino, da pesquisa, da extensão e no reconhecimento em âmbito nacional. Para muitos servidores que acompanham essa trajetória desde o início, o sentimento é de realização e felicidade ao ver o crescimento exponencial da Universidade.

Prof. Sandro Cerveira – reitor da UNIFAL-MG. (Foto: Arquivo/Dicom)

Segundo o professor Sandro Cerveira Amadeu, reitor da UNIFAL-MG, a presença da Instituição no Sul de Minas, como uma universidade federal significativa em Minas Gerais, afeta diretamente a vida de cada membro da comunidade universitária e do entorno. No que diz respeito aos servidores, o reitor destaca o quanto a Instituição possibilita promover a produção científica e construir o conhecimento acadêmico.

“Poder dialogar com pesquisadores e pesquisadoras, inclusive do mundo, na qualidade de parte da equipe de uma universidade federal e nas condições em que ela oferece é algo que transforma as nossas carreiras, as nossas vidas como docentes, como técnicos, de uma maneira que a gente precisa realmente parar para pensar e sentir o quanto a Universidade é significativa”, reflete.

O reitor frisa também que poder acompanhar o crescimento da UNIFAL-MG nesses anos e o impacto na vida de estudantes, dos técnicos e dos docentes e da comunidade no entorno é um privilégio. “O que mais me impactou nesse sentido foi justamente essa dimensão de salto de qualidade e de excelência”, diz. “Ver uma plantinha como a UNIFAL-MG nascer e se fortalecer e ver que ela impacta hoje a vida de todos nós, através da internacionalização de qualidade, da produção científica de qualidade, da formação profissional que coloca os nossos e as nossas estudantes em pé de igualdade com as melhores universidades do país, e também ver cada técnica, cada técnico, inclusive os terceirizados participando desse processo tão potente e tão significativo é algo de fato muito especial”, acrescenta.

“A UNIFAL-MG está de parabéns por esses 18 anos”, celebra. “Nesse momento em que chegamos à nossa maioridade, nós realmente temos muito a comemorar porque essa construção é uma construção de todas e todos nós, é uma construção coletiva.”

Alessandro Aparecido Pereira ainda como formando em Odontologia em 1997. (Foto: Arquivo Pessoal)

Alessandro Aparecido Pereira ingressou como aluno no curso de Odontologia ainda na época de EFOA, em 1994. A Instituição oferecia apenas os cursos de Enfermagem, Farmácia e Odontologia. Após se formar em 1997, Alessandro Pereira voltou à então EFOA para ser professor substituto entre os anos de 1999 e 2001. No ano de 2004, foi aprovado em um concurso público e iniciou suas atividades como professor efetivo. “Tenho muito orgulho de ter me formado aqui, a EFOA abriu muitas portas, permitiu que eu tivesse uma profissão. Naquela época não tínhamos tanta oportunidade de ingressar no ensino superior como temos hoje, ainda mais numa instituição pública”, ressalta.

Para o egresso do curso de Odontologia da então EFOA e hoje professor da UNIFAL-MG, a sua vida e de sua família mudou e para melhor. “Tivemos a oportunidade de conhecer uma arma importante que usamos em todas as batalhas desde quando passamos pela Universidade: o conhecimento”, afirma, ousando dizer que essa mudança ocorreu também para os demais estudantes que passaram pela Instituição.

“Em um país socialmente desigual como o Brasil, onde apenas uma pequena parcela da população jovem consegue chegar à Universidade, é preciso sim defender o acesso ao ensino público de qualidade em todos os seus níveis”, salienta.

Nesses mais de 18 anos de casa, o egresso e docente também contribuiu para a construção da Universidade em cargos de gestão. Foi coordenador do curso de Odontologia entre os anos de 2009 e 2010, pró-reitor adjunto de Graduação entre 2010 e 2018, e diretor da Faculdade de Odontologia entre 2019 e 2023. “Mudamos muito e para melhor, sair de três cursos como faculdade isolada e virar Universidade com 35 cursos em três cidades foi um crescimento vertiginoso”, afirma.

Prof. Alessandro Pereira atualmente. (Foto: Arquivo Pessoal)

O professor Alessandro Pereira também foi membro do Conselho Universitário (Consuni) quando foi aprovada a expansão da Universidade com a criação do campus de Poços de Caldas e do campus de Varginha pelo Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais, o REUNI.

“O que mais chama a atenção, além do crescimento em números, é que Instituição se tornou mais inclusiva em todos os sentidos, temos cursos nas diversas áreas do conhecimento e a Lei de Cotas foi um marco para o acesso ao ensino superior público”, diz. “Todos nós  que passamos por aqui como aluno, técnico administrativo, professor ou colaborador terceirizado, ajudamos a construir essa história de sucesso EFOA/UNIFAL, pois se hoje a UNIFAL-MG é reconhecida nacionalmente pelo ensino de qualidade e excelência, é graças também, a cada um de nós  que leva o nome da Universidade  para todo país”, enfatiza, acrescentando: “Temos muito que celebrar, viva a UNIFAL-MG! Viva a Universidade Pública!”

O professor Cláudio Antônio de Andrade Lima, engenheiro químico e docente do Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT) da UNIFAL-MG Poços de Caldas, narra a influência da transformação da UNIFAL-MG na sua própria história e de sua família. Para ele, a Universidade revolucionou sua vida e seus planos. “Antes da UNIFAL-MG eu atuava na docência no ensino privado, era empresário e morava no interior de São Paulo e não tinha filhos. Mas no ano de 2005 tínhamos, minha esposa e eu, o planejamento de iniciar a vida com filhos. E nesse momento estava muito preocupado, porque eu viajava muito e a minha esposa já era professora na UFSCar e ela sempre questionava por que não prestar um concurso numa universidade federal”, compartilha.

Prof. Cláudio Lima. (Foto: Arquivo Pessoal)

Ao receber um convite, ainda no primeiro semestre 2005 para participar de uma banca de concurso, ele soube que a EFOA, já era um Centro Universitário e iniciativa o curso de Química. “Foi aí que eu vi a possibilidade de voltar para o Sul de Minas, onde eu nasci e fui criado, e constituir uma família com filhos. Quando recebi o convite para essa banca, eu respondi que não aceitaria porque eu poderia prestar o concurso”, conta.

Cláudio Lima prestou o concurso quando a Instituição ainda era Centro Universitário/EFOA, e tomou posse já após a transformação. “Lembro que eu era o professor 115, quando eu tomei posse”, relembra. “Peguei um momento de bastante efervescência, muita motivação, os servidores todos estavam muito motivados, entusiasmados com essa transformação em Universidade”, acrescenta. Segundo ele, o ambiente era muito cooperativo e embora todos enfrentassem dificuldades pelo crescimento, todos queriam alavancar logo o processo de transformação e concretização da Universidade Federal de Alfenas.

Logo que ingressou como servidor da Instituição, o professor Cláudio Lima participou da criação do curso de Biotecnologia e também representou o Instituto de Ciências Exatas (ICEx) na comissão de elaboração do Estatuto e do Regimento. “Foi tudo muito intenso nesse processo de transformação e o mais interessante é que eu só tomei posse após a confirmação que a minha esposa estava grávida, então junto com esses 18 anos da UNIFAL-MG me passa também toda a criação da minha filha Anita, hoje prestes a completar 18 anos também”, comenta.

O docente também fala que o marcou bastante o acolhimento que recebeu quando iniciou suas atividades na UNIFAL-MG. “Eu criei fortes laços de amizade e de cooperação nessa mudança de mentalidade para universidade pública”, diz. “As ações, os projetos, lembro que tínhamos um desafio, fizemos um projeto muito bacana logo no início de elaboração de planos diretores para os municípios em torno do Lago de Furnas. Nós fizemos parcerias com várias universidades para compor a equipe, então foi uma experiência bem marcante.”

Prof. Cláudio Lima com a filha Anita, que nasceu no período em que a Instituição renascia como universidade federal. (Foto: Arquivo Pessoal)

Do período em que ainda estava em Alfenas, o professor também relembra a oportunidade concedida pela UNIFAL-MG para lotação provisória de sua esposa na Escola de Enfermagem. “Isso propiciou o convívio familiar nos três primeiros anos da nossa filha Anita”, conta.

No processo de transformação, o docente também fala da satisfação de ver as primeiras formaturas da Química, da Biotecnologia, do Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia e das Engenharias.

Como um dos professores que mais participaram do processo de expansão da UNIFAL-MG, o professor atuou diretamente na criação do campus Poços de Caldas. “Estávamos trabalhando na montagem do curso de Engenharia ambiental quando vem então a possibilidade de uma expansão maior e a adesão ao REUNI. Então eu tive a oportunidade de trabalhar com uma equipe na apresentação da proposta do campus de Poços e das Engenharias. Então foi outra experiência fantástica também essa de trabalhar na idealização de um campus”, recorda.

Conforme o Prof. Cláudio Lima, a UNIFAL-MG também propiciou um crescimento profissional muito grande a ele. “Tínhamos muitas oportunidades de participação em diversos canais, principalmente nessa parte administrativa eu tive um crescimento muito grande das habilidades de gestão, de elaboração de projetos, porque a gente tinha esse desafio de acelerar o processo de consolidação da Universidade”, compartilha. “Ao mesmo tempo em que trabalhava muito, a gente via as quadras se transformando em prédio, o campo de futebol se transformando em outro prédio, tendo ocupação, novos professores chegando”, complementa.

Nos 18 anos de participação em comissões de implantação de novos cursos, na coordenação de atividades de extensão, na representação no Consuni, a trajetória do professor foi marcada pela docência no curso de Farmácia, no curso de Química, no curso de Biotecnologia até chegar ao campus de Poços Caldas para ser coordenador do Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia e posteriormente diretor do Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT).

“A UNIFAL-MG marcou muito essa minha maturidade da profissão de docência no ensino superior. Sou muito grato à toda a comunidade da UNIFAL-MG nesse processo que revolucionou a minha vida”, afirma. “Hoje me identifico muito com a UNIFAL-MG, vibro muito com o seu atual status de ser uma universidade reconhecida nacionalmente pelos seus indicadores de desempenho na área de ensino, pós-graduação, extensão e inovação. Estou bastante feliz e emocionado de poder depor porque eu olho assim para Anita, a minha filha, e vejo toda essa história da UNIFAL-MG acompanhando o crescimento dela”, conclui.

Daniela de Cássia Pereira, técnica administrativa da Instituição, também vê sua história de vida entrelaçada com a da transformação da UNIFAL-MG. Ela ingressou como servidora na Instituição em março de 2006, na época de grande movimentação pela recente transformação em universidade federal. “Estava realizando um sonho de trabalhar na Instituição de minha cidade natal”, declara.

Daniela Pereira. (Foto: Arquivo Pessoal)

“Quando ingressei, comecei a trabalhar no Departamento de Registros Gerais e Controle Acadêmico (DRGCA) e a Universidade tinha somente sete cursos de graduação: Odontologia, Farmácia, Enfermagem, Nutrição, Ciências Biológicas – Bacharelado, Ciências Biológicas – Licenciatura e Química – Bacharelado, sendo Ciências Biológicas – Licenciatura, o único curso que funcionava no período noturno”, lembra. “A maioria das aulas era no Pavilhão Central de Aulas (PCA), no decorrer dos anos pude acompanhar o crescimento físico da Universidade, a construção dos prédios V, O, S, K, N, M, a Unidade Santa Clara, os campi de Poços de Caldas de Varginha”, comenta.

De acordo com a Daniela Pereira, ao mesmo tempo presenciou o crescimento do número de discentes e servidores. “Em dezembro de 2008, quando eu já trabalhava na então Pró-Reitoria de Recursos Humanos, nós trabalhamos muito com uma equipe reduzida, comandada na época pela então pró-reitora Ângela Maria Alves Pereira, para realizar diversos concursos públicos, cujas vagas foram oriundas da expansão e do Reuni. Na época foram nomeados mais de 100 servidores, para a Sede e para o início das atividades nos campi de Poços de Caldas e Varginha no ano de 2009”, narra.

Daniela Pereira, sentada à direita na frente (de azul), junto a colegas técnicos e técnicas em um registro feito no prédio D entre 2008-2009, onde funcionava a área administrativa da Universidade, antes da construção do prédio O. (Foto: Arquivo Pessoal)

Testemunhando as mudanças, a técnica administrativa viu aos poucos o perfil dos alunos também mudar. “Foram iniciados cursos de outras áreas do conhecimento, que foi ainda influenciado pela Lei nº 12.711/2012, que possibilitou o acesso a muitas outras pessoas a realizar o sonho de cursar um curso superior”, afirma.

Ao longo dos 17 anos de UNIFAL-MG, além do DRGCA, Daniela Pereira também contribuiu para o desenvolvimento da Instituição em outros setores da Universidade, passando pelo Núcleo Controle de Qualidade (NCQ), da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, na Pró-Reitoria de Graduação e na Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas, onde trabalha atualmente. “Tive ainda o privilégio de cursar pós-graduação stricto sensu, o Mestrado Profissional em Administração Pública, no campus de Varginha”, acrescenta.

“O que mais me chama atenção é a diversidade muito bonita de pessoas que temos hoje na Universidade, que continua realizando sonhos com excelência, científica, cultural e social. Tenho muito orgulho de fazer parte da UNIFAL-MG”, encerra.

Vida longa à UNIFAL-MG! Que a Universidade continue se transformando e transformando vidas como a do professor Sandro Cerveira, a do professor Alessandro Pereira, a do professor Cláudio Lima e da técnica administrativa Danilea Pereira!