Projeto Nutrir Arte promove oficinas culinárias lúdicas como estratégia de Educação Alimentar e Nutricional; ação extensionista integra o programa Semeando Ideias
Atividades envolvem comunidade acadêmica e externa em prol do desenvolvimento sustentável e melhoria na qualidade de vida
Com o objetivo de favorecer a Segurança Alimentar e Nutricional de pessoas de diferentes faixas etárias, estudantes e docentes do curso de Nutrição da UNIFAL-MG desenvolvem o projeto de extensão “Nutrir Arte: Oficinas culinárias lúdicas como estratégia de Educação Alimentar e Nutricional”. A ação integra o Programa “Semeando Ideias” que visa a inclusão de discentes no desenvolvimento de atividades relacionadas a melhoria da qualidade de vida a partir de iniciativas pautadas na educação ambiental, no desenvolvimento sustentável e nos conceitos agroecológicos. Dessa forma, o “Nutrir Arte” tem como intuito difundir informações a todas as famílias para que a boa nutrição faça parte do cotidiano e que, de forma lúdica, a alimentação possa fazer sentido, ser divertida e saudável.
Coordenado pela professora Flávia Della Lúcia, o projeto é direcionado para crianças, famílias e públicos de diferentes idades, de dentro e fora da UNIFAL-MG, e desenvolve diversas ações como oficinas culinárias em que são incluídos jogos, atividades recreativas e teatro. Além disso, são divulgadas receitas e informações sobre alimentação saudável nas mídias sociais, todas elas direcionadas para as especificidades de cada grupo atendido.
“A participação do público nas oficinas culinárias é excelente e percebe-se um despertar em relação ao consumo de alimentos mais saudáveis e uma maior motivação em elaborar receitas de maneira mais saudável e fácil. Nas mídias sociais, iniciamos em meio a pandemia e hoje o Instagram do projeto conta com 1090 seguidores e 115 publicações e, no Youtube, temos 341 inscritos e 12 vídeos publicados, sendo que o vídeo “Horta da Alegria” obteve 54 mil visualizações. É crescente o aumento do público atingido pelo projeto, o que nos motiva a continuar sempre”, contou a professora Flávia.
De acordo com ela, o grupo já elaborou um e-book, resultado do esforço conjunto de organizar informações importantes e ferramentas úteis para a educação alimentar e nutricional desenvolvidas pelos discentes, docentes e técnicos. “Nele você encontra atividades e receitas que podem ser realizadas pelas crianças com supervisão dos adultos. As receitas favorecem a utilização da culinária como ferramenta de Educação Alimentar e Nutricional”, afirmou.
A estudante do 9º período de Nutrição, Maria Fernanda Oliveira Barbosa, participa do projeto desde 2019 e este ano, quando o Nutrir Arte passou a integrar o programa Semeando Ideias, a possibilidade de associar a preservação do meio ambiente com a nutrição chamou ainda mais sua atenção. “As oficinas culinárias são atividades que eu gosto muito! Principalmente porque sempre buscamos testar preparações diferentes, como aquelas com aproveitamento integral dos alimentos”, disse Maria Fernanda.
Segundo a discente, o contato com pessoas da comunidade acadêmica e externa tem agregado muito para sua formação acadêmica: “acredito que todos os alunos deveriam se permitir ter experiências na extensão universitária ao longo da graduação, principalmente pelo fato de que existem muitas possibilidades de coisas para se fazer dentro da Universidade! No projeto Nutrir Arte, por exemplo, participei de diversas oficinas culinárias, elaborei um e-book com outros voluntários e participei de visitas em escolas. No Semeando Ideias, tive a oportunidade de participar da VII Semana do Meio Ambiente da UNIFAL-MG, aprender coisas novas relacionadas a sustentabilidade e botânica, e também, trabalhar com discentes de cursos diferentes do meu, que também se tornaram amigos para mim!”.
A professora Flávia também enfatiza a importância da extensão para a formação do nutricionista, já que o profissional da área precisa conhecer o preparo dos alimentos e saber como transmitir essa informação para a população de modo a possibilitar uma boa alimentação. “Os discentes (cerca de 25 alunos do curso de Nutrição) participam ativamente de todos os processos de criação de material, execução das oficinas culinárias e elaboração de material educativo junto com os docentes e discentes de diferentes cursos. O crescimento na formação profissional é visível, pois em contato com todo esse grupo percebe-se uma visão mais ampla da atuação em equipes multidisciplinares”, afirmou. Para ela, é empolgante e realista, o contato com a realidade do público-alvo devido as ações em campo nas oficinas e palestras oferecidas em diferentes locais e com diferentes públicos e de todas as idades. “O público sempre se mostrou receptivo e em nossas avaliações atestam que as atividades agradaram e, isso, possibilita a continuidade e o aperfeiçoamento”, finaliza.
Programa de Extensão Semeando Ideias
O programa teve início em 2020, quando foi proposto e coordenado pelo professor visitante extensionista do Instituto de Ciências da Natureza (ICN), Dalmo Arantes de Barros. Durante o período da pandemia, o programa teve suas atividades reduzidas e prejudicadas, considerando o planejamento inicialmente proposto, mas permaneceu em desenvolvimento com as devidas adaptações necessárias para a ocasião. Atualmente, é coordenado pela técnica-administrativa em educação e gerente de meio ambiente, Julieta Aparecida Moreira, que assumiu as atividades em 2022.
Visando atender as demandas da comunidade, como visitantes de escolas, desde a educação infantil até o ensino médio e superior, ou relacionadas ao contexto da Educação Ambiental e preservação dos recursos naturais, as ações do programa buscam propiciar ao público participante, o entendimento sobre a biodiversidade, a qualidade de vida e a preservação.
“O programa continua buscando desenvolver atividades que possam alicerçar uma vida ambientalmente mais coerente e sustentável através do debate, sensibilização e mudança de paradigmas relacionadas a implementação de práticas agroecológicas, resgate de espécies vegetais potencialmente benéficas a saúde e ao desenvolvimento humano, reciclagem de resíduos orgânicos por compostagem e educação ambiental aplicada a diferentes grupos”, afirmou Julieta.
De acordo com ela, nas coordenações dos projetos componentes há TAEs e docentes dos institutos de Ciências da Natureza, Ciências Biomédicas, faculdades de Ciências Farmacêuticas e de Nutrição. Em relação a equipe de discentes, há representantes de vários cursos da Universidade, como Letras, Medicina, Ciências Biológicas e Nutrição.
O estudante do 8º período de Medicina, Marco Antônio Freire Mendes, atua no programa há dois anos e viu na sua participação uma forma de aplicar os conhecimentos adquiridos em sua primeira formação acadêmica como técnico agrícola. Para ele, as ações comunitárias, como oficinas, distribuição de mudas e hortaliças, são as mais atrativas. “Essas atividades são especialmente significativas para mim devido ao impacto positivo que geram. A distribuição de mudas e hortaliças para a comunidade, desencadeiam um incentivo à alimentação saudável, promovendo escolhas conscientes e nutritivas”, contou.
Segundo Marco, a participação no programa tem desempenhado um papel fundamental no enriquecimento da sua formação acadêmica. “As experiências não apenas me permitem compartilhar informações relevantes sobre saúde, mas também aprofundam minha compreensão sobre como promover mudanças positivas no comportamento das pessoas. Além disso, o envolvimento no jardim sensorial reforça minha ligação com a área médica, pois vejo como o ambiente pode impactar os sentidos e o bem-estar das pessoas. A experiência de participar de um projeto que combina saúde, educação e sustentabilidade complementa minha formação, ampliando a perspectiva sobre o papel do médico na comunidade”, afirmou.
A estudante do 8º período de Ciências Biológicas, Laura Bittar dos Santos, é bolsista do programa e já obteve diversas vivências e aprendizados que também colaboram para sua formação acadêmica, como a realização de visitas escolares, participação em eventos, bem como plantio e manutenção das hortaliças e plantas no espaço do programa. Ela ressalta a importância de programas de extensão universitária por possibilitarem a interação entre o meio acadêmico e a sociedade. “Por meio dos projetos é possível disseminar atividades de lazer e educação ambiental através de propostas sustentáveis e terapêuticas que favorecem tanto a comunidade acadêmica quanto os cidadãos de Alfenas. A conscientização é uma etapa fundamental nesse processo e a comunicação com as pessoas enriquece e estimula o programa, colaborando com a valorização e ampliação desses projetos”, disse Laura.
Atualmente, o programa Semeando Ideias conta com quatro acadêmicos bolsistas, que são responsáveis por atividades diversificadas que vão desde a criação de conteúdo para redes sociais até manutenções e melhorias nas áreas dos projetos, como preparações na composteira, capina manual e cuidados diários de plantas e flores diversas. A coordenadora do programa acredita que as oportunidades proporcionadas aos discentes são essenciais para a formação na UNIFAL-MG. “Considero que as experiências extensionistas são fundamentais para a formação acadêmica e cidadã dos discentes, permitindo experiências valiosas, além de potencializar as relações entre a universidade e a sociedade, através da diversidade de cenários e possibilidades de aprendizagem, implementando novos espaços de trabalho e discussão, análise e reflexão, a partir de programas como este, de caráter multidisciplinar e com diferentes frentes de atuação”, ressaltou Julieta.
Em 2023, além do NutrirArte, também integram o programa os seguintes projetos extensionistas:
- Do lixo ao luxo: destinando resíduos orgânicos de forma sustentável
- Jardim Sensorial: Difundindo a Educação Ambiental
- Horticultura Social e Terapêutica
- Horta Comunitária para Educação Ambiental
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Galeria de imagens: arquivo do Programa Semeando Ideias
