O pesquisador Fernando Gonçalves Gardim, professor de Física do Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT), da UNIFAL-MG Poços de Caldas, foi contemplado pelo Programa Fulbright de Intercâmbio Educacional e Cultural do governo dos Estados Unidos para passar um período desenvolvendo atividades de pesquisa no Instituto de Física da Universidade de Illinois, em Urbana-Champaign (EUA).
A oportunidade foi concedida por meio de edital do Programa de Professor e Pesquisador Visitante Sênior da Fulbright, que possibilita aos professores e pesquisadores de todas as áreas provenientes de instituições de ensino superior passarem quatro meses em qualquer universidade dos Estados Unidos.
“No meu caso, em 2022, apliquei para o edital 2023-2024, submetendo atividades de pesquisa relacionadas à Física Nuclear de altas energias, mais precisamente na formação de um estado da matéria conhecido como Plasma de Quarks e Glúons, que acreditamos ter existido até 0,000002 segundos após o início do nosso universo”, conta o pesquisador.
Segundo o professor, o processo do edital abrangeu a submissão de projeto, com cartas-convites e avaliação de habilitações acadêmicas e profissionais, além da relevância da proposta acadêmica para realização de pesquisa, cursos e seminários nos Estados Unidos. A aprovação também depende do interesse de um pesquisador na universidade americana para receber os contemplados. “Eram 10 vagas neste edital, para todas as áreas do conhecimento”, explica, complementando que o instituto onde foi recebido para as atividades, já conquistou 12 prêmios Nobel de Física.
Fernando Gardim comenta que esse estado está sendo recriado nos dois grandes colisores de partículas da atualidade, o LHC, na Europa, e o Relativistic Heavy Ion Collider (RHIC), nos Estados Unidos. “Minha pesquisa é estudar a matéria que governou o nosso universo, logo nos seus primeiros instantes de ‘vida’”, diz.
Em atividade no Loomis Laboratory, onde ficará até o mês de maio, o professor comentou que o grupo com quem está trabalhando desenvolve pesquisa na mesma linha que ele. “Há um ambiente coletivo maravilhoso aqui”, compartilha. “Essa interação é muito importante para evoluir as ideias”, complementa.
Lembrando John Bardeen, engenheiro, físico e professor americano, que recebeu duas vezes o prêmio Nobel e era do instituto onde o professor Fernando Gardim se encontra, o pesquisador ressalta: “John Bardeen tem uma frase bem impactante sobre a necessidade do coletivo na hora de fazer ciência. Essa parte de troca com várias pessoas, de várias partes do mundo, acaba sendo mais enriquecedor, porque, é plural, portanto, conhecer outras realidades, outras formas de pensar, acaba sempre tornando maiores as atividades.”
De acordo com o professor, para além do enriquecimento para sua formação como professor e pesquisador, a sua participação no programa da Fulbright também contribuirá para promover parcerias. “Tenho expectativa de iniciar um acordo formal entra a Universidade de Illinois e a UNIFAL-MG, de forma a possibilitar uma colaboração acadêmica, aumentando a internacionalização da nossa Universidade”, afirmou.
Sobre o Programa Fulbright
O Programa de Intercâmbio Educacional e Cultural do governo dos Estados Unidos da América foi criado em 1946, por lei do Senador J. William Fulbright, e tem como principal objetivo ampliar o entendimento entre os EUA e outros países. No Brasil, o programa está presente desde 1957, promovendo o entendimento mútuo entre brasileiros e norte-americanos.
Por meio de suas bolsas já levaram mais de 4.900 brasileiros para estudar no Estados Unidos e trouxeram quase 3.400 norte-americanos para o Brasil. A Fulbright oferece bolsas de estudos para o intercâmbio de estudantes de pós-graduação, professores e pesquisadores que queiram fazer a diferença em suas comunidades por meio da pesquisa e do conhecimento.
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