Em sua 352ª reunião extraordinária, realizada no dia 8 de maio de 2024, o Conselho Superior Universitário (Consuni) da UNIFAL-MG manifestou apoio ao legítimo exercício do direito de greve das servidoras e servidores da categoria Técnico-Administrativa em Educação (TAE) da UNIFAL-MG. A moção foi aprovada por unanimidade pelos conselheiros.
Na ocasião, os membros do Consuni ressaltaram o papel da categoria para Universidade, destacando ser relevante e fundamental para o adequado funcionamento das instituições de ensino superior do país: “A atuação dos TAE’s nas universidades contribui diretamente para a excelência das atividades de ensino, pesquisa, extensão e gestão das IFES. Sem o trabalho dessas Servidoras e Servidores, o cumprimento da função social, acadêmica, científica, cultural e tecnológica das universidades seria gravemente prejudicado e, até mesmo, inviabilizado”.
O Consuni também reconheceu a legitimidade e legalidade da decisão por greve nacional, bem como as reivindicações por reestruturação do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação (PCCTAE), estagnado desde 2005. Além da reestruturação de carreira, os servidores reivindicam por implantação do Reconhecimento de Saberes e Competências, recomposição salarial, visibilidade da carreira e criação de condições de permanência da categoria nas universidades, abertura de concursos públicos para a carreira TAE e recomposição do orçamento das Universidades.
De acordo com a servidora Ira Lizandra Gonçalvez, lotada na Pró-reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis (Prace) e representante do Comando Local de Greve, o apoio do Consuni veio em um momento muito importante para a carreira dos servidores TAES, ao entender a luta da categoria e a importância da participação dos TAES na UNIFAL-MG. “Isso significa mais um avanço na nossa luta. Agradecemos todos os Conselheiros, em especial ao Presidente do Consuni, professor Sandro Amadeu Cerveira, e à Secretária Geral da Universidade, Carla Leila Oliveira Campos, pela linda Moção de Apoio elaborada”, ressalta.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública Federal de Terceiro Grau de Alfenas (SintUnifal), Nilson Pereira Gomes, servidor lotado na Faculdade de Odontologia, destaca que o Consuni é conhecedor da situação da Universidade e, por isso, é relevante o apoio e reconhecimento da luta dos TAES. “Sem os técnicos administrativos valorizados e motivados, a Universidade corre o risco de não entregar à sociedade, uma prestação de serviços de qualidade na área do ensino, da pesquisa e da extensão universitária”, completa.
Além do Consuni, o movimento de luta dos TAEs da UNIFAL-MG, recebeu Moção de Apoio da Câmara Municipal de Alfenas. A proposta foi apresentada pelo presidente da Câmara e vereador José Carlos de Morais (PSB), com concordância de todos os vereadores e foi aprovada por unanimidade em votação realizada no dia 13 de maio. Confira a Moção da Câmara Municipal.
A Moção de Apoio do Consuni, na íntegra, pode ser acessada em: Moção de Apoio.
Sobre a greve e a luta dos TAES
Desde o dia 10 de abril, o comando de greve local tem organizado diversas ações na Universidade, tais como gravação de vídeos e produção de material para redes sociais, palestras e eventos de mobilização. Entre as ações, no dia 9 de maio, foi organizada uma paralisação geral com a participação de servidores lotados em vários setores. No evento, os servidores explicaram os motivos da greve e da luta dos TAES.
Na ocasião, representantes da gestão atual da Universidade abordaram questões sobre a necessidade de recomposição orçamentária e do apoio à luta dos dos TAES. Segundo a professora Juliana Guedes, pró-reitora de gestão de pessoas, enfatizou que a luta dos técnicos administrativos é luta de todos os servidores. “Em uma Universidade, a atividade fim é o ensino, a pesquisa e a extensão universitária, porém, não é possível realizar a atividade fim sem o trabalho dos servidores técnicos. A atividade considerada ‘meio’, é tão relevante quanto a atividade ‘fim’, e ambas devem ser valorizadas para um melhor atendimento da nossa função social”, reforçou.
A luta dos TAEs visa a reestruturação da carreira, recomposição salarial de 34,32% e implantação do Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC), além da ampliação de TAEs. “Nós temos uma das menores relações TAE/professor do Brasil. Somos hoje, na UNIFAL-MG, 318 servidores TAEs na ativa para 637 servidores docentes (0,50%). Essa relação desproporcional vem sobrecarregando e adoecendo os TAEs”, explica Ira Lizandra.
De acordo com ela, a mobilização nacional já conseguiu alguns avanços, como o aumento dos benefícios de alimentação, creche e ressarcimento do plano de saúde a partir de junho de 2024. Mesmo com o aumento dos benefícios, ainda os servidores das Universidades Federais recebem valores inferiores aos pagos para os servidores públicos dos Poderes Judiciário e Legislativo. “Continuaremos a luta para igualar os valores dos nossos benefícios com dos outros Poderes e para mostrarmos à comunidade acadêmica e à comunidade externa que somos essenciais na Universidade, que sem a nossa atuação não haveria ensino, pesquisa e extensão universitária de qualidade”, finaliza a integrante do comando de greve.
Para acompanhar a mobilização dos servidores técnico-administrativos da UNIFAL-MG, siga o perfil no Instagram: Comando Local de Greve
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