Pesquisa interinstitucional sobre cuidados à pessoa com deficiência no SUS será realizada por equipe da UNIFAL-MG em Minas Gerais

Pesquisadores de cursos de Fisioterapia aprovaram um projeto de pesquisa interinstitucional no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) que visa apoiar projetos de pesquisa para o desenvolvimento científico, tecnológico e para inovação do país na área de “Cuidados à Pessoa com Deficiência” no Sistema Único de Saúde (SUS). Em Minas Gerais, a pesquisa será realizada pelas professoras do Instituto de Ciências da Motricidade da UNIFAL-MG, Neidimila Aparecida Silveira e Sílvia Lanziotti Azevedo da Silva, com a colaboração do Prof. Ricardo Goes de Aguiar, da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e da Profa. Daniele Sirineu, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O projeto terá duração de dois anos e tem orçamento aprovado de cerca de 900 mil reais.

De acordo com a Profa. Neidimila, a necessidade de mudança do paradigma fragmentado, desarticulado e centrado na pessoa com deficiência para uma atenção orientada pela perspectiva do cuidado integral em rede, vem produzindo diversos desafios para a implantação de ações, atividades, políticas e programas para atender tal demanda nos diferentes níveis de atenção à saúde no SUS. Nessa perspectiva, o estudo buscará compreender a realidade da Rede de Cuidados à Pessoas com Deficiência pela visão de todos os atores envolvidos. “Como ainda não foi pesquisado no país, a pesquisa possibilitará produzir conhecimentos coerentes com as reais demandas de saúde das pessoas que vivem com algum tipo de deficiência e, em última instância, contribuir para a maior efetividade na garantia do direito à saúde por meio da reorganização do cuidado à saúde para as pessoas com deficiência no país”, afirmou.

Cada universidade deverá selecionar os bolsistas que atuarão na instituição, considerando os objetivos do projeto e as necessidades locais. Inicialmente, a UNIFAL-MG foi contemplada com cinco bolsas: uma de Apoio Técnico em Extensão no País (ATP–A), de nível superior, em que a ex-aluna do curso de Fisioterapia, Maria Jaqueline Pereira, foi a selecionada; e quatro de Iniciação Tecnológica e Industrial (ITI), para graduandos, sendo que o processo de seleção de bolsistas, com duração de 20 meses, ainda ocorrerá.

As ações do projeto, que é considerado inovador no Brasil, poderão contribuir para melhorar a organização, efetividade, eficiência e qualidade da resposta do Estado às necessidades de saúde da população, em especial no cuidado às pessoas com deficiência. “Os resultados poderão subsidiar discussões, tomadas de decisões e reformulações de políticas públicas nas diversas esferas envolvidas, revertendo em benefícios da saúde e vida da população”, explicou a professora do curso de Fisioterapia da Universidade. Ainda segundo a Profa. Neidimila, “o estudo proporcionará maior visibilidade e entendimento das práticas no campo da reabilitação e seus possíveis impactos no âmbito do SUS, que serão incorporados ao desenvolvimento de ações de educação permanente na formação de profissionais e futuros profissionais para atuar nessa complexa rede”.

Além da UNIFAL-MG, participarão pesquisadores de universidades públicas do Espírito Santo e São Paulo, na região sudeste; da Bahia e Paraíba, no nordeste; do Amazonas, na região norte; do Mato Grosso do Sul, no centro-oeste; e Rio Grande do Sul, na região sul. Em cada um dos estados participantes, será realizada análise documental dos dados dos sistemas de informações, além de entrevistas com gestores das secretarias estaduais e municipais de saúde.

O grupo de pesquisa responsável pelo projeto é coordenado pela Profa. Kátia Suely Queiroz Silva Ribeiro, do Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal da Paraíba e conta com docentes de nove universidades públicas distribuídos nas cinco regiões geográficas do país.

O projeto multicêntrico foi aprovado pelo CNPQ no final de 2018 e, desde então, têm sido realizadas reuniões com os pesquisadores participantes para alinhamento metodológico e pactuações, visando a apreciação dos objetivos do projeto pelas secretarias de saúde e submissão ao Comitê de Ética em Pesquisa.