Cineclube UNIFAL-MG exibirá sessão dupla de cinema nos dias 15 e 22 de maio

O Cineclube UNIFAL-MG, em parceria com a Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis (Prace), realizará uma Sessão Dupla de Cinema nos dias 15 e 22/05, às 17 e às 19h, no auditório Dr. João Leão de Faria. A atividade, que integra a programação da nova temporada de exibições de filmes em 2019/1, é destinada e aberta a toda comunidade acadêmica e alfenense.

Os filmes que estarão em cartaz são: Dia 15/05 (quarta-feira), às 17h, “Z” e às 19h, “Viva”. Dia 22/05 (quarta-feira), às 17h, “O filme da minha vida” e às 19h, “Hasta la vista”. Confira a sinopse de cada um:

Z

O assassinato real de um político liberal (Yves Montand), cometido como se fosse um acidente, é retratado no caso Lambrakis. Fato acontecido na Grécia no início da década de 60, a investigação sobre a morte do político foi escandalosamente encoberta por uma rede de corrupção e ilegalidade na polícia e no exército. O diretor Costa-Gavras é considerado um dos maiores nomes da história do cinema político. Seus atos de resistência através dos filmes são exemplos até hoje, com inúmeras discussões de alto nível dentro da Academia. Z – A Orgia do Poder, no Brasil, é uma das produções mais lembradas quando o assunto é Estado policial e seu subsequente cerceamento e opressão as opiniões. A letra Z, que dá título ao filme, foi banida na Grécia durante o regime militar que, através de um golpe de estado dado em 1967, proibiu as eleições diretas. Mais de meio milhão de pessoas gritaram “Lambrakis vive!” (Lambrakis zi!) em seu funeral. Para a esquerda, Z era o símbolo da liberdade. Para os militares, Z era símbolo de discórdia. Nomeado ao Oscar de melhor filme e vencedor do prêmio de melhor filme estrangeiro, Costa-Gavras teve um dos mais eficazes casos de marketing boca a boca já registrados, tornando sua produção a nona mais vista nos EUA, em 1969.

Viva

O jovem cubano Jesus (Héctor Medina) é um garoto cubano de 18 anos tentando descobrir sua identidade e não sabe o que esperar de seu futuro. Enquanto isso, ele trabalha como maquiador em um clube de Drag Queens em Havana, mas sonha em estar no palco e em ser um performer. Quando chega a sua vez de brilhar, ele é agredido pelo pai, um ex-boxeador que ficou preso por 15 anos e não participou da criação dos filhos. Após o episódio, a convivência entre os dois fica mais difícil ainda, mas eles lutam para entender um ao outro. Dirigido pelo cineasta irlandês Paddy Breathnach, o projeto conta com atuações inspiradas, principalmente de seu protagonista interpretado pelo jovem ator cubano Héctor Medina. Viva é um daqueles filmes que vão fisgando nossa atenção aos poucos e que no final nos brinda com uma linda lição de vida e busca pelo sonho.

O filme da minha vida

Em 1963, na serra gaúcha, o jovem Tony Terranova (Johnny Massaro), precisa lidar com a ausência do pai, que foi embora sem avisar à família e, desde então, não deu mais notícias ao filho. Tony é professor de francês num colégio da cidade, convive com os conflitos dos alunos no início da adolescência e vive o desabrochar do amor, mostrando o seu processo de amadurecimento e também sua relação estreita com a mãe. Apaixonado por livros e pelos filmes que vê no cinema da cidade grande, faz do amor, da poesia e do cinema suas grandes razões de viver. Até que a verdade sobre seu pai começa a vir à tona e o obriga a tomar as rédeas de sua vida. Terceiro longa-metragem dirigido por Selton Mello, baseado no livro “Um Pai de Cinema”, de Antônio Skármeta, autor chileno de “O Carteiro e o Poeta”, cujo roteiro foi adaptado por Selton Mello e Marcelo Vindicatto. Selton Mello investe na criação de um clima essencialmente poético para dar conta da ausência que assombra Tony. As paisagens campestres da serra gaúcha – que substituem o análogo cenário chileno da trama literária – são fotografadas por Walter Carvalho com o intuito de tirar delas uma aura de flagrante lirismo.

Hasta la vista

O filme desenvolve um roteiro sobre uma viagem de superação para três jovens deficientes físicos: um é cego, outro é paraplégico e o terceiro é tetraplégico. Dizendo aos pais que eles pretendem conhecer vinícolas da Espanha, os três partem em busca de realizar o que todo jovem comum gosta de fazer: dançar, beber e paquerar. No entanto, eles têm um objetivo comum em mente: perder a virgindade. Assim eles chegam a um bordel na Espanha que atende pessoas deficientes. Lars sofre de câncer e está preso a uma cadeira de rodas, Philip é tetraplégico e Josef está praticamente cego. Suas limitações, no entanto, não os impedem de empreender uma viagem quando descobrem a existência, na Espanha, de um bordel especializado em “pessoas como nós”, como define Philip. O arco dramático do filme é cadenciado e a abordagem do tema deficiência física feita com delicadeza, o que não significa condescendência. Em nenhum momento sentimos pena dos personagens nem tampouco suas limitações são tratadas como meros detalhes incapazes de impedir que tenham uma vida normal. Os estorvos do dia-a-dia limitam suas vivências, os tornam dependentes e Hasta la Vista não dissimula isso.