A Câmara de Pós-Graduação da UNIFAL-MG, reunida em 11/09, divulgou Moção de Repúdio aos cortes em Pesquisa e Pós-Graduação, na qual destaca o quanto a redução dos orçamentos dedicados a essas áreas causa impacto no desenvolvimento econômico do país como um todo e a produção científica da Universidade.
Para a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade, Profa. Vanessa Bergamin Boralli Marques, o que está acontecendo com as agências de fomento tem reflexo direto no processo de formação de novos pesquisadores, em todos os níveis, uma vez que ao longo de 2019, foram reduzidas 11.811 cotas que afetaram cursos que realizariam novos processos seletivos e substituição de bolsistas. “Somente no início deste mês, foram cortadas 5.613 bolsas e dez dias depois, o MEC anunciou a disponibilização de 3.182 novas bolsas, porém, o que a população não sabe é que essas bolsas que voltaram a ser disponibilizadas contemplam apenas os programas de pós-graduação mais antigos e consolidados do país com notas 5, 6 e 7, ou seja, programas de pós-graduação recentes que possuem nota 3 e 4, como os nossos na UNIFAL-MG são completamente impactados”, explica. “É muito cruel incentivar a pesquisa e a internacionalização, permitir a abertura desses programas, para depois cortar dessa forma”, avalia.
Leia na íntegra a seguir a Moção de Repúdio da Câmara de Câmara de Pós-Graduação da UNIFAL-MG aos cortes em Pesquisa e Pós-graduação:
“O desenvolvimento de um país, como um todo, passa pelo desenvolvimento científico e tecnológico. Sendo assim, a redução dos orçamentos dedicados à pesquisa e pós-graduação no Brasil tem impacto direto no desenvolvimento econômico.
Todas as agências de fomento federais – CNPq, CAPES e FINEP estão muito prejudicadas com o cenário atualmente imposto às mesmas.
Com os sucessivos cortes repassados às agências, que resultam em cortes de bolsas e cancelamento de editais de fomento, há comprometimento imediato na produção científica e tecnológica do Brasil, além de prejudicar o processo de formação de novos pesquisadores, em todos os níveis.
Alguns programas da UNIFAL-MG perderão 100% (cem por cento) de suas bolsas, o que inviabiliza a existência dos mesmos e tornará o acesso à pós-graduação, restrito a discentes de melhor poder aquisitivo.
O cenário ainda é mais desesperador, pois a previsão orçamentária para 2020 torna permanente a falta de viabilidade do Sistema Nacional de Pós-Graduação e a pesquisa no país, com comprometimento de mudança desejada do modelo de desenvolvimento econômico do Brasil.
A qualidade da produção científica brasileira já foi comprovada, sendo assim é de extrema importância a sensibilização da classe política em defesa deste patrimônio brasileiro.”