O vídeo “A doce vida de Maria”, dirigido pela universitária Isabelle Medeiros de Freitas, do curso de Geografia (Licenciatura), está classificado para a segunda fase do 1º Concurso Audiovisual da Associação Nacional das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). A obra, que recebeu 3.546 visualizações no período de duas semanas, ocupa o sexto posto entre os 10 mais visualizados do concurso.
O enredo do filme mostra a busca de Maria, uma estudante nordestina que vendia balas no sinal, por uma oportunidade no ensino superior. A ideia do roteiro partiu da universitária Jéssica Danielle Ferreira do Amaral, mais conhecida como Jéssica Lenine. De acordo com a discente, a história de Maria tem muitas semelhanças com sua própria vida. “Eu nasci no sertão de Pernambuco, em uma cidade chamada Custódia. Passei e ainda passo as dificuldades de uma menina nordestina que migrou. Já passei fome, já juntei moedas, mas estar na Universidade, comer no R.U, usar os espaços, conhecer os professores, técnicos e os demais funcionários mudou minha vida”, revela.
O nome da personagem é uma homenagem à avó de Jéssica. “Fiz a indicação pensando na minha Vovó que me criou, que é analfabeta, mas sempre apoiou meus estudos, mostrando que a educação mudaria minha vida. Nós duas nos comunicamos por telefone, como aparece no vídeo, e por muito tempo usei ‘orelhões’”.
O tema motivou a universitária Isabelle Medeiros de Freitas a transportar a história para o audiovisual, pois ela viu, no concurso, a oportunidade de colocar em prática os seus estudos sobre cinema. “Quisemos contar um pouco sobre a Educação como transformação na vida das pessoas, para além da via institucional. Foi então que tive a ideia de convidar alguém da comunidade externa da UNIFAL-MG, como o Cris, que além de ser especialista em edição, reforça que o Ensino Superior precisa, a todo momento, romper com os próprios muros. O trabalho coletivo foi fundamental para essa pequena história”.
O “Cris” a que Isabelle se refere é o jovem jornalista Cristian Rafael Reis, que atou como voluntário na captação de imagens e edição. Para ele, fazer vídeos estudantis é um desafio muito interessante, pois mostra a possibilidade de contar histórias com baixo custo de produção. “Mostramos uma história inspirada em situações reais, mas com uma pitada lúdica. Uma garota nordestina que vendia balas vê sua vida ‘se tornar mais doce’ depois de passar numa universidade pública. Fizemos uma reunião com um pré-roteiro e, na mesma manhã, captamos todas as cenas”, explica.
Sobre o concurso, a diretora do filme parabeniza a Andifes pela iniciativa. Segundo ela, foi acertada a proposta do formato audiovisual, já que este é um eixo em grande ascensão no país. “A defesa da educação pública é urgente e podemos fazer isso mostrando a importância da Ciência, da integração, do conhecimento de modo geral e, principalmente, da forma como a universidade pública pode ser acessível e democrática a todas e todos. É mostrar a realidade que é muito além da ‘balbúrdia’”, finaliza.
Os 44 vídeos submetidos ao 1º Concurso Audiovisual da Andifes tiveram, no total, 80.451 visualizações. Na próxima fase, os 10 mais assistidos serão avaliados por uma comissão julgadora indicada pela organizadora. A avaliação contempla os critérios de aderência ao tema, qualidade do roteiro, qualidade de vídeo e qualidade de áudio.
Assista “A doce vida de Maria“. O vídeo também está acessível em Libras: