Em jornais regionais, epidemiologista da UNIFAL-MG avalia o baixo índice de distanciamento social registrado na região e o aumento de casos de Covid-19 em janeiro após confraternizações de final de ano

O baixo índice de isolamento social no sul de Minas Gerais e o aumento de casos de Covid-19 foram temas de reportagens da EPTV Sul de Minas e do G1 nesta quinta-feira (7). Em ambas, o especialista consultado sobre os assuntos foi o professor Sinézio Inácio da Silva Júnior, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da UNIFAL-MG. O docente foi entrevistado ao vivo no Jornal Bom Dia Cidade e concedeu entrevista por e-mail para o G1.

Para o Bom Dia Cidade, Prof. Sinézio explicou como é medido o índice de distanciamento social que registrou menor média entre os dias 27 de dezembro de 2020 e 04 de janeiro de 2021, chegando a 38,56% no sul de Minas, de acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde. Em média, o distanciamento social no Brasil está em 43%, o que posiciona a região sul de Minas abaixo em relação ao próprio índice do país.

Segundo o especialista, o índice é medido de duas maneiras: “O IBGE faz uma pesquisa ligando e perguntando às pessoas, o que tende, muitas vezes, subestimar, porque as pessoas podem dizer que estão praticando o distanciamento e não estão. E uma outra maneira é a partir do sinal do celular que mensura o quanto a pessoa em relação à movimentação normal dela está se movendo e o quanto você tem supostas aglomerações.”

Ao comentar as possíveis consequências, Prof. Sinézio alertou que quanto menor o índice de distanciamento social mais fácil é supor que esteja havendo aglomerações e mais contato pessoal, o que aumenta a possibilidade de mais pessoas serem infectadas. “Só que nós temos que ter um cuidado porque ele [índice] não diz tudo. Nós podemos ter distanciamento social e índices razoáveis, que não são os atuais, mas alguns eventos em alguns locais podem um caráter de supertransmissão do contágio. Quanto menor o distanciamento social, aumenta o risco de aumento de casos caso com consequente internação”, afirmou.

Em entrevista para o G1 Sul de Minas, o epidemiologista comentou que as atividades ligadas às festas de final de ano como as compras de Natal, confraternizações e viagens impactam diretamente na expansão do vírus.

“Contando um tempo médio de aparecimento de sintomas, que é de cinco dias depois do contágio; do tempo de demanda de internação (de cinco a dez dias depois do contágio) e do tempo de permanência em UTI, 15 dias em média até o óbito, é de se esperar que até o meio de janeiro tenhamos um aumento significativo no número de casos, internações e depois óbitos”, disse ele na entrevista divulgada pelo portal.

Confira a seguir, as análises do especialista da UNIFAL-MG na íntegra:

 

Vídeo também disponível no G1 Sul de Minas: https://globoplay.globo.com/v/9158517/

 

Reportagem disponível no G1 Sul de Minas: https://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2021/01/07/numeros-de-casos-de-covid-19-no-sul-de-minas-devem-aumentar-em-janeiro-aponta-especialista.ghtml