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Em entrevista, sociólogo da UNIFAL-MG fala sobre o movimento secundarista de 2015 e 2016 e destaca questões relacionadas ao Enem e ao Ensino Médio

No dia 04/02, o Jornal da Universidade, projeto jornalístico da UFRGS, publicou uma entrevista feita com o sociólogo e professor do Instituto de Ciências Humanas e Letras da UNIFAL-MG, Luís Antônio Groppo, sobre as ocupações em defesa da educação pública ocorridas entre 2015 e 2016, a transição entre o Ensino Médio e o Ensino Superior e o papel do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para o ingresso nas universidades.

A fim de destacar as pautas que influenciaram o movimento secundarista, como a reorganização de ensino, o docente comentou as consequências das ocupações para os participantes, os Ocupas ou Secundas, tal como ficaram conhecidos, em relação à experiência de participação política e ao desejo de ingresso em universidades. “Acredito que a [influência] mais generalizada foi a construção de projetos para o ensino superior. Muitos estudantes nem pensavam nessa possibilidade, ou pensavam algo muito vago. Temos muitos casos em que houve essa realização: ‘Eu posso ir para universidade’. Muitos souberam, ali, informações básicas, como o fato de que a universidade federal era gratuita, ou, então, de que eles tinham direito a cotas”, contou.

Na oportunidade, o professor Luís Antônio Groppo também questionou o papel do Ensino Médio e falou sobre o Enem, que tem facilitado o acesso de classes populares ao ensino superior, embora seja, ainda, uma prova de aferição de conhecimento. “O Ensino Médio carece da construção da sua identidade. Penso que ele deve ter um sentido em si mesmo; não precisa ser terminal para alguns grupos. Acredito que a educação superior pública deveria ser, assim como a básica, um direito de todos. Quem quisesse ir deveria conseguir ir”, destacou o docente.

Para ele, inclusive, novas pautas podem motivar outros movimentos em prol da educação, especialmente após as questões trazidas pela pandemia, como as desigualdades sociais e raciais presentes no Brasil. “A experiência das ocupações está presente na subjetividade dessas pessoas, e, no momento em que surgir a oportunidade, elas vão participar dos processos de novo”, completou.

Confira a reportagem completa no link: https://www.ufrgs.br/jornal/o-ensino-medio-carece-da-construcao-da-sua-identidade-afirma-o-pesquisador-luis-antonio-groppo/