UNIFAL-MG lança projeto que promove circulação de produtos e serviços sem cobrança monetária; “Tic Tac: Banco de Tempo Alfenas” se baseia no pagamento feito por moedas de tempo e na economia solidária

Novas práticas de economia solidária passaram a se apresentar como estratégias para trocas de serviços e produtos. Entre elas, destacam-se os bancos de tempo, sistemas que compreendem uma rede na qual indivíduos compartilham talentos e experiências a fim de desenvolver autonomia, bem-estar e empoderamento pessoal e comunitário, a exemplo do projeto Tic Tac: Banco de Tempo Alfenas. Vinculado ao time Enactus UNIFAL-MG, o projeto visa retribuir o tempo de contribuição de participantes em produtos, habilidades e serviços, sem cobrança de dinheiro, usando como moeda créditos de horas.

Aulas de música, de culinária ou de idiomas, dicas de organização e serviços de entrega são algumas das opções de atividades que podem ser oferecidas por integrantes do projeto, o qual se dará por meio de oficinas em plataformas digitais (Google Meet ou Zoom) disponibilizadas no grupo “Tic Tac: Banco de Tempo Alfenas”, do Facebook. A ideia da iniciativa é precificar o serviço pela quantidade de tempo gasto para produzi-lo ou desenvolvê-lo, de modo a contemplar tanto participantes da comunidade interna quanto da comunidade externa à UNIFAL-MG. “Com o Banco de Tempo, as pessoas podem se sentir livres para fazer o que gostam, não tendo impedimentos econômicos ou sociais para que possam impactar positivamente a realidade que as cerca”, explicou a coordenadora do time Enactus UNIFAL-MG, Márcia Veloso, professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade.

Segundo a docente, o projeto pretende utilizar, de início, o grupo do Facebook a fim de que pessoas interessadas possam se familiarizar com a circulação de produtos e serviços. “Neste grupo, teremos um formulário de inscrição para a participação do banco e, também, uma planilha para o controle das moedas e créditos de tempo”, completou a Profa. Márcia Veloso, para quem o projeto valoriza não a monetarização, mas o trabalho, o esforço e o tempo dos participantes. “No momento, pela necessidade de distanciamento social devido à Onda Roxa no sul de Minas Gerais, trocas de serviços ou objetos feitas pessoalmente entre os membros não são incentivadas, mas, quando for possível, a entrega será feita com todos os cuidados exigidos pela pandemia”, salientou.

Ao entrar no grupo, o participante pode acompanhar todas as postagens publicadas por membros do projeto. “Todos que entram – discentes, servidores ou residentes de Alfenas – possuem o crédito de três moedas de tempo para trocar no que quiserem. Eles também pode oferecer um serviço ou produto, como uma aula, um resumo, uma meditação guiada, uma oficina, um alimento. É só elaborar uma postagem dando algumas informações – nome, atividade a ser oferecida, data e hora da troca e valor em Moedas da Troca. Após isso, é só esperar as pessoas comentarem”, explicou a atual líder do projeto e discente do curso de Enfermagem da UNIFAL-MG, Fernanda Manzini, à Dicom.

De acordo com a universitária, as moedas de tempo são como dinheiro. “Elas são o meio que usamos na troca de bens ou transações que ocorrem dentro do projeto. Por exemplo, se alguém oferecer uma oficina de confecção de sabão por um crédito/moeda de tempo, os membros que estiverem interessados irão pagar uma moeda na troca e a pessoa que ministrar a oficina receberá um crédito/moeda. Assim, se um membro não possui dinheiro, por exemplo, para pagar uma aula de inglês, alguém no grupo pode estar oferecendo esse serviço de “graça”, e o pagamento se dará em tempo”, esclareceu.

Além de aperfeiçoar talentos, desenvolver hobbies e ofícios, fornecer ajuda à comunidade, possibilitar o aprendizado de novas habilidades e estabelecer conexões entre pessoas com aptidões diversas, o projeto também possui abrangência local, por incluir ações diretas com a sociedade e, assim,  disponibilizar a oferta de serviços que antes não eram acessíveis. “Neste modelo, as pessoas colaboram para criar uma rede solidária e promover uma melhor relação entre a sociedade, o meio ambiente e a saúde, estreitando relações com o desenvolvimento cultural e acessibilidade. O Tic Tac acredita no talento das pessoas, qualquer que seja ele”, finalizou a discente Fernanda Manzini.

O projeto Tic Tac: Banco de tempo de Alfenas foi idealizado pela professora Tereza Cristina Orlando, do Instituto de Ciências da Natureza da UNIFAL-MG, no final de 2020.

Confira detalhes sobre o projeto no vídeo abaixo:

Para mais informações sobre o que é o projeto e como participar deste, acesse: https://linktr.ee/projetotictacalfenas

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