Em carta originada do 47º Encontro Nacional do Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Instituições Públicas de Educação Superior Brasileiras (Forproex), os pró-reitores e pró-reitoras das instituições públicas reafirmaram o compromisso das instituições com a sociedade. O documento foi emitido no dia 6/4 após os debates, conferências e reuniões realizadas no período de 11 a 13/03, em evento online organizado pela UNIFAL-MG e UFMG.
O primeiro desafio estabelecido na Carta Alfenas/Belo Horizonte destaca: “Reafirmar o compromisso social das IPES em produzir conhecimento científico e tecnológico vinculado às necessidades da sociedade, por meio da articulação do ensino e pesquisa mediada pela extensão universitária”.
Além do compromisso social, os pró-reitores e pró-reitoras indicaram outros 13 desafios para a gestão 2021-2022 do Forproex. Entre eles, a curricularização da extensão universitária, financiamento para ações de extensão, articulação com o Ministério da Educação, com a Andifes e com as fundações de apoio, adoção de indicadores de extensão, estímulo a editais interinstitucionais, avaliação da extensão, entre outros.
A Carta Alfenas/Belo Horizonte reforça também a atuação do fórum na “defesa da educação superior como bem social, direito universal e dever do estado e da universidade pública como espaço potencial para o desenvolvimento de ciência e tecnologia comprometidas com um projeto de desenvolvimento sustentável para o país”.
De acordo com a professora Eliane Garcia Rezende, Pró-Reitora de Extensão, os debates do Forproex buscaram discutir e pensar estratégias diante do compromisso social das Universidades e da responsabilidade das instituições nas políticas públicas do país. “Pela Carta de Alfenas/Belo Horizonte vocês poderão perceber as estratégias propostas pelos pró-reitores diante dos desafios que esse momento político e sanitário nos coloca, bem como apresenta uma pauta de luta por uma Universidade pública de qualidade, na tentativa de gerar transformações da realidade social por meio da Extensão Universitária”, concluiu.
A Carta Alfenas/Belo Horizonte do 47º Encontro Nacional do Forproex também indicou a nova presidência para ano 2021-2022. O cargo de presidenta será ocupado pela professora Olgamir Amancia Ferreira (UnB) e de vice-presidenta pela professora Adriana dos Santos Marmori Lima (UNEB).
Acesse o documento completo: Carta Alfenas/Belo Horizonte
47º Encontro Nacional do Forproex
O 47º Encontro Nacionald o Forproex foi realizado na sequência do 9º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária, o Cbeu. A abertura, concomitante ao encerramento do Cbeu, o fórum trouxe a conferência “Direitos Humanos, atuação das Universidades na perspectiva do compromisso social por meio das políticas públicas e respeito à nossa casa comum”, ministrada pelo filósofo e escritor brasileiro Leonardo Boff.
Na conferência, o filósofo clamou a sociedade cuidar da “grande casa comum”, o planeta terra, e defender os direitos humanos. Boff reforçou a importância de “nunca perder esperança”, pois, segundo ele, “podemos perder tudo, porque a alternativa à esperança é o suicídio, e isso não queremos” e, resgatando Santo Agostinho, o conferencista explicou que “a esperança tem duas belas irmãs. A irmã indignação contra tudo que está ruim e a irmã coragem para mudar esse ruim em coisa boa”. Boff ilustra que para dar “cem passos” e necessário ter coragem para dar o primeiro. “Nós não fomos criados para sofrer, desaparecer e, como diz o poeta, nós não fomos criados para passar fome, fomos criados para brilhar e para celebrar a beleza da vida”, encerrou sua conferência.
Também participaram da abertura do Forproex: as pró-reitoras de extensão Claudia Mayorga UFMG) e Eliane Garcia Rezende (UNIFAL-MG); as professoras Olgamir Ferreira, vice-presidenta do 47º Forproex, e Adriana Marmori Lima; o professor Edward Madureira (presidente da Andifes); a reitora Sandra Regina Goulart Almeida (UFMG); e o reitor Sandro Amadeu Cerveira (UNIFAL-MG). O encerramento da noite de abertura foi realizado pelo Madrigal Renascentista Unifal.
CBEU
O 9º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária teve um resultado extremamente positivo. Foram 4 dias de eventos com mais 14.900 inscrições e 3.578 trabalhos apresentados. O evento destacou 20 mesas temáticas com extensionistas, pesquisadores e militantes de movimentos sociais de diversas instituições do Brasil, debates sobre educação e movimento estudantil no espaço Paulo Freire, exposições de produtos extensionistas e atrações culturais. Na abertura, o Cbeu destacou a conferência “Direitos da Terra e de Humanos também” com o ativista Ailton Krenak e, no encerramento, a conferência com o escritor Leonardo Boff.
O congresso foi organizado pela UNIFAL-MG e pela UFMG. Pela UNIFAL-MG, a Proex esteve a frente do Cbeu e mobilizou diversos membros da comunidade universitária, como discentes, docentes, técnicos e colaboradores terceirizados. A organização também, contou com a colaboração de várias universidades brasileiras.
“Organizar um evento desse porte, e no formato virtual, foi um grande desafio e o resultado foi muito gratificante”, disse a professora Elisângela Monteiro Pereira, pró-reitora adjunta de extensão universitária. A docente ressalta a importância da atuação em rede com outras universidades brasileiras. “Podemos dizer que o Simpósio Integrado da UNIFAL-MG, um evento interno que há alguns anos já utilizava o formato virtual para a apresentação dos trabalhos científicos, foi uma experiência importante que preparou a UNIFAL-MG para a organização do primeiro Cbeu virtual. O 9º Cbeu, mesmo com as dificuldades trazidas pela pandemia Covid-19 superou todas as expectativas, abrindo horizontes com seus diálogos em todas as áreas do saber e com suas profundas e emocionantes reflexões. Foi maravilhoso!”, encerrou.
Outro ponto de grande relevância do Cbeu foi o engajamento dos discentes. Waldecy Lopes Junior, do 5º período de Enfermagem, foi um dos voluntários. Para ele, o Cbeu foi uma grande oportunidade para intercâmbio de experiências e aprendizado sobre extensão universitária. “Em meio às atividades do Ensino Remoto Emergencial (ERE), o CBEU foi um momento de oásis. Uma oportunidade de encontro, de diálogo e de construção coletiva da extensão brasileira. Enquanto estudante foi possível estreitar os vínculos com os pares extensionistas, dialogar sobre a luta do movimento estudantil entrelaçada à Extensão sob o referencial de Paulo Freire, e inspirar com ações de extensão comprometidas socialmente”, finalizou Waldecy Júnior.
Os debates do Cbeu e do Forproex estão disponíveis no Youtube da UNIFAL-MG.