“Casos continuam aumentando de modo sustentado. Há riscos.” Esse é o recado que os pesquisadores trazem no boletim da semana. Em Minas Gerais, o crescimento da média móvel de casos é contínuo há quase um mês. Ao precoce relaxamento na prevenção e lentidão da vacinação, somou-se o descuido no registro de dados, de novas internações até novos casos. Segundo análise, isso colabora para perdermos o controle da pandemia por mais tempo e a incidência crescente, contínua e por longo tempo traz, entre outros riscos, o de facilitar a chegada do vírus a populações animais, além do homem. Aí, num jogo de vai e vem, além de mutações, aumenta a chance de recombinações genéticas, produzindo variantes mais perigosas para a população humana. Essa, inclusive, é uma possível explicação para o surgimento da própria variante ômicron.
Panorama no estado = Minas Gerais iniciou a semana (segunda-feira, 23/05), com tendência de crescimento da incidência, sem registro de internações pela SES-MG e com queda de novos óbitos. O estado encerrou a 20ª Semana Epidemiológica (SE), de 15 a 21/05/2022, com crescimento da taxa de incidência diária semanal (novos casos por dia por 100.000 habitantes na semana). Nesta última SE, esse indicador aumentou em 9 das 14 regiões. O menor valor foi o da região Nordeste (0,2) e o maior o da Triângulo Sul (73,8). Para o estado aumentou de 6,4 para 8,7.
Situação epidêmica da covid-19 em Minas Gerais (tendência da média móvel de 7 dias – mm7d – em 23/05) = Novos casos: crescimento no registrado diariamente há três semanas. Crescimento nas regiões: Centro Sul, Jequitinhonha, Leste Sul, Noroeste, Oeste, Sul, Triângulo Norte, Triângulo Sul e Vale do Aço; estabilidade na região Centro; e queda nas demais. O valor da mm7d ficou em 1.828 (anterior = 1.612). Novas internações: a SES-MG continua não registrando as que tem ocorrido. Novos óbitos: queda, a mm7d ficou em 5 (anterior = 8). Crescimento nas regiões Sudeste, Triângulo Sul e Vale do Aço; aumento na Nordeste e Sul; estabilidade na Leste e Norte; e queda nas demais.
Situação epidêmica da covid-19 no Sul de Minas Gerais (tendência da média móvel de 7 dias – mm7d – em 23/05) = Novos casos: crescimento em todas as regionais de saúde. Houve crescimento por 25 dias consecutivos. A mm7d foi de 575 (anterior = 350). Novas internações: sem registro na SES-MG. Novos óbitos: a região apresentou aumento da mm7d comparada a de 14 dias antes (de 0,0 para 0,3). Regionais de Alfenas e Pouso Alegre registraram mm7d de zero em 23/05 e há 14 dias antes; regional de Passos apresentou aumento e a de Varginha estabilidade. A mm7d foi de 0,3 (anterior = 0,6).
Situação nos 10 municípios mais populosos do Sul de Minas (tendência da média móvel de 7 dias – mm7d – em 23/05) = Novos casos: exceto Pouso Alegre com registros não fidedignos e Itajubá com estabilidade, os outros 8 municípios apresentaram crescimento. Novas internações: sem registro junto à SES-MG. Novos óbitos: os municípios apresentaram queda ou nenhum registro.
Campi da UNIFAL-MG: entre os municípios com campus da UNIFAL-MG na última semana epidemiológica, Varginha apresentou a maior taxa de incidência diária na semana, com 26,7 novos casos por 100.000 habitantes (anterior = 14,5), seguida de Alfenas com 20,9 (anterior = 13,8) e Poços de Caldas com zero (anterior = 11,9). O resultado para Poços de Caldas é reflexo de possível represamento de dados por pelo menos uma semana.